domingo, 6 de janeiro de 2013

“Eis que faço novas todas as coisas!”


Vivemos janeiro em clima de férias e euforia com a chegada de um novo ano. Depois, os meses vão se arrastando, um a um, cada qual com suas particularidades. Mas, é só entrar o último mês que o tempo vai se adiantando. É inexplicável como dezembro passa tão rapidamente! Quando percebemos outro ano já está batendo em nossa porta.
É tempo, então, de olharmos para trás e avaliarmos o que colhemos de bom. Quais projetos obtiveram êxito. Que planos foram bem realizados. Assim que tudo foi colocado na balança, a mente começa a se esvaziar do passado e, no ímpeto do agora, se refaz em planos para um amanhã bem próximo.
Essa cena se repete incansavelmente na sucessão dos anos. Alguns chegam até a registrar listas do que almejam conquistar no ano vindouro. No entanto, às vezes, tudo não passa de euforia de momento. Muitos desses sonhos nunca são concretizados; ficam apenas guardados nas gavetas abstratas do inconsciente.
Nessa passagem de ano, meu sonho mais profundo é que cada pessoa pudesse tomar para si esta frase bíblica: “Eis que faço novas todas as coisas”. Com essa aspiração, quem sabe, o mundo tomaria outro rumo e as pessoas viveriam mais felizes.
Eis que novo seria nosso relacionamento com a mãe natureza. Entenderíamos que ela é que nos sustenta, nos dá o alimento do dia a dia, o abrigo para o corpo, o ar que respiramos, o sol que nos aquece e as maravilhas que descansam nossas vistas e nutrem nossas emoções. 
Novo seria o jeito de os pais olharem os filhos. A família resgataria tantos valores que, para dar lugar à modernidade e a globalização, foram esquecidos e descartados. O lar voltaria a ser lugar de encontro, de histórias, de alegrias – e, às vezes, tristezas –, de união e ajuda mútua, de amizade e muito amor. Haveria mais respeito, consideração, carinho. “Onde todos são por um e um por todos.” Consequentemente, novo também seria o modo como os filhos olhariam os pais.
Mudaríamos a maneira de tratar nossos semelhantes. Veríamos cada um, realmente como filho de Deus, irmão nosso, portanto, digno da mais pura estima. Que se concretizasse a máxima do “Amai ao próximo como a ti mesmo”. Assim veríamos o amor se espalhar rapidamente entre as pessoas, na comunidade, nas paróquias e em todos os ambientes. Formaríamos uma verdadeira corrente sensibilizando cada ser humano e contagiando os corações. Poderíamos, então, sair às ruas tranquilamente, conversar com todas as pessoas sem reservas nem desconfianças. O outro representaria sempre meu irmão e jamais alguém que se desviou dos padrões morais e anda pelo mundo pensando em prejudicar os que cruzarem seu caminho. O bom-dia seria mais sincero e o sorriso, sempre franco e amigo.
Infinitamente novo iria se tornar o comportamento dos que detêm o poder. Nessa visão de mundo eles seriam pessoas conscientes de seus deveres de representantes do povo. Saberiam administrar o dinheiro público com mais honestidade, sem ambição desmedida. Ninguém enriqueceria sozinho e todos seriam tratados como cidadãos em igualdade de condições. Seria o fim da miséria absoluta, do abandono, da falta de saúde e educação.
Esses desejos podem ser taxados de utópicos, mas é o que peço a Jesus neste início de ano, pois sei que é também o projeto do Pai. Se tivéssemos um pouco mais de simplicidade, boa vontade e fé em Deus, não haveria tantas diferenças, tantos conflitos, tantas guerras.  Nessa direção seria mais fácil concretizar esse sonho. Assim, a emoção e a sensibilidade tão difundida na época do Natal não morreriam depois das festas, e sim, multiplicariam e perdurariam por todo o ano.
Luisa Garbazza
20 de dezembro de 2012

Publicado no jornal "Paróquia" - da Paróquia Nossa Senhora de Bo Despacho
Janeiro de 2013

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

“Eis-me aqui, Senhor!”


Bom Despacho se orgulha e se alegra com mais uma ordenação sacerdotal. Da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, o jovem Paulo César ouviu o chamado de Deus e resolveu dizer sim ao seu apelo: “Eis-me aqui, Senhor!” Partiu, pois, em missão.
Depois de sete anos de dedicação exclusiva, de muito estudo e trabalho missionário, chegou o tão esperado dia. Uma ordenação sacerdotal é momento de bênçãos para o novo padre, para a comunidade cristã e para toda a igreja. Dia 14 de dezembro de 2012, numa cerimônia profundamente significativa, carregada de simbolismo e emoção, o diácono foi ungido pelas mãos de Dom Félix e, pela ação do Espírito Santo, recebeu o sacramento da ordem e foi apresentado à comunidade: Padre Paulo César.
Do tempo de preparação para esse evento, ficará para sempre, na memória dos mais atentos, a grandiosa dedicação com que o Padre Cristiano e seus paroquianos abraçaram a causa. Cada um com seus dons, muitos se dispuseram a trabalhar para que tudo corresse bem. O espírito de doação, a simplicidade e a simpatia ocupou todos os espaços. Também marcou, de maneira especial, a presença do Paulo César, durante o tríduo de preparação, com seu carisma, seu sorriso, sua atenção e carinho. É essa proximidade do consagrado com os fiéis que faz a diferença na vida da comunidade.
Chegou o momento aguardado. Era uma sexta-feira. A chegada ao local da celebração foi marcada pelo zelo e pela carinhosa acolhida. Quem foi chegando encontrou sorrisos e palavras amigas para alimentar o coração e um delicioso lanche para nutrir o corpo dos que vieram de longe ou dos que, por causa do corre-corre, chegaram famintos.
Aos poucos, o local, agora transformado em “casa de Deus”, foi sendo ocupado por pessoas – muitas – de várias paróquias. Foi imprescindível, nesse momento, a participação do Ministério de Música e do Padre Antônio Carlos, que animou o povo de Deus valorizando cada cidade e fazendo com que cada um se sentisse importante por estar ali.
Logo após, causando um grande impacto, a procissão de entrada, enriquecida pela presença de tantos padres e encerrada por nosso pastor, Dom Félix. A partir daí, cada rito com um significado mais bonito, foi aumentando a emoção e a alegria: as leituras, as orações, o magnífico canto da Ladainha de Todos os Santos, a imposição das mãos. Mas foi a unção e a caminhada do – agora – Padre Paulo César até onde se encontravam seus pais para abençoá-los que marcou o ponto máximo da ordenação. A emoção esteve ainda presente nas palavras de agradecimento e de incentivo do Bispo, do novo Sacerdote e do Padre Cristiano.
No sábado e domingo após a ordenação, foram marcantes para todos nós, as missas celebradas na Igreja Matriz do Rosário e na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bom Despacho. Quem participou pôde perceber a concentração e a segurança nas atitudes do novo padre. Em suas palavras, a certeza de que sabe o que fala e de quem fala: Jesus – “o caminho, a verdade e a vida”.
Eis aqui, Senhor, seu servo, Padre Paulo César Rodrigues – Sacerdote da Diocese de Luz. Todo o povo rende graças por sua bravura em se tornar operário em sua messe. É por ele que pedimos neste momento. Conceda-lhe, Senhor Deus, uma fé crescente que o faça seguir cada dia com mais convicção de que está no caminho certo. Uma fé que o leve a mover montanhas para aumentar o número daqueles que seguem o modelo de vida proposto por Jesus Cristo. Permita-lhe, Senhor, viver santamente o seu ministério, com o entusiasmo próprio desses primeiros dias, por toda a vida. E dê-lhe sabedoria para agir segundo a Sua vontade e conduzir seu povo cada vez mais na direção da Vida. Amém.
Luisa Garbazza
Dezembro de 2012.

Publicação original: Informativo Igreja Viva - Paróquia Nossa Senhora do Rosário.
Janeiro/2013