sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Sobre brumas e manhãs

Amanhece.
A luz fraca que entra pelas frestas da janela denuncia um dia diferente.
O tempo urge.
As horas não esperam o desejado despertar.
Levanto-me.
Abro a janela e desvendo o mistério:
_ Um dia cinza!
Parece não ter amanhecido completamente.
A bruma reina poderosa.
Confunde-se com o céu e anula o horizonte.
Invade a cidade, as ruas, as casas, os jardins...
Envolve os transeuntes.
Provoca a imaginação.
Amo as manhãs eclipsadas pela bruma.
Observo-a pensativamente.
Ando pela rua e sinto-me envolvida intensamente.
 A bruma fria e úmida invade meu corpo, minha pele, minha alma.
Traz de volta momentos vividos na realidade
ou através das páginas de um bom livro.
Ou ainda, momentos que gostaria que tivessem acontecido.
Sinto-me leve, plena, feliz.
Começo a flutuar, pensar coisas agradáveis, sentir a beleza da vida.
Somos tão frágeis!
A vida é tão efêmera, no entanto deixamos de aproveitar momentos ímpares.
O dia cinza talvez traga à memória os entraves da existência e certo tom de melancolia.
Porém a alegria maior é saber que o sol não nos abandona.
Por maior que seja a névoa que povoa nossas manhãs,
 não conseguirá ofuscar nossos olhos por muito tempo.
Devagar vai se dissipando e alargando os horizontes.
Clareando o dia e a alma.
E estaremos prontos para saltar da cama e começar um novo dia.
Luisa Garbazza
18 de outubro de 2013

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