quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Uma certa árvore de natal


Mamãe
Esta árvore é em sua homenagem. 
Foi feita nos moldes de certa árvore que a senhora fez na minha infância e nunca mais saiu da minha mente: uma árvore grande, que encheu a casa de beleza e nosso coração de sonhos. Os enfeites todos feitos por suas próprias mãos, entre eles os balões e as flores belíssimas, feitos de papel.
Talvez por isso mesmo tenha sido tão especial.
Tentei reproduzi-la.
Sei que não ficou igual, nem me lembro dos detalhes...
A sua, mamãe, com certeza, ficou muito, muito mais linda. E divina! Sim, pois foram feitas por alguém que tinha mãos de fada, possuía um coração de anjo e alma de santa.
Inigualável.
Mesmo assim eu a ofereço à senhora.
Aprendi a fazer os balões que a senhora fazia e que, na época, por causa da pouca idade, não aprendi a fazer. 
Foram horas de trabalho para montá-la. Mas aproveitei cada momento, pois parecia que a senhora estava ali comigo, em cada dobradura, em cada esforço para cortar a árvore e moldar os galhos, em cada objeto ali pendurado.
Quisera eu voltar no tempo, ver-me debaixo daquela árvore e tê-la ao meu lado, com seu sorriso lindo e seu olhar sereno que tanto me acalmava.
Obrigada, mamãe!
Obrigada por ter me deixado essa lembrança.
Olho para a minha árvore e vejo a senhora. Sinto o coração cheio de amor.
Sei que, de alguma forma, a senhora está aqui comigo.
A sua bênção, minha mãe.
Feliz Natal!
Luisa Garbazza
13-12-2018







domingo, 9 de dezembro de 2018

Homenagem ao Padre Jayme


60 anos de sacerdócio
8 de dezembro de 2018

Relembremos neste dia,
com amor e emoção,
o menino que partia,
deste pequeno rincão,
com o Padre Júlio Maria,
que o levou pela mão.

Depois de horas seguindo,
no trem que o transportava,
de Bom Despacho advindo
a Manhumirim chegava
e foi-se então sucumbindo
à vida que ali buscava.

Foi então orientado,
muito estudo e formação,
com o peito apertado,
saudade no coração.
Tudo ali foi suportado,
pois era sua missão.

Chegando o dia marcado,
tudo se realizou:
num momento abençoado,
Jayme padre se tornou.
Havia só começado
a missão que abraçou.

Andou por tantos lugares
para evangelizar,
pregou em tantos altares
para o bom Deus exaltar,
mesmo com muitos pesares,
a fé soube preservar.

A Bom Despacho tornou,
trabalhando com alegria,
jovens evangelizou
e de muitos foi o guia,
a todos presenteou
com a presença de Maria.

Nesta data alvissareira,
sessenta anos vividos,
nesta terra hospitaleira,
é por todos bem querido.
Esta cidade inteira
hoje o quer aplaudido.

Padre Jayme, que alegria
esta data celebrar.
Nesta noite de magia,
com o senhor festejar,
e com amizade sadia
o queremos abraçar.

 

2 de maio de 2022

Padre Jayme se despediu

deste mundo com leveza.

Toda gente o aplaudiu

sentindo imensa tristeza,

mas, em vida, garantiu

da vida em Cristo a certeza.


                                                              Luisa Garbazza
 



domingo, 2 de dezembro de 2018

A força do amor


Queridos leitores, estamos avançados no tempo deste 2018. Dezembro já se adianta no calendário. Daqui a pouco já é Natal. Toda gente se movimenta no corre-corre de fim de ano: lojas cheias, ruas movimentadas, passeios e praças repletas de pessoas em busca de um presente. Vivenciando esse clima de festa e magia, venho falar de amor, esse ser tão misterioso, cantado em prosa e em verso, mas às vezes tão pouco vivido.
Quero falar do amor essência, que brota da alma e transcende a matéria. Esse sentimento belo e puro, desprovido de pretensão, ensinado pelo mestre Galileu. Jesus amou-nos de forma única e inigualável. Amou-nos até as últimas consequências: a morte de cruz. Como é bom fechar os olhos e imaginar Jesus com todas as pessoas daquela época, às quais ele fazia questão de ensinar, de demonstrar carinho e atenção. Quanta cura – do corpo e da alma – Jesus ofereceu àquela gente! Quanta verdade e ternura em suas palavras! Ah! Como seria bom amarmos assim!
Quero falar do amor vivido por São Francisco de Assis, que, quando descobriu o amor de Jesus, teve sua vida transformada. Percebeu que nada valia mais que o amor, nem riquezas, nem posses, nem poderes, nem fama, nada. Ele conseguiu penetrar na essência de si mesmo e ali encontrar o amor pelas pessoas. Ao lado dos pobres e oprimidos, dos doentes jogados à beira do caminho ou isolados, fora do convívio, São Francisco encontrou a paz. Ele gritou essa paz em palavras, cânticos e orações. E viveu essa paz.
Penso no amor sentido pelo Padre Júlio Maria. Por amor a Jesus e à sua mãe, Maria Santíssima, ele enfrentou dificuldades, transpôs mares, cruzou barreiras. Onde Jesus chamava, lá estava ele. A literatura nos apresenta um padre humano, bondoso, cuidadoso. Preocupou-se com a formação – principalmente espiritual – dos jovens, dos homens, das mulheres e das crianças. Deixou textos belíssimos, ensinando a viver o amor e o sacrifício. Quem ama aceita as consequências, os dissabores, o cansaço, os desafios, as dores.
Falo do amor que marca a cadência e o rumo dos passos do Papa Francisco, que sai do conforto e vai visitar famílias, comer com os pobres, abrigar os que não têm um lar.
Falo do amor vivido e ensinado por minha mãe, dona Maria da Conceição Garbazza, um exemplo entre muitas de sua época, que, aceitando os desígnios do Criador, se anulou e se desdobrou para criar e educar na fé, da melhor maneira que pôde, os dez filhos que gerou. E ainda ajudou tanta gente. Sem se desesperar diante das vicissitudes da vida, teve uma vida santa e espalhou o bem, a fraternidade, o amor sem medidas.
Trago também o amor da criança, que enche os pais de beijos e, plenos de confiança, diz com todas as letras, com todo o significado que essas palavras podem ter: “Eu te amo”.
E por último, quero falar do amor de Maria, nossa santíssima mãe. O amor que a fez enfrentar as barreiras do seu tempo e dizer sim a Deus para se tornar mãe de seu filho. O amor que embalou a sua vida inteira e, ao ver o filho padecendo em uma cruz, aceitou ser mãe da humanidade. E pôde fazer isso, pois o amor em seu coração era suficientemente grande para abraçar e amar todos os viventes.
Meus queridos amigos, neste Natal – e sempre – possamos amar mais, espalhar mais amor, amar como Jesus amou. Assim, quando chegar o fim do dia, como diz o Padre Zezinho, possamos todos, sem exceção, dormir muito mais feliz. Feliz Natal!
Luisa Garbazza
Publicação do jornal “Paróquia”
Dezembro de 2018