quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Pela semana do escritor

                         

Em plenitude


A vida passa e me leva, sorridente, indefesa,

qual pluma suave bailando ao vento.

Ensina-me, com encanto, a viver o momento

- traduzido em verso, poesia e beleza -,

o hoje, o agora,

que a vida lá fora

vem me oferecer.

 

Não importa o trabalho, a hora, o dia,

a faina, o cansaço, a inquietação;

importa a brisa que chega, a face acaricia,

transforma a vida, traz alento ao coração,

embala-me o sonho,

que, doce ou medonho,

faz-me a vida entender.

 

Se hoje é domingo, e a alma está em paz,

saio pela vida a brincar, a cantar, a procurar

uma pessoa, um amigo, algo que me apraz,

um lugar exclusivo, alguém para amar.

E transformo o sonho

em algo risonho

a me preencher.

 

E se um dia a tristeza, porventura, vem me visitar,

sinto, penso, choro, lamento o descaminho,

refaço sentimentos,  pensamentos alinho,

e aqui no meu ninho, não a permito ficar:

busco água clara

que sacia e ampara

a ânsia de viver.

 

Assim guardo no peito - recôndito da alma,

retiro da existência, escola de virtude -

a inspiração, a cor, o som, a plenitude,

a verdade que infunde,  impera, acalma,

vê da vida a essência:

quanto mais tenho ciência,

mais preciso aprender.

 

Luisa Garbazza