segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
Ano da Fé / Ano da Graça
Mensagem para a Missa de encerramento do Ano da Fé
Neste
dia em que professamos nossa fé, proclamando Cristo como Rei e celebramos
também o encerramento do “Ano da Fé”, é prudente que não deixemos por isso
mesmo, como um assunto encerrado. Precisamos aprender a fazer de cada dia, de
maneira individual e profunda, o “Dia da Fé”.
Aprender a renovar, cada vez mais,
nossa crença na existência de “Deus, Pai, todo-poderoso, Criador do céu e da
terra". Um Deus que se faz presente em cada detalhe, ínfimo que seja, de
tudo que existe: na mãe natureza, no coração das pessoas, nos olhos inocentes
das crianças, na brisa leve, suave, na Igreja, na generosidade do ministério sacerdotal,
no trabalho de tantos cristãos leigos.
Do mesmo modo, onde estiverem jovens
lutando por um mundo mais justo, saindo em missão para levar alento e pão aos
mais necessitados – seguindo o exemplo de São Francisco de Assis e tantos
outros –, vivendo os valores pregados pelo evangelho, acreditando que vale a
pena viver na fraternidade e na santidade, ali está Deus.
Por
tudo que vemos e por tantas outras evidências, resta-nos acreditar na presença
de um Pai-Criador que deu vida a todas as criaturas. Um Pai que nos deu seu
filho, Jesus Cristo, como modelo de vida e obediência. Um Ser Supremo digno de
glória e louvor.
Como
disse o Papa Francisco, “Quando a luminosidade da fé se apaga, todas as outras
luzes acabam por perder o seu vigor. Então, peçamos a Deus que nos abençoe e
nos proporcione, sempre mais, a graça da fé, principalmente naqueles momentos
de angústia e de dor, para que nossa luminosidade permaneça, frutifique e nos
leve a lutar por uma cultura de paz, de amor, de vida plena com a graça de
Jesus Cristo e a força do Espírito Santo. Amém.
Luisa Garbazza
24 de novembro de 2013
Mensagem lida no final da Missa das 19 horas na Igreja Matriz de
Nossa Senhora do Bom Despacho
Mensagem para a Missa de abertura do “Ano da Graça” na Diocese de Luz
Durante essa Liturgia, ouvimos a voz do profeta Isaías
convidando-nos a deixarmo-nos guiar pela luz do Senhor que se aproxima. Ouvimos,
também, a voz de Jesus dizendo para ficarmos atentos, pois não sabemos em que
dia o Senhor virá. E hoje somos convidados, de forma especial, a vivermos
durante um ano, um tempo forte de encontro e partilha. Tempo para celebrar e
confraternizar. Tempo de parada para reflexão, para repensarmos nossa caminhada
de fé na família, na comunidade, na Igreja e na sociedade.
O Ano da Graça deve ser vivenciado por todos nós, pois
somos todos responsáveis pelo crescimento da ação pastoral da Igreja. Para
isso, aprendamos com São Paulo, em sua primeira carta aos Tessalonicenses, em
que nos ensina que nossas comunidades devem ser alicerçadas na fé e estar
sempre preparadas para os desafios, sendo vigilantes, tendo apreço pelas
lideranças locais, sendo sempre alegres, rezando e dando ação de graças a Deus
em tudo. A ação de graças nos desperta para acolher o mistério da presença de
Deus em nossa vida. Ela nos alimenta e fortalece a nossa esperança.
Estejamos em sintonia
com a Igreja e perseverantes nesta caminhada que ora se inicia, refletindo
sobre as palavras de Dom Hélder Câmara, arcebispo brasileiro reconhecido no
mundo inteiro por sua atividade política, social e religiosa: “É graça divina
começar bem. Graça maior, persistir na caminhada certa. Mas a graça das graças
é não desistir nunca.”
Aceitemos esse convite.
Aceitemos esse convite.
Assim poderemos formar, juntos, a Igreja Viva, que
caminha para o Reino do Senhor.
Luisa Garbazza
2 de dezembro de 2013
Mensagem lida no final da Missa das 19 horas na Igreja Matriz de
Nossa Senhora do Bom Despacho
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
Estrela de Natal
Estamos em tempos de Natal.
Ruas cheias, algumas enfeitadas, casas e praças iluminadas, músicas temáticas,
tudo para chamar à atenção. Infelizmente, o clima natalino gira, quase que
exclusivamente, em torno do comércio. As vitrines ornamentadas, cada uma com
seu estilo próprio, todas querem atrair o consumidor.
Outro dia, ao andar pelas ruas
observando curiosa o ir e vir de tantas pessoas e o carregar de tantos pacotes,
presenciei uma mulher saindo de uma loja em companhia de uma senhora e de duas
crianças que não estavam demonstrado muita satisfação. Quando passaram perto de
mim, ouvi-a dizer uma frase, antiga, mas que estava esquecida em algum canto da
memória: “Se eu não puder ser a Estrela de Belém, vaquinha de presépio também
não quero ser.” Essas palavras, ditas em um tom relativamente alto e muito
arrogante, deixaram-me perplexa e pensativa, principalmente pela fisionomia
triste daquelas crianças. Não sei o contexto em que elas foram ditas, mas, com
certeza, não combinavam com a alegria da época. Comecei a devanear sobre vários
assuntos relativos ao espírito natalino. Impossível não lembrar minha infância.
Era tudo tão simples e valorizado! Jesus era o centro das atenções. Hoje o
consumismo ofusca as pessoas, – Inclusive as crianças! – Jesus fica em segundo
plano – ou nenhum – e o “Papai Noel” ganhou maior espaço em todas as culturas.
Naqueles dias, minha mãe nos
dizia que o presente era o menino Jesus quem nos dava na noite de Natal.
Ensinava-nos a amá-Lo e a respeitá-Lo como Deus que é. Assim o fazíamos. Com toda a sabedoria que
recebeu do Criador, ela reunia a família toda para montar a árvore de Natal,
com enfeites que ela mesma fazia, para rezar e aguardar a “noite mágica” da
chegada do Menino. Na noite do dia vinte e quatro, íamos todos dormir ansiosos
para que amanhecesse logo. Assim poderíamos ver o que ganhamos. Mesmo que o
presente, por causa das poucas posses, fosse algo extremamente simples, era
grande a alegria com que o recebíamos. A prioridade do dia vinte e cinco era a
ida à Igreja: participar da Santa Missa, visitar Jesus no presépio, rezar,
agradecer pelo presente e por tudo que recebemos durante o ano todo.
Lembrei-me também de uma
história que sempre aparecia nos livros de escola primária da época. Conta-se
que, naquela noite esplendorosa em que nasceu o criador, ali, naquela humilde manjedoura,
sem conforto algum, todos os elementos da natureza queriam ofertar algo para adornar
o lugar ou para aquecer o menino. Próximo ao presépio, havia três árvores: uma
tamareira, uma oliveira e um pinheirinho. A tamareira, toda cheia de si,
presenteou o menino com suas doces tâmaras. A oliveira ofertou a Jesus suas
azeitonas. O pinheirinho, porém, não tinha nada a ofertar. Na sua simplicidade,
ficou muito infeliz. As estrelas do céu, vendo a tristeza do pinheirinho,
desceram à Terra e pousaram em seus galhos adornando o pinheirinho. Assim ele
se ofereceu a Jesus, iluminando e enfeitando o primeiro presépio.
Então volto àquela frase e fico
pensando o quanto é triste alguém querer ser a “Estrela de Belém” e não possuir
humildade suficiente para ajudar os “pinheirinhos” que se encontram ao redor,
pobres, infelizes, sentindo-se rebaixados por não terem nada a ofertar. É lição
de Jesus e obrigação nossa ajudar a quem precisa. Quanto mais forte for a nossa
luz, mais temos o comprometimento de iluminar aqueles que necessitam de
claridade.
Aproximando-nos do Natal,
tomara que a luz mais forte seja a do amor incondicional a Deus e,
consequentemente, aos irmãos. Possamos olhar para o outro com mais
solidariedade tentando ajudar pelo menos uma pessoa, alguém que, como aquele
pinheirinho da história, esteja triste por não ter nem ganhar nada nesta data. Tomara
que Jesus possa renascer com toda força no coração de cada um de nós, de
maneira especial, daqueles que O deixaram esquecidos e, com o coração
endurecido pelos entraves da vida, já não têm esperanças de sentir uma alegria
verdadeira, gratuita, que só em Deus podemos encontrar. E que o amor de Jesus e
o brilho daquela estrela sejam refletidos no olhar de cada pessoa quando disser
a alguém: Feliz Natal!
Luisa Garbazza
Novembro de 2013
Publicação do jornal "Paróquia"
Paróquia Nossa Senhora do Bom Despacho, dezembro de 2013
Paróquia Nossa Senhora do Bom Despacho, dezembro de 2013
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
Graças a Deus!
“Em
tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para
convosco”. (I Tess. 5,18)
Somos
filhos amados de Deus, herdeiros do seu reino de amor e estamos constantemente
elevando preces a Ele para pedir tantos benefícios que julgamos urgentes para
bem vivermos. Nem sempre somos atendidos em nossas súplicas, pois não
compreendemos os planos de Deus e, às vezes, nem sabemos o que é melhor para
nós. Então precisamos entender que, a despeito de receber ou não a graça suplicada,
é necessário dar graças a Deus a cada minuto de nossa vida.
O
simples fato de acordar de manhã já é motivo suficiente para agradecimento.
Abrir os olhos e perceber que estamos vivos, prontos para iniciar a jornada de
um novo dia, é bênção divina. É dever de todos aproveitar o que recebeu de Deus
para melhorar o mundo ao seu redor. Acordar e partir para a luta, dentro das possibilidades
de cada um.
É
graça divina despertar e perceber que a noite está dando seu lugar ao sol, que
vem nos iluminar e nos aquecer gratuitamente. Abrir a janela e olhar para o
céu, infinitamente azul, a emoldurar a maravilhosa criação de Deus: ora contrasta
com o verde das matas, ora com o amarelo de tantos desertos, ora se confunde
com o azul do mar. Ou apreciar o céu cinza, anúncio de chuva, boa e necessária,
que chega para refrescar a terra, limpar a poeira, fecundar o chão. Admirar as
flores que brincam com as cores numa aquarela bem diversificada e os pássaros
com seus trinados peculiares e bailados típicos. E, no final do dia, o
esplendor do horizonte que acolhe o sol num espetáculo perfeito. Graças a Deus
pela natureza que nos abriga e nos dá vida.
Em
tudo que fazemos e sentimos temos motivos para agradecer ao Senhor da vida, que
nos deu um corpo perfeito: olhos que nos permite enxergar no outro um irmão;
mãos que trabalham e devem estar sempre a serviço, disponíveis para auxiliar a
quem precisa; boca que nos permite anunciar as maravilhas de Deus; pernas que
nos levam a todos os lugares; mente privilegiada, capaz de criar, armazenar e
pensar em tantas coisas; coração que nos mantém vivos, nos permite amar a Deus
sobre todas as coisas e nos brinda com sentimentos de ternura, afeto, carinho,
amor, saudade.
Graças
a Deus por nos ter concedido nascer em uma família. A presença do pai, da mãe e
dos irmãos, que nos acolhem, nos amam e nos deixam confiantes de que, por mais
que tenhamos dificuldades na caminhada, teremos sempre para onde voltar e
alguém que irá nos acolher e nos impulsionar a procurar novos caminhos. Uma
família para amar e respeitar seguindo Jesus, que nos apresentou a família de
Nazaré como exemplo de fé, amor, sabedoria, confiança em Deus.
Durante
nossa existência terrena, ainda temos muito que agradecer a Deus Pai: pelo
alimento que todos os dias vem compor a nossa mesa e saciar nossa fome; pelo ar
que respiramos e nos mantém vivos; pela água que corre cristalina por lugares
de beleza ímpar e chega até nós satisfazendo nossa sede; pela noite, quando
temos oportunidade de descansar o corpo e nos prepararmos para um novo dia;
pela religião que nos permite estar sempre em sintonia com os ensinamentos de
Jesus; pelas oportunidades de fazermos o bem e ajudar a quem precisa sem
preconceitos ou preferências.
Por
tudo isso, Senhor, Deus do universo, nós vos damos graças. Nós vos agradecemos
e vos bendizemos por sermos vossos filhos amados. Graças por ter nos concedido
o dom da vida e a oportunidade de nos tornarmos santos. Mais ainda, graças a
vós, ó Pai, por nos darmos a certeza da vida eterna, quando nos veremos face a
face. Assim sendo, Senhor, nós vos pedimos, não permitais que nos afastemos de vós
nem por um minuto sequer. Ajudai-nos a estar sempre vigilantes, a fazer o bem e
a honrar seu santo nome. E a não esquecer nunca de dizer a cada momento:
Graças a Deus!
Luisa
Garbazza
Novembro de 2013
28 de novembro de 2013 - "Dia Nacional de Ação de Graças".
(Ou seja: a quarta quinta-feira de novembro.)
28 de novembro de 2013 - "Dia Nacional de Ação de Graças".
(Ou seja: a quarta quinta-feira de novembro.)
domingo, 17 de novembro de 2013
Fugacidade do tempo
Tempo que passa... e não para
Tempo ausente, insuficiente...
Tempo...
Tão rápido na alegria
Arrastado na melancolia.
Na infância, tão demorado
Na adolescência, dispensado
Na maturidade, criticado
Na velhice, compensado.
Tempo que castiga
Quem espera pelo dia
Da sonhada felicidade.
Tempo que privilegia
Quem a vida desafia
Depois vive de saudade.
Grande amigo tempo
De tanto sentimento
Presente em cada momento.
Inimigo no tormento
Na dor, forte lamento
Na paz, grande alento.
Tempo, atenda-me o pedido
Que faço com insistência:
Mostre-se condoído
Preciso de assistência.
Que eu possa todo dia
Aceitar sua cadência
Entender o ritmo da vida
Viver com fé e decência.
Viver com fé e decência.
Ser sempre agradecida.
Tempo...
Tem o poder em suas mãos
Não me cause decepção
Pois comanda a vida que perpassa
Tempo, que sempre e sempre passa.
Luisa Garbazza
17 de novembro de 2013
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
Um simples detalhe
Um dia como outro qualquer. O tempo
chuvoso e escuro das primeiras horas ilumina-se com a chegada do sol e deixa mais
colorida a manhã de primavera.
Coração também amanheceu chuvoso. Triste,
angustiado, apertado no peito. E assim continuou. Uma sensação estranha,
indefinida. Semblante pesado. Nostalgia pura sem saber por quê. Ou de quê.
A tarde já ia adiantada. Como as
nuvens da existência ainda não tinham se dissipado, dirigi-me ao jardim – um dos
meus lugares preferidos. Sentei-me na grama – muito verde, agradecida pelas
chuvas constantes desta estação – e deixei-me ficar. A cabeça estava longe, os
pensamentos desconexos, a mente embaralhada.
Pus-me a contemplar as plantas. Cada
uma tem sua história: dois coqueiros. Um foi presente de minha mãe; outro, trazido
do brejo por meu pai – Há quanto tempo!;
a roseira cor-de-rosa ganhei de uma vizinha, e a rosa preta, de meu esposo; a açucena
foi presente – Um vaso lindo que ganhei no dia das mães e transplantei para o
jardim. – Assim fui relembrado a procedência de cada uma delas. Agradáveis lembranças.
Meus olhos pararam na grama. Milhares
de folhinhas formando um lindo tapete verde. Porém, algo mais me chamou à
atenção: bem no meio da grama, também verde, só que em um tom mais claro, uma
pequena plantinha havia brotado. Olhando brevemente, ela nem seria notada. No entanto
estava lá, firme, nitidamente visível aos olhares mais atentos. Serviu-me como
ponto de reflexão.
Pude perceber naquela plantinha um
toque divino que se revelou em tão simples detalhe. É realmente nas pequenas
coisas que Deus se manifesta. Ela, que
brotou apertadinha por entre as raízes da grama, conseguiu ganhar seu lugar e,
apesar de estar só, estava crescendo de maneira bem saudável. Por sua força de
vontade, ganhou novos ares e agora fazia parte daquele jardim.
Pensamento alçou voo. Do mesmo
modo, também sou criação divina. Tudo que tenho e sou devo a Deus. Por isso,
preciso estar de bem com a vida e valorizar cada detalhe do dia a dia. Também faço
parte de um imensurável jardim. Não preciso estragá-lo. Posso escolher
enfeitá-lo com a ternura que flui do meu coração, deixá-lo leve com minhas
palavras de incentivo, iluminá-lo com a luz da minha fé. Posso cuidar de cada
detalhe que vai fazer a diferença aos olhos dos que o observam.
Um sorriso
brotou lá no fundo. Relutei em me levantar dali. Entretanto, já me sentia
aliviada e pronta para retornar à rotina. Agradeci profundamente a Deus por ter
me permitido esses momentos e por ter revelado essas coisas a mim, que sou tão
pequenina.
Luisa Garbazza
13 de novembro de 2013
18 horas e 20 minutos
18 horas e 20 minutos
terça-feira, 5 de novembro de 2013
“Quero ser mais santo.”
Participar da celebração eucarística é,
para nós católicos, motivo de muita alegria com um significado profundo de
crença na presença real de Jesus na Sagrada Comunhão. Só o fato de estar ali,
na presença do sacerdote e em comunhão com Deus e os irmãos, já faz desse um
momento especial, mas há dias em que certos acontecimentos nos brindam com a
beleza de sua essência. Foi o que aconteceu comigo em um domingo, na celebração
das nove horas na Matriz de Nossa Senhora do Bom Despacho.
Como estava ajudando na celebração, foi
fácil perceber a presença de um jovem, desconhecido para mim, que estava
auxiliando na equipe de canto. A camisa que ele trajava chamou minha atenção.
Um azul claro, muito bonito, com escritas brancas não identificáveis por causa
da distância. Quando ele se aproximou um pouco pude identificar o que estava
escrito – pelo menos as letras grandes: “Quero ser mais santo”.
Essa frase me motivou profundamente e
participei da Missa com entusiasmo renovado. Depois da celebração, fiquei
meditando sobre essas palavras, simples, que povoam nosso pensamento e se
expandem ganhando espaço e significado abstratos, em um primeiro momento, mas
que vão se concretizando durante a caminhada: “Quero se mais santo.” Querer ser
mais santo deve ser o objetivo maior de todo cristão. Foi para isso que Jesus
nos deixou seus ensinamentos. Porém não seremos santos sozinhos. Somos chamados
a viver em comunidade respeitando os preceitos do Evangelho, que nos levam à
salvação, e contribuindo para a santificação da Igreja, dos ministros, da
família, dos pobres, de todo o povo de Deus.
A Igreja é mais santa quando ouve com
docilidade a voz do Espírito Santo; sempre que age com sabedoria dando atenção
preferencial aos pobres e oprimidos; coloca-se inteiramente a serviço da
humanidade e trata a todos indiscriminadamente; preserva e expande cada dia
mais a unidade dos primeiros cristãos. Assim estará se firmando como a “Igreja
de Cristo” e sendo fiel à sua missão de renovar o mundo.
Pela sua misericórdia, possa Jesus
incitar o desejo de ser mais santo a todos os ministros da Igreja, ordenados e
leigos. Sejam mais santos ao escolher os caminhos que irão percorrer; ao
encontrar o irmão necessitado de uma palavra amiga, de uma ajuda, de um
sorriso, de uma mão estendida; ao se colocarem a serviço, dispostos a acolher
os mais necessitados.
O povo de Deus será mais santo quando
entender melhor as palavras de Jesus e sentir necessidade de colocá-las em
prática. Quando perceber que não adianta querer ser melhor que ninguém, pois
perante Deus somos todos iguais. Foi Ele mesmo quem disse: “Deixai vir a mim os
pequeninos porque deles é o reino do céu”. Quanto mais simples, humilde,
solidário, mais perto de Deus e, consequentemente, mais santo. Para isso, carecemos
muito da graça de Deus para que possamos entender sua mensagem de vida plena e espalhar
sua verdade por onde formos.
Queremos ser mais santos, Senhor. Por
isso vos pedimos: Irradiai sobre nós a vossa luz e dai-nos a graça de
difundi-la em todos os lugares por onde passarmos. Dirigi o trabalho de nossas
mãos, para que tudo que fizermos seja em prol da dignidade do ser humano.
Nesse caminho para a santidade,
ensinai-nos, Senhor, a sermos mais solidários com aqueles que necessitam de
misericórdia. Não nos permitais deixar o irmão à margem do caminho, sem forças
para continuar a batalha da vida. Muitas vezes somos nós mesmos que precisamos
imensamente da sua indulgência. Portanto, Senhor, “não nos deixeis cair em
tentação e livrai-nos sempre de todo mal”.
Ajudai-nos, Pai do céu, a agirmos com
sabedoria para, seguindo o exemplo de tantos santos e santas, que nos
precederam e são celebrados neste mês de novembro, não nos afastarmos do
caminho que nos conduz a vós. Dai-nos a graça de amar o irmão da mesma forma
como somos amados por Vós; a sermos honestos e a fazermos sempre o bem, mesmo
se não formos valorizados. E, acima de tudo, dai-nos a graça de descobrir, a
cada dia, o que precisamos fazer ou em que mudar para sermos mais santos e nos
preparamos para a grande glória que é vê-lo face a face na eternidade. Amém.
Luisa Garbazza
Publicado originalmente do jornal "PARÓQUIA"
Paróquia Nossa Senhora do Bom Despacho
Novembro de 2013
domingo, 3 de novembro de 2013
Padre Pedro - 68 anos de sacerdócio
Hoje,
dia de todos os santos, tive o feliz privilégio de fazer a acolhida para a
missa de ação de graças pelos 68 anos de ordenação sacerdotal do Padre Pedro.
Padre Pedro
faz parte da história de Bom Despacho e vê-lo, aos 92 anos, presidindo a
celebração eucarística é muito emocionante. Na serenidade do seu semblante,
deixa transparecer a confiança total em Deus.
Em minha
vida, ele também teve uma participação especial. Lembro-me de quando ele foi
celebrar a “Primeira comunhão” das crianças preparadas por mim em uma
comunidade rural onde eu lecionava. Sem similar. A boa vontade e a prontidão com
que aceitou meu convite, sua maneira de agir com tranquilidade e paciência, suas
palavras e seu carisma emocionou-nos. Durante muito tempo, ele foi relembrado
naquele lugar.
Guardarei comigo a singeleza e a alegria com que ele recebeu e retribuiu meus cumprimentos - assim como o de todos os outros - e esse sorriso com que, na gratuidade, ele me presenteou.
Agradecemos a Deus por nos permitir celebrar, juntamente
com o Padre Pedro, seus 68 anos de vida sacerdotal e louvamos por tudo o que
Deus tem feito por ele e através dele. Que Jesus e Maria o abençoem e permitam-lhe que,
guiado pelo Espírito Santo, prossiga semeando Cristo no coração das pessoas com
sua peculiar confiança, firmeza e serenidade.
Mensagem de acolhida
Padre Pedro nasceu em Moema aos 13 de
outubro de 1921. Foi criado em Bom Despacho até os 13 anos de idade e para cá
voltou, como sacerdote, em 1966. Desde então, tem nos presenteado com sua
presença edificante, sua sabedoria, disponibilidade, seu sorriso franco e constante.
Todos os que com ele conviveram, ou convivem, têm lembranças boas para contar:
história de amizade, de aprendizado, de bons conselhos...
Aproveitemos esta celebração para dar
graças por esse homem de Deus, que, depois de todos esses anos, ainda deixa
transparecer o entusiasmo, a alegria de viver, a lucidez e uma grande fé em
Deus.
Seja bem-vindo entre nós, Padre Pedro.
Luisa
Garbazza
Três de
novembro de 2013.
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
Nos caminhos de “A Magia das Chaves”
Fui convidada a entrar em um mundo mágico em busca
de uma chave especial. Fiquei bastante
apreensiva ao imaginar como é extenso o universo das chaves. Encontrar “A
chave” e carregá-la de significado pode ser tarefa penosa para principiantes.
Depois de pensar e repensar, a decisão: “Estou disposta a percorrer esse
caminho”.
Comecei encontrando “A chave do passado”, uma chave
velha e quebrada que povoou meus sonhos, transportou-me de volta ao mundo
mágico da infância e ensinou-me a olhar sempre para frente sem me prender às
amarras do passado. Alguns passos à
frente, numa história parecida, deparei-me com Albertina Fernandes, que voltava
à casa da sua infância, e, com a chave do carro na mão, ficou ali, a olhá-la, vazia,
silenciosa, sem o encanto de outrora e a contemplar “O silêncio dos invisíveis”
Recomecei a caminhada com Adriana Teixeira Gomes
falando sobre “O poder” que sobe à cabeça de quem tem o controle das chaves,
afinal estamos todos dependendo delas. Concordei com ela. Precisamos sim, mesmo
que seja para abrir uma ideia, como aconteceu com Alexandre Acampora em sua “Metamorfose”:
uma ideia para eliminar os fungos que insistiam em impregnar seus livros.
Retomei a procura com Alexandre Sandrieu. Uma chave
na ignição, um acidente trágico e entre perdas, ganhos, luta pela vida e um
amor muito grande, escreveu “A última carta de amor”. A tragédia se repetiu com
a “Chave bendita”, que nas mãos de Lucas Figueiredo Silveira testemunhou o fim
de uma linda história de amor que teve início nos tempos da meninice e desfecho
de vingança. Trágico também foi o motivo de uma partida inesperada que deixou
em pedaços Luz Corvo Dias. Uma chave guardada em um envelope dentro de uma caixa,
uma carta e um endereço que resultou em “Retalhos de mim”. Ainda trágica a chave
esquecida na fechadura, do lado de fora da porta, por Thaís Amado. Pretexto
para um encontro feliz, mas que desencadeou uma tragédia passional. Resultado:
“Uma chave e Três vidas”.
Observei durante a caminhada que algumas coisas
precisam ser muito bem trancadas. Como o coração. Assim como “Sete chaves, no
lugar do teu coração” foram abrindo uma a uma as sete portas, colocou Filipa
Vera Jardim frente aos dissabores da vida e preparando-a para, enfim, viver. Ou
as sete chaves que fechavam o coração de Teresa Almeida impedindo a felicidade
que só foi reencontrada quando readquiriu a alegria da gratuidade e, com amor,
recuperou a chave do coração em sua “Viragem”. O sete, também considerado “O
número perfeito”, representava a casa de Alice Branco, cuja porta está sempre
aberta a sete chaves sugerindo a liberdade de quem não se apega a coisas
materiais. E as sete chaves de Dalila Moura Baião, cravejadas de lapas e
vestígios de algas, cada uma com uma letra que “Entre o vento e o mar” formam a
palavra INFINITO e mostram anjos que revolvem a terra e plantam a fraternidade.
Nenhuma dessas era a chave que procurava. Soube então de uma chave velha que foi
rejeitada por uma fechadura brilhante, convencida, soberba, revelada por Alice
Mano-Carbonnier em “Era uma vez uma chave”. A fechadura teve um fim trágico:
enferrujada, desmanchada e jogada no lixo; a chave, guardada em uma linda caixa.
Continuei com “O Dandi imortal” e percebi a estranheza da vida de quem não
encontra razão para viver e a loucura provocada por uma pequena chave dourada e
descrita por André Lamas Leite. Ao longe, vislumbrei “A chave perdida” que
abriria um cofre negro, recheado de dinheiro cobrado dos pobres por um rei
perverso que morreu na batalha. Antonio MR Martins conta de um novo e bondoso
rei, mas o cofre...
Sozinha nesse caminho, senti pesar a solidão.
Encontrei sentimento comum em algumas chaves que descobri pelo caminho:
primeiro Cristina Correia nos mostra a chave da arca de “A avozinha Eva”, que
era aberta para esquecer a solidão, mas que ensinou a livrar-se dela ajudando
as outras pessoas; em seguida o “Vai e Volta” de Beatriz Pacheco Pereira
apresenta duas chaves douradas que serviram de pretexto para uma de muitas
visitas que amainariam a solidão de alguém que estava longe de casa; a chave
misteriosa de Bruno Resende Ramos que provocou a solidão, da qual só se liberta
quem, pelos “Caminhos e descaminhos”, encontrar a chave da própria vida; e as
perdas de “Mafalda de Loutulim” contadas por Cristina Malhão-Pereira, que sai
em busca de si mesmo, encontra alguém e entrega-lhe uma chave que abre, ao
mesmo tempo, sua casa e seu coração.
Em “É de repente que as coisas grandes acontecem”,
depois de uma viagem forçada, Cristina Silveira de Carvalho revela os caprichos
do destino. Encontra alguém que volta à memória quando procura as chaves da
casa e encontra junto aquele bilhete: “Call me”. Já a chave de Elvira Cristina
Silva pertencia a uma casa que escolheu a moradora e só ela possuía “As mãos
certas para abrir a porta”. Encontrei Helena Osório contando sobre a angústia
de alguém que está sempre esperando ouvir o barulho da chave abrindo a porta
altas horas, mas precisava de “Cem chaves para abrir o coração”.
Na suavidade da poesia de Egídio Trambaiolli Neto,
“A bailarina e o soldado” é uma história de amor de um soldado que morreu
carregando consigo a chave da alma de sua bailarina, mas que deixou viva a
chave da esperança. De forma análoga, “A chave da esperança” de Isabel Maria
Nascimento Rodrigues revela o caminho para encontrar o amor e a chave para
abrir o coração. E nos versos de Libânia Madureira, uma dança poética que entre
chaves para alento da alma, chave do pórtico e chave-círio, que tudo ilumina,
apresenta-nos a “Chave do ser”.
Bem no meio do caminho, esbarrei com uma chave de
prata de tons azulados. Era “A chave do cofre de Lia” que abria o coração da
menina de tranças e, conforme disse Joaquim Sarmento, prendeu para sempre o
coração de alguém apaixonado. Vi também
“As chaves” de Joubert Amaral revelando a efemeridade da vida e a velocidade do
tempo representada pelas consequências dos atos provocados pelas chaves
perdidas.
De um momento a outro, estava dentro da literatura,
no mundo de Fernando Pessoa que escreveu uma “Carta para Ofélia”. Haveria ela
de decifrar o código que recebeu juntamente com uma chave. José Carlos Pereira
entra na confusão causada pelos heterônimos da história e a chave servirá para
que encontrem o próprio caminho. Num piscar de olhos encontrei “O livro mágico”
em que Luís Pereira estava perdido. Em uma narrativa de um ritmo acelerado,
cheia de personagens estranhos, só ele tinha a chave para terminar aquela
história.
“Demorou a chegar” a chave de Maria do Céu Neves,
que precisou ser procurada exaustivamente, anunciada em um poema e encontrada
no próprio peito. Chave do enigma de uma vida estagnada que precisava apenas de
uma ideia para desbravar novos caminhos. Mais adiante, um homem, que depois de
carregar por tanto tempo um molho de chaves, fugiu de sua realidade. Maria
Isabel de Mendonça Soares não o deixou esquecer seu passado e foi “Aquela
chave” levada pelo cão que o fizera voltar para casa, para os braços da esposa.
Em um desses casos de “Vidas desencontradas”, localizei
Maria Isabel Loureiro que falava da chave do portão por onde passava lembranças
de um passado que não se concretizou. A mesma chave que fechou sua vida
levando-a a viver outra realidade, outra história. E como esquecer “A matança
do porco cilindro”, em que as chaves serviram para quebrar tradições e ensinar
que o poder independe de forças exteriores, como conta Maria João Gonçalves. O
poder está dentro de cada um.
Essa caminhada, cada vez mais longa, levou-me até
“A auxiliar”, uma história fantasiosa de Maria João Saraiva de Menezes. Uma
mulher explorada, levada a loucura e uma chave inútil, desnecessária, que
fechava o apartamento, mas deixava-se passar. Compensando os descaminhos,
encontrei Pedro Jardim mostrando-me três chaves que revelavam o valor do
abraço, do amor próprio e o sentido da vida. Era preciso apenas encontrar “A
chave da existência”.
Um pouco mais adiante, a surpresa foi descobrir com
Maria Mamede uma chave de ferro que fez parte de muitas brincadeiras e
proporcionava risos soltos e muita alegria, tudo registrado na “Carta ao
Tonico”. Também localizei, de maneira
singular, “As chaves da paciência abre as portas da glória”. Essa chave,
revelada por Paula Teixeira de Queiroz, abre a possibilidade de encantar-nos
com as coisas pequenas e esperar por momentos de glória, como um simples
desabrochar de uma flor.
Durante minhas andanças, um encontro muito bonito,
foi com o “Sonho de um caipira”. Nilce Coutinho nos leva a acompanhar belas
ilusões e a luta por uma vida mais digna. Após aspirações e desenganos, a
concretização do sonho de uma família: a chave de uma casa, melhores condições
de vida. Depois acompanhei Paulo Jorge Almeida quando encontrou uma chave,
média, enferrujada e com ela pôs-se a caminho tentando encontrar a porta que
ela abriria. A perseverança na caminhada levou-o a descobrir, em um sonho, a liberdade.
Quando acordou, descobriu que, na realidade, precisava “Fechar a porta à
chave”.
Já cansada da caminhada, alegrei-me ao encontrar “A
chave sem relógio”. Uma imensa variedades de chaves e aquela chave especial, a
mais pura e genuína, que, segundo Sofia Ribeiro Fernandes, abre o coração e
ensina a esquecer a correria do tempo, imposta pelo relógio, e a ser muito
feliz. A seguir fiquei mais encantada ainda ao encontrar José Alberto Sá perto
de “Uma porta aberta”. Aquela porta não precisava de nenhuma chave material
para abri-la: nem chave de ouro, nem de prata, nem de ferro; mas sim, a chave
dos sentimentos.
Percebi que minha busca estava chegando ao fim
quando encontrei Wilson de Carvalho Costa que já havia experimentado a sensação
de várias chaves: chave dos sonhos, chave que aprisiona o coração, e aquela
chave de bronze toda trabalhada que o levou a vários lugares procurando alguém.
Foi, porém, “A chave do coração” que o ajudou a se libertar e a acreditar no
amor e nas coisas incríveis da vida.
Assim cheguei ao fim da minha peregrinação.
Pensando em tudo que vi e vivi, percebi que não é preciso ir muito longe à
procura de uma chave específica, molho de chaves, sete chaves ou chaves douradas,
prateadas. A chave de que mais precisamos estará sempre em nosso poder. É
aquela que abre o nosso coração para as coisas simples da vida. Que nos ensina
a viver, a ser feliz e a espalhar a paz, o amor, a solidariedade, a
fraternidade e a igualdade por todos os lugares, tantos quantos conseguirmos. A
verdadeira chave é a que abre a porta da existência e nos ensina que a vida só
tem sentido quando é partilhada.
Luisa Garbazza
30 de outubro de 2013
sexta-feira, 18 de outubro de 2013
Sobre brumas e manhãs
A luz fraca
que entra pelas frestas da janela denuncia um dia diferente.
O tempo
urge.
As horas não
esperam o desejado despertar.
Levanto-me.
Abro a
janela e desvendo o mistério:
_ Um dia cinza!
Parece não
ter amanhecido completamente.
A bruma
reina poderosa.
Confunde-se
com o céu e anula o horizonte.
Invade a
cidade, as ruas, as casas, os jardins...
Envolve os
transeuntes.
Provoca a
imaginação.
Amo as
manhãs eclipsadas pela bruma.
Observo-a
pensativamente.
Ando pela
rua e sinto-me envolvida intensamente.
A bruma fria e úmida invade meu corpo, minha
pele, minha alma.
Traz de volta momentos vividos na realidade
ou através das páginas de um bom livro.
ou através das páginas de um bom livro.
Ou ainda, momentos que gostaria que tivessem acontecido.
Sinto-me leve, plena, feliz.
Começo a
flutuar, pensar coisas agradáveis, sentir a beleza da vida.
Somos tão
frágeis!
A vida é tão
efêmera, no entanto deixamos de aproveitar momentos ímpares.
O dia cinza
talvez traga à memória os entraves da existência e certo tom de melancolia.
Porém a
alegria maior é saber que o sol não nos abandona.
Por maior
que seja a névoa que povoa nossas manhãs,
não conseguirá ofuscar nossos olhos por muito
tempo.
Devagar vai
se dissipando e alargando os horizontes.
Clareando o
dia e a alma.
E estaremos
prontos para saltar da cama e começar um novo dia.
Luisa Garbazza
18 de outubro de 2013
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
Vida plena aos idosos
“Eu vim para que todos tenham vida”,
disse Jesus. E ainda completou que todos deverão ter vida plena. Buscando
significados para essas palavras, precisamos entender essa plenitude da vida
começando na concepção, ainda no ventre materno – todos têm o direito de
nascer; nos primeiros anos da vida, quando são necessários muitos cuidados; na
juventude – tempo das descobertas, tantas e necessárias para a construção da
personalidade; na idade adulta e também na velhice.
A pessoa idosa passou por muitas
experiências, boas e difíceis, e tem muito a nos ensinar. Quando olhamos para
alguém de idade mais avançada, sem reservas, percebemos a paz que ela nos
transmite. Hoje, por exemplo, vi um velhinho entrando na Igreja. Estava sendo
conduzido em uma cadeira de rodas, possivelmente por um filho, que demonstrava
paciência e zelo. Era magro, estava vestido com simplicidade, porém com
elegância, tinha o cabelo muito branco, cuidadosamente penteado e apresentava
uma expressão tão serena e feliz, que me fez sorrir por dentro, tamanha a
ternura sentida. Pelas aparências, percebi que aquele homem tinha vida plena,
apesar das limitações da idade.
Essa
cena trouxe-me à mente a imagem de minha mãe. Também está velhinha e não
consegue mais andar. Com a saúde debilitada, passa quase todo o tempo em sua
cama. A despeito disso, conserva seu bom humor, sua vaidade e bom gosto. Seu
rosto continua bonito. Os cabelos, lindos, não embranqueceram, tingiram-se de
prata. Um tom tão lindo e brilhante que salta aos olhos. Possui um semblante
tão puro, sempre calmo, com uma serenidade envolvente que aquece a alma. Não se
exalta, nem se desespera. Deposita toda sua confiança em Deus. Confiante também
porque está sempre bem cuidada, em especial por sua devotada filha caçula.
Assim
deveria ser com todos os idosos. Por tudo que viveram, aprenderam, ensinaram,
pelos filhos que criaram, por aqueles que ajudaram a superar obstáculos, pelo
amor que espalharam e pela crença em Deus, merecem ser amados, respeitados, bem
cuidados. É só se aproximar de alguém com mais idade e perceber que tem muito a
ensinar daquilo que viveu ou do que aprendeu com seus antepassados. E sentem
necessidade disso: conversar com alguém, contar as experiências de vida,
mostrar que estão vivos.
Por
merecerem o respeito da família e da sociedade é que os idosos ganharam uma
homenagem: um dia no calendário. Dia primeiro de outubro é dedicado àqueles que
já deram sua contribuição para melhorar o mundo em que vivem e precisam ser
valorizados por isso.
Nesse
dia comemora-se também o Dia de Santa Teresinha do menino Jesus. Portanto, é a
ela que pedimos intercessão por nossos pais, mães, avós, tios, que já não podem
mais viver independentes como gostariam e precisam de cuidados e atenção
especiais. Tomara todos tenhamos a consciência de que eles são filhos amados de
Deus e merecem todo nosso apoio, nosso amor, carinho e afeto.
Luisa Garbazza
Publicada no Informativo Igreja Viva - outubro de 2013
Paróquia Nossa Senhora do Rosário
quinta-feira, 10 de outubro de 2013
A menina em mim
Ano de 2013.
Outubro se adianta. Nas redes sociais a brincadeira é postar fotos da infância
em homenagem ao dia das crianças que se aproxima. Fiquei muitos dias curtindo
aquelas fotos, todas com uma beleza em comum: a inocência. Resolvi entrar na
brincadeira. Demorei um pouco para encontrar essa foto – a mais antiga que
possuo. Já estava com dez anos. Postei assim mesmo. Como diz o poeta: “Pra
gente ser feliz, tem que mergulhar na própria fantasia”.
Surpresa com o
carinho dos amigos – mais de uma centena curtindo e comentando carinhosamente –
decidi olhar com mais atenção a menina daquela foto. Foi como se voltasse no
tempo e me deparasse com um mundo muito diferente.
Perdida em meus pensamentos, dei-me conta do quanto
aquele cenário estava fora da minha realidade. Talvez por isso tenha me
encantado tanto. Esse arranjo, enorme, enfeitando a mesa, por exemplo. Em minha
casa, as flores ficavam apenas no jardim. Havia apenas uma pequena mesa em
casa. E muitas crianças para estudar. Não sobrava espaço para flores. As cortinas?
Tão dispensáveis em janelas de madeira! O telefone era algo muito distante. Nunca
havia nem tocado um antes. Além dos livros sobre a mesa – nessa época não havia
nem um livro em casa – e o ursinho enfeitando a cortina.
O coração se derreteu olhando aquela pequena menina.
Lembro-me do cabelo, ondulado e muito rebelde, difícil de pentear, ficava sempre
preso em uma comprida trança. O corpinho magro, vestido com o uniforme velho e
um pouco amarrotado, com muitos consertos, detalhes que não se tornaram visíveis
na foto. Os braços finos, colados ao corpo, e as mãos inseguras sem saber ao
certo como agir sugerindo uma timidez
sem limites. O rosto revela um semblante
sereno, um olhar quase triste, um esboço de sorriso num misto de espanto,
curiosidade e alegria. Meus olhos se enchem de água ao analisar aquela face singela,
tão conhecida e o aperto no peito é muito doído quando se dá conta da distância
que nos separa.
A memória não quis se aquietar, deixou-se voltar no
tempo e trouxe os dias de então. Fui uma criança muito feliz! Vivi muitas
aventuras por lugares incríveis oferecidos pela mãe natureza. As coisas mais
simples era motivo de grandes emoções. Hoje tenho consciência de como a vida
era difícil naquela época. Sei todas as necessidades que tivemos de suportar. Mas
aquela menininha da fotografia não sabia nada disso. Para ela, a vida era encantada. Cada minuto
era vivido com intensidade. Não tinha percepção das diferenças sociais. Na pobreza
em que vivia não lhe faltava nada. Como no momento dessa imagem em que se
sentiu alguém muito, muito importante.
O presente se impõe. A foto volta a ser apenas a
lembrança de uma época venturosa que será lembrada para sempre. Tomara consiga
resgatar essa maneira ingênua, pura, leve de lidar com os percalços da vida. No
coração ficará continuamente uma ternura enorme por essa criança que continua viva
em mim.
Luisa Garbazza
10 de outubro de 2013
Agradecimento a todos os amigos que curtiram minha foto motivando-me a escrever essa crônica.
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
Maria – mãe e missionária

A
primeira missão de Maria foi a visita a sua prima Isabel. Morando longe, com
idade avançada e grávida, Isabel estava precisando de ajuda. Prontamente, a
jovem de Nazaré se pôs a caminho para servir e, acima de tudo, para levar a boa
nova que, antes de ser dita, foi sentida por aquela senhora que também
participou da história da redenção, pois trazia no ventre João Batista, o
precursor, aquele que anunciou a chegada do messias e preparou-lhe os caminhos.
Percebemos a amplitude da graça de Deus nessas duas mulheres refletindo nas
palavras ditas no instante da saudação: “Ave, cheia de graças, o Senhor é
contigo!”; “Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em
Deus, meu salvador.”
De
volta a casa, Maria enfrentou a difícil missão de ser esposa de José e mãe de
Jesus. José, que pensou em abandoná-la por causa da gravidez, foi visitado em
sonho, acreditou em Deus e aceitou Maria. Mas a missão de gerar e criar o filho
de Deus não foi tão simples. Enfrentaram muitos percalços, começando pelo nascimento
de Jesus, em Belém, em uma manjedoura, sem recursos nem apoio; a viagem forçada
para o Egito, fugindo da tirania de Herodes; o desespero durante a procura pelo
filho e o reencontro no templo; as palavras do velho Simeão a Maria: “Uma
espada transpassará a tua alma.”; e as palavras de Jesus no templo: “Por que me
procuráveis? Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?” No entanto,
Maria guardava todas as palavras e acontecimentos em seu coração e seguia firme
com fé e confiança em Deus.
Durante
a vida adulta de Jesus, Maria de Nazaré continuou acompanhando seus passos. Sua
missão mais dolorosa foi a de assistir ao martírio do filho – prisão, flagelo,
condenação, a caminhada desumana sob o peso da cruz, a crucifixão e morte. Nessa
época, já não tinha a companhia de José. Enfrentou sozinha todas aquelas dores
que dilaceravam seu coração de mãe. Não há nada que machuque mais o coração
materno que o sofrimento do filho. E ela suportava em silêncio entregando toda
a agonia nas mãos do Pai. Como aquela dor tão profunda sentida no instante em
que seus olhos encontraram os de Jesus na subida para o calvário; a
responsabilidade ao ser nomeada “mãe da humanidade”; o momento doído em que
recebeu nos braços o corpo de seu filho já sem vida.
Depois
de ter passado pela experiência da dor e se alegrado e glorificado a Deus pela
ressurreição de Cristo, Maria continuou, mais firme que antes, sua missão de
propagar o acontecido, acompanhar os apóstolos na tarefa de anunciar o que o
Mestre ensinou e arrebanhar as pessoas convertendo-as ao cristianismo. Apesar
das dificuldades e das ameaças que sofreram, renovavam cada dia a fé que os
impulsionava a dar continuidade aos ensinamentos de Jesus. Foi persistente
dando seu testemunho de missionária, de cristã legítima, até ser assunta ao
céu.
Mas
o ministério de Maria não se encerrou ali. Prosseguiu pelos séculos afora e
continua até hoje. Revivemos a missionariedade da mãe de Deus e nossa mãe em
cada título que ela recebeu na história da Igreja para interceder por nós
atendendo nossas necessidades; em cada ave-maria que rezamos suplicando sua
presença de mãe e desejando a proteção de seu manto sagrado; em cada graça
recebida. É ela que nos conduz pelas mãos e nos ajuda a continuar no caminho da
fé dando seguimento à missão de apregoar o Evangelho. É através dela que
encontramos força para suportar os sofrimentos inevitáveis da vida. É ela que
vai nos acompanhar em todos os momentos da vida e na hora da morte. E será ela,
com certeza, que nos abrirá as portas do céu.
Luisa
Garbazza
Publicação do Jornal "Paróquia"
Paróquia Nossa Senhora do Bom Despacho
Outubro de 2013
Outubro de 2013
sábado, 14 de setembro de 2013
Palavra da Salvação
"Tua Palavra é lâmpada para os meus pés e luz para o meu caminho!" (Salmo 119,105)
A palavra de Deus é luz para todos os momentos de nossa vida, especialmente aqueles em que precisamos nos orientar pela verdade. Essa verdade é a nós transmitida por meio da Bíblia: conjunto de 73 livros sagrados, que nos revelam a história do povo de Deus e a participação de Jesus na história da salvação.
Esse livro, tão importante para nós cristãos, escrito primeiramente nos idiomas Hebraico, Aramaico e Grego, está dividido em duas partes: Antigo Testamento – livros escritos desde o século XV a.C. até o nascimento de Cristo, contendo a Lei de Deus dada a Moisés e a história do povo de Deus rumo à Terra Prometida; Novo Testamento – livros escritos após o nascimento do Messias até o final do século I d.C. – apresentando a vida de Jesus, suas obras, seus ensinamentos e a criação da Igreja pelo próprio Jesus Cristo: "Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus; tudo o que ligares na terra será ligado nos céus..." ( Mt 16, 18-19)
Algum tempo depois, entre fins do século IV e início do século V, a Bíblia foi traduzida para o latim clássico por São Jerônimo – doutor da Igreja – a pedido do Papa Dâmaso. O latim era a língua oficial e o Papa queria uma tradução fiel, que o povo pudesse compreender. E assim se fez. Mas, depois do Concílio de Trento (1545-1563) o povo católico ficou um longo tempo sem ter acesso à Bíblia. Foi o Concílio Vaticano II (1962-1965) que a devolveu ao povo, através da Constituição Dogmática “Dei Verbum”.
Hoje, dois mil anos depois de ter sua escrita concluída, essa palavra continua viva entre nós. Ela é uma grande “Carta de amor” à Humanidade e revela-nos o projeto de Deus para o mundo. Nós, católicos, que acreditamos na ressurreição de Jesus e na sua promessa de ficar conosco até o fim dos tempos, sabemos que a Bíblia nos traz a mensagem de um Deus que é amor e nos transmite os preceitos necessários para alcançarmos uma vida santa vivendo em comunhão com Deus e com os irmãos. Como nos diz São Paulo: "Tudo o que se escreveu no passado foi para o nosso ensinamento que foi escrito, a fim de que, pela perseverança e consolação, que nos dão as Escrituras, tenhamos esperança." (Rm 15,4).
As Sagradas Escrituras não só contam a história do povo de Deus, mas também denuncia as injustiças, as situações desumanas que deixam muitos à margem da sociedade sendo explorados, excluídos e vivendo em extrema pobreza. Através delas reconhecemos que Deus nos ama, que caminha conosco e está sempre ao nosso lado para nos dar força e coragem. Nelas encontramos textos que nos ajudam a fortalecer nossa fé ajudando-nos nos momentos de dificuldades. Em suas páginas, a exemplo de Jesus Cristo, somos chamados a viver na fé e a lutar por um mundo mais irmão, mais solidário e fraterno.
Nesta era pós-moderna em que vivemos, muitos já não têm o devido respeito pelas coisas divinas e criam outras alternativas de vida, colocando o homem – e o dinheiro – como centro das atenções, mas a palavra de Deus continua “viva e eficaz” e muitos são os que a seguem com fidelidade buscando inspiração para viver e realizar o projeto de Deus.
Entendamos, então, que, fora da Igreja, a Bíblia é apenas mais um livro de literatura. Só quem acredita nas palavras inspiradas por Deus valoriza o que ali está escrito. Assim sendo, a Igreja escolheu o mês de setembro para homenagear e ressaltar a importância desse Livro Sagrado. Dia 30 de setembro é dia de São Jerônimo e o “Dia da Bíblia”, que é celebrado liturgicamente no último domingo desse mês.
Em 2013, a Igreja nos propõe a leitura do Evangelho de São Lucas durante o mês da Bíblia, que tem como tema: “Discípulos Missionários a partir do Evangelho de Lucas”. E o lema: “Alegrai-vos comigo, encontrei o que estava perdido.” (Lc 15). São Lucas nos coloca a necessidade de sermos discípulos missionários e a importância de confiarmos no Espírito Santo aceitando-O como nossa força e nosso entendimento. É Ele que revela a presença de Deus e sempre nos ilumina em nossa missão de construir um mundo melhor.
“A Bíblia é a palavra de Deus / Semeada no meio do povo / Que cresceu, cresceu e nos transformou / Ensinando-nos viver num mundo novo.”
Luisa Garbazza
Publicação original - Informativo Igreja Viva
Paróquia Nossa Senhora do Rosário
domingo, 8 de setembro de 2013
Olhos fixos no Senhor
Por
muitas vezes, anos até, participamos da Santa Missa de forma automática, sem
nos aprofundarmos no sentido dessa cerimônia. Ficamos ali quase por obrigação e saímos incompletos, sem perceber o seu real valor. Mas quando conseguimos absorver a verdadeira
acepção dos momentos que passamos na casa de Deus e mergulhamos profundamente
no mistério revivido, a celebração ganha um novo significado. Já não há nem
preocupação com o tempo, que passa sem ser notado.
Chegando
à Igreja, vivenciamos a comunhão com o irmão. Sem preocupação com a cor, classe
social, grau de estudo, idade, vamos acolhendo uns aos outros e acomodando-nos
para nosso encontro com Deus. Aos poucos, vamos ficando rodeados de irmãos que
ali se encontram com a mesma fé, a mesma esperança e um só objetivo: glorificar
o nome de Jesus, filho de Deus.
Ainda
nesse clima de acolhida, acompanhamos a introdução, o canto de entrada e as
palavras do sacerdote, que nos convida a fazer o sinal da cruz – pois tudo ali
será realizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo – e acolhe-nos como
irmãos, filhos e filhas de Deus. Segue
um instante de recolhimento, silêncio interior, oportunidade de colocar nossas
misérias aos pés de Deus e pedir sua misericórdia antes de louvar e bendizer o
nome do Senhor. Então podemos colocar nossas intenções diante do Pai.
A
comunhão com a palavra de Deus acontece através das leituras e do salmo,
proclamados por nossos irmãos; do evangelho, proclamado pelo sacerdote; e da
homilia. O segredo é abrir o coração para perceber que é Jesus que nos fala, e
os ouvidos, para entender o que Ele tem a nos dizer nesse momento. Logo após,
reafirmamos nossa fé e dirigimos ao alto os pedidos da comunidade cristã.
Em
seguida, o momento de ofertar a Deus o que recebemos gratuitamente. Juntamente
com o canto, precisamos esvaziar nosso coração e oferecer tudo que temos e
somos. Colocamo-nos inteiramente diante do Pai pedindo que aceite nosso
sacrifício. Depois o sacerdote reza o prefácio e o povo canta afirmando que
Jesus é três vezes santo e que sua glória é proclamada no céu e na Terra.
Acreditar nisso e repetir essas palavras com sentimento proporciona-nos uma
grande proximidade com Deus.
Olhos
fixos no Senhor durante a consagração, quando o pão e o vinho se tornam
verdadeiramente o corpo e o sangue de Jesus. As mãos se encontram e os joelhos
se dobram em atitude de adoração. O coração sente que não está sozinho. A
presença de Deus é real na Eucaristia e no viver de cada pessoa que O aceita.
Olhos
fixos no Senhor durante a oração eucarística, quando rezamos pelos diversos
segmentos do povo de Deus: pela Igreja, pelos irmãos falecidos, por nossos
amigos e conhecidos, por alguém que pediu nossas orações.
No
instante da elevação do Sangue e Corpo de Cristo, ouvindo o sacerdote dizer que
a Ele pertence toda honra e toda glória, os olhos fixos no Senhor
transforma-nos e nosso coração transborda de amor. Esse amor nos leva a aceitar
o outro como irmão, acompanhá-lo na oração do “Pai-Nosso” e a querer abraçar
todos os que estão participando do mesmo mistério desejando a cada um aquela
paz que vem de Deus e inunda nossa existência. Em seguida ainda temos mais uma ocasião
de nos purificarmos pedindo a piedade e a paz ao Cordeiro de Deus.
Olhos
fixos no Senhor quando o sacerdote nos apresenta o Corpo de Deus e nos convida
a participar da Ceia Sagrada. Sabemos que não somos dignos, mas a misericórdia
divina nos acompanha nessa caminhada e uma única palavra é capaz de salvar-nos.
Logo
após, os irmãos reunidos vão ao encontro do Senhor e os olhos são mais fixos
ainda quando O recebemos e O comungamos. Como sacrários vivos, por alguns
instantes, tornamo-nos com Cristo um só Corpo e um só Espírito. Percebemos a
dimensão desse ato e sentimos Jesus em nós, mas não conseguimos explicar a
emoção. Como humanos não alcançamos a totalidade desse mistério, pois como
disse São João Maria Vianney: “Se
soubéssemos o que é a Santa Missa, morreríamos de amor”.
No
final, o padre nos abençoa e nos convida a continuar a caminhada na companhia
de Jesus vivendo a paz ensinada por Ele. Ainda repletos da graça de Deus,
saímos pensando como os discípulos de Emaús: “Não se nos abrasava o coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos
explicava as escrituras?” (Lc 24,32)
Depois
desse tempo forte de experiência de Deus, voltamos para casa cada dia mais
ansiosos pela oportunidade de viver toda essa emoção outra vez. Assim fazemos
do dia a dia uma extensão do que vivemos durante a celebração: “Não sou eu que vivo, mas Cristo que vive em
mim.” (Gl 2,20).
Luisa
Garbazza
Agosto de 2013
Publicação do Jornal "Paróquia"
Paróquia Nossa Senhora do Bom Despacho
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