terça-feira, 27 de dezembro de 2016

O brilho do ano novo


Final de ano é tempo de reflexão,
de pensar em tudo que vivemos:
no que realizamos e no que ficou apenas no desejo,
guardado nas gavetas da memória.

Muitas alegrias foram vividas, mas muitas foram podadas.
Muitos risos foram sufocados na garganta e substituídos por alguma lágrima traiçoeira, fruto de tristezas, 
dias mal vividos, frustrações.

Todo início de ano há, em cada um de nós, 
um forte desejo de que algo novo aconteça, 
paralelo ao ano que começa:
novos sonhos, novos planos, novas expectativas.

Todo início de ano traz esperanças:
de dias melhores, de acontecimentos melhores,
de melhores momentos.

Todo início de ano, sonhamos em ver nossa estrela,
cada vez mais bela,
brilhando no céu da existência.

Que aja muito brilho em 2017.

E se for para brilhar, que seja o brilho dos olhos;
o bilho dos lábios que oferecem um sorriso;
o brilho do amor, da solidariedade, da humildade;
o brilho do encontro, do abraço, do beijo;
o brilho de Jesus refletido na vida de cada um;
o brilho da alma que transborda paz;
o brilho do céu.

              Luisa Garbazza
27 de dezembro de 2016

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Chuva de cristal


O tempo aparece sem cerimônia:
não pede licença para mudar.
Passa do claro ao escuro pesado,
Do azul, ao cinza, mesmo o rosado,
tanto agrada, como pode assustar.

E quando esse tempo fica revolto,
as nuvens densas, muito carregadas,
em um espetáculo sem igual,
descem, caem em gotas de cristal,
límpidas, frias, leves ou pesadas.

Gotas de cristal molham os telhados,
lavam calçadas, a terra umedece,
limpam as ruas, purificam o ar,
enchem rios, fazem vida renovar,
quer seja manhã, ou quando anoitece.

Gotas de cristal que entram nas casas
dos pobres, humildes, desvalidos.
Caem na sala, encharcam o chão,
molham a cama, desalojam o irmão:
entram pelos telhados corroídos.

Gotas de cristal que caem agora,
sem valia, sem cor, luz, sem beleza,
dos olhos dos que estão desamparados,
que nas ruas vivem todos jogados
e da vida já nenhuma certeza.
Luisa Garbazza
13 de dezembro de 2016
Noite de chuva em Bom Despacho

sábado, 10 de dezembro de 2016

Gente que vem, gente que vai



Viver é um mistério.
A vida, efêmera como é, encarrega-se de ir descortinando, à nossa volta, os quadros que farão parte da galeria de nossa existência. Nem sempre eles se apresentam como perfeitas obras de arte. Às vezes trazem borrões, sombras, partes ocultas; às vezes, aparecem cenas inacabadas. Muitas vezes, entretanto, a aquarela da vida nos brinda com cores vivas e belas imagens que nos proporcionam alegria e paz, nos impulsionam e nos dão força e equilíbrio na caminhada do dia a dia.
Nesses trilhos da vida, sejam cheios de luzes e cores ou ofuscados pelas sombras, nunca estamos sós: são muitos os que acompanham nosso viver. Uns nos acompanham a vida toda; outros, por um longo tempo. Alguns ficam por pouco tempo; outros, por algumas horas, instantes talvez. E nós também estamos sempre cruzando os passos de outras pessoas. A vida vai determinando o tempo e o lugar para cada encontro: cada chegada, cada partida.
No entanto não é o tempo de convivência que determina a força da presença de alguém em nossa vida, e sim as circunstâncias, o modo de agir, os acontecimentos. Há os que estão por perto a vida toda e nem se aproximam de fato. Há os que andam de mãos dadas conosco em certos percursos da caminhada. E há, ainda, aqueles tão especiais que algumas horas são suficientes para se tornarem inesquecíveis.
Em uma dessas idas e vindas da vida, ela nos trouxe uma pessoa muito especial. Alguém que aqui veio há uns seis anos, com jeito desconfiado e ares de “o que eu estou fazendo aqui”.  Alguém que chegou com certo receio do desconhecido, mas trouxe à sua frente a fé e a marca da presença de Nosso Senhor Jesus Cristo: Padre Mundinho. Parecia um pouco distante, mas, passado “o susto”, concentrou-se em sua missão e, com responsabilidade, determinação e muito trabalho, tornou-se um pároco prestativo, popular e respeitado. 
Durante esses seis anos, Padre Mundinho foi conduzindo o povo, fortalecendo as comunidades, fazendo amizades, criando laços. Agora chega a vida – com suas voltas que nem sempre são fáceis de absorver – traçando um novo quadro: outros caminhos, outras cores, novas paisagens. Quando contemplamos a nova realidade imposta pela vida, percebemos a ausência de algumas pessoas e notamos outras que sequer imaginávamos. Nessa reviravolta, encontramos novamente o Padre Mundinho. É dele a silhueta que falta nessa nova paisagem. É dele a ausência sentida. O barco da vida veio e chamou-o para navegar em outras águas. E permanece ali, ancorado, lembrando que o dia da partida – já marcado e sabido de todos – se aproxima, seja o tempo favorável ou não.
Ainda bem que temos esse tempo de espera. Assim podemos ir nos acostumando com a ideia. Podemos aproveitar os últimos dias para demonstrar afeto, amizade, carinho. Temos tempo para dizer-lhe o quanto lamentamos sua partida. Dizer-lhe que sua presença – que começou um pouco apagada, tal e qual a maioria dos começos – ganhou força, brilhou, tornou-se fundamental entre nós. Temos tempo para falar da segurança que sentimos em sua companhia, da confiança e do reconhecimento por tantos projetos realizados em prol da paróquia. Tempo ainda para dizer do coração apertado, para desejar-lhe uma partida serena e uma estada feliz. Que o barco da vida possa levá-lo para águas serenas e férteis na fé e no acolhimento. Que sua presença possa transmitir luz e cor naquela paisagem.
Padre Mundinho, obrigada pela confiança e pelo privilégio de trabalhar com o senhor durante todo o seu ministério aqui, na Paróquia Nossa Senhora do Bom Despacho. Foi um tempo de muito trabalho, mas de muita alegria. Que Deus o abençoe em sua nova missão. Quem sabe um dia a vida nos pinte uma bela aquarela e, entre as paisagens sugeridas para os próximos anos, possamos enxergá-lo novamente nessas paragens!?!
Luisa Garbazza
Publicação do jornal "Paróquia N. S. do Bom Despacho"
Dezembro de 2016

Homenagem ao pároco Pe. Mundinho.





terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Almas entrelaçadas


Duas almas no amor são envolvidas.
De dois corações, essências sentidas.

A vida com outra vida concorda.
E por não se bastar, cresce, transborda.

Renasce então uma bela esperança,
que vem em forma de uma criança.

Venho com carinho felicitar,
pelo filho que breve vai chegar.

Antes do começo era esperado
E por todo o sempre será amado.

Que venha saudável, cheio de luz
e seja abençoado por Jesus.

Não tem rosto nem voz que se escutar,
Mas dá para imaginar seu olhar.

À família traga paz e euforia

e seja ponte, força e harmonia.

Dos pais, amor e desejo sentidos:
– Ver nos meus os seus olhos refletidos.

Da mãe – Regiane – toda alegria
Do pai – Aelson – o sonho e a magia.

Trará mais vida a esse matrimônio
a chegada de um príncipe: Antônio.

Luisa Garbazza
5 de dezembro de 2016

A inspiração não escolhe motivos nem momento para se manifestar: foi olhar essa foto e me emocionar.
Então ouvi o coração gritar: "Escreva! Escreva!"
Não resisti.   

Aí está: uma homenagem à minha sobrinha Regiane – futura mamãe   e sua família.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Vigiai e orai

A Igreja está vivendo um período de renovação: o novo Ano Litúrgico já começou. Estamos celebrando o Advento: tempo de preparação para a chegada do Salvador. Cada cristão é convidado a fazer a sua renovação pessoal, o seu retorno à casa do Pai, a sua preparação para bem viver o Natal.
Neste tempo de revisão de vida, precisamos nos lembrar das palavras de Jesus: “Vigiai e orai, para não cairdes em tentação”. (Mt 26,41) Esse “Vigiai e orai” deve nos acompanhar por toda a nossa vida, mas, em alguns tempos litúrgicos, a Igreja nos coloca essa máxima para ser vivida com mais fervor. Estar vigilante significa não se descuidar das coisas sagradas, não se entregar às coisas mundanas, seguir o que Jesus nos ensinou e permanecer em sintonia com Deus. Isso, em tudo que vivemos e somos.
Vigiar a forma de viver, de lidar com os problemas impostos pela vida. Nossas atitudes, nossos pensamentos, a forma com que tratamos as pessoas à nossa volta, principalmente os menos favorecidos, a maneira como acolhemos o outro com todas as suas dificuldades e diferenças, tudo isso vai nos mostrando se realmente estamos vigilantes. Na imensidão do universo, somos apenas um grão de areia, nada mais que isso. De nada vale um coração cheio de vaidades, de sensação de poder, de pensamentos superiores, cogitando sermos mais que aqueles ou aquelas. Talvez, quando pensamos assim, é que nosso grãozinho de areia esteja passando por transformações e perdendo intensidade. Talvez quando nos julgamos grandes, estamos menor ainda diante de Deus; quando nos julgamos poderosos, somos mais frágeis do que possamos imaginar. Na verdade, quando imaginamos que não precisamos do outro, que somos capazes de tudo, estamos perdendo a oportunidade de conviver com as pessoas, descobrir as qualidades dos outros, conhecer a maravilha de trabalhar em equipe, um ajudando o outro, buscando novas possibilidades, aliviando o fardo.
Orar a todo o momento, por nós mesmos e pelas outras pessoas, pois somos todos filhos de Deus. Orar pelos que estão ao nosso lado, lutando as mesmas batalhas, buscando os mesmos ideais, e pelos que estão do lado contrário, impulsionando o barco para águas turvas e difíceis de navegar. Orar não só por aqueles que vivem e pregam o amor, a ternura e a paz, mas também pelos que carregam em si a frieza da razão, que vivem sem coração e sem fé, deixando atrás de si rastros de desesperança e aridez. Orar por todos os que esperam em Deus, que fazem da vida uma entrega aos desígnios divinos; também pelos que ainda não descobriram em si mesmo a presença do Todo-Poderoso. Orar pelos que vivem edificando e plantando flores no jardim do vizinho; orar também pelos que vão semeando desertos, destruindo sonhos, plantando desamor. 
Vigiai e orai todo tempo. Peçamos a Deus a graça de atravessar esse tempo do Advento com esse pensamento: preparar o nosso coração para receber o Deus-menino que quer nascer entre nós. Que possamos reconhecer no outro a presença desse Jesus que vem e, assim, ver no semelhante alguém digno de ser amado, ser cuidado e respeitado, pois é nosso irmão, filho do Pai celeste. Peçamos a graça de um coração vigilante, não apenas agora, mas em cada dia de nossa existência. Peçamos também, a graça de estarmos sempre preparados para a chegada de Jesus em nossa vida. Assim, quando Ele se aproximar e perguntar "Quem enviarei? Quem irá por nós?", podemos responder, sem vacilar, tal e qual o fez o profeta Isaías: “Eis-me aqui, Senhor! Envia-me!”.
Luisa Garbazza

Publicação do Informativo Igreja Viva
Paróquia N. S. do Rosário
Dezembro de 2016

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Graças pela misericórdia divina

Durante todo o ano litúrgico, procuramos viver nossa fé e trabalhar pelo bem da Igreja de Cristo. Muitos foram os momentos em que necessitamos das graças de Deus para continuarmos nossa caminhada. Além da nossa vida diária – família e trabalho –, nosso tempo é dividido em ações de caridade, orações, trabalho em pastorais, participação na Santa Missa. Em todas elas, temos a certeza da presença de Deus ao nosso lado, orientando-nos, protegendo-nos, guiando nossos passos. Nesse mês de novembro, em que o ano litúrgico está acabando, precisamos voltar nosso olhar para Deus e render a Ele nosso canto de ação de graças.
Especificamente em 2016, o final do Ano Litúrgico vai coincidir com o término do Ano Santo da Misericórdia. Foram muitas graças recebidas das mãos do Criador desde a abertura da Porta Santa, em dezembro de 2015.
Na Forania de Lagoa da Prata, a Porta Santa da Misericórdia foi aberta, em Santo Antônio do Monte, dia vinte de dezembro de 2015, na Igreja Matriz de Santo Antônio. Aquela paróquia estava preparada para receber peregrinos das outras paróquias da forania, ao longo do ano. Além disso, o bispo diocesano, Dom José Aristeu, deu abertura para a concessão da Porta Santa, às outras paróquias, por ocasião da festa do padroeiro – ou padroeira.
Na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, a permissão veio no dia sete de outubro, dia de nossa padroeira. Eram dezoito horas e cinquenta minutos, quando cheguei à praça em frente à Matriz. Tudo estava preparado para a cerimônia de abertura. As portas da igreja fechada. Os fiéis foram se aglomerando em torno do altar ornado em frente à porta principal. No início da cerimônia, a leitura do decreto de concessão da porta, na voz da Beth. Depois, as significativas palavras do Padre Cristiano, que nos orientou, nos sensibilizou, nos convidou a entrar pela porta – lindamente decorada – e receber as indulgências plenárias. Foram momentos de emoção e paciência. A igreja ficou pequena para o número de fiéis ali presentes. Alguns ficaram nas portas ou do lado de fora. Em seguida, Padre Cristiano nos conduziu os pensamentos para uma profunda revisão de vida e arrependimento dos pecados. A celebração eucarística selou esse momento de paz e confiança na misericórdia de Deus.
Assim como nesta celebração, durante todo o Ano Santo, contamos com a misericórdia e o perdão de Deus para nós mesmos e para os nossos irmãos falecidos. Então, neste tempo de ação de graças, temos mais ainda o que agradecer.
Nós vos damos graças, ó Pai, pela misericórdia infinita que acolhe nossos sofrimentos e os transforma em bênçãos; que nos ajuda a entender os reveses inevitáveis da vida; que nos dá força para prosseguir a caminhada depois de cada queda; misericórdia que abastece nossas forças e não nos permite perder as esperanças de um amanhã mais fraterno.
Por essa misericórdia infinita que valoriza os pequenos e os humildes, concedendo-lhes sabedoria para entender os desígnios de Deus: “Eu te bendigo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequenos.” (Mt 11,25)
Por todo esse acolhimento, esse amparo, essa misericórdia; por nos conceder tantos benefícios, dos quais, aos olhos humanos, nem somos merecedores: Nós vos damos graças, ó Pai.

Luisa Garbazza

Publicação do "Informativo Igreja Viva"
Paróquia N. S. do Rosário
Novembro de 2016

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Um só caminho

Novembro de 2016. Como o tempo passa rápido!
Aproxima-se o final de mais um ano litúrgico. Outro círculo vai se fechando.
Agora é o momento de fazer um balanço de tudo que vivemos durante este ano. Ver o que foi bom e o que podemos melhorar. Colocar diante do Pai todas as obras que conseguimos fazer em prol de nós mesmos, da família, da comunidade, do irmão. Também aquelas que, por um motivo ou outro, não conseguimos realizar. Enumerar as maravilhas que o Criador fez em nossa vida e por elas dar graças. E comprovar, mais uma vez, a bondade e a misericórdia de Deus para conosco.
No final do Ano Litúrgico, também encerramos o Ano da Misericórdia. Deste também devemos fazer uma retomada. Quantas coisas vivemos para que acreditemos, com mais confiança, na profunda misericórdia de Deus! Foram vários os momentos de espiritualidade e comunhão entre os fiéis, que se reúnem em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, desde a abertura da Porta Santa, em Roma, dia oito de dezembro de 2015. Em nossa forania, estamos em maior sintonia com a misericórdia de Deus desde o dia vinte de dezembro de 2015, quando a referida porta foi aberta em Santo Antônio do Monte.
Em nossa paróquia, tivemos a oportunidade de passar pela Porta da Misericórdia em vários momentos, por concessão do Bispo Dom José Aristeu. A mais significativa delas, vivemos no mês de maio, por ocasião da Festa da Padroeira, Nossa Senhora do Bom Despacho. A Porta Santa, cuidadosamente preparada, abriu-se para a passagem do povo de Deus, que orava, cantava, pedia misericórdia. Foram momentos de muita alegria, vividos na espiritualidade e na certeza de que Deus estava recebendo nossas orações e nosso desejo de perdão e indulgência, para continuarmos nossa caminhada de cristãos, rumo à morada celeste.
No mês de agosto, tivemos a Porta Santa na festa de Santa Rosa de Lima, no Engenho do Ribeiro. Festa bonita, realizada com carinho e esmero pelos moradores daquela comunidade.
Em setembro, tivemos o privilégio da Porta Santa da Misericórdia na Capela do Senhor Bom Jesus da Cruz do Monte, por ocasião da Semana da Santa Cruz. Durante toda a semana – que começou com a abertura da porta no domingo, dia 11, passou pela Exaltação da Santa Cruz, dia 14, e encerrou-se no sábado, dia 17 – tivemos a oportunidade de passar pela Porta Santa e pedir por nós mesmos e por nossos irmãos falecidos. Além disso, tivemos momentos de espiritualidade, de enriquecimento cultural e de comunhão fraterna.
Agora, quase encerrando o Ano da Misericórdia, é tempo de ação de graças. Graças a Deus pelos momentos vividos, durante este ano, por amor a Ele e à sua Igreja; por amor aos irmãos e irmãs em Cristo; pela confiança em sua presença no meio de nós.
Obrigada, Senhor, pela Igreja Católica que, conduzida pelo Papa Francisco, nos ajuda a viver nossa fé. Pela Paróquia Nossa Senhora do Bom Despacho, onde temos a oportunidade de trabalhar pela construção de um mundo mais justo e fraterno. Por nosso pároco, Padre Mundinho, que tão bem conduz as atividades em nossa paróquia. Pelo Padre Antônio Otaviano, Padre Rogério e Padre Jayme, que, como operários do Senhor, também ajudam a conduzir o povo de Deus. Pelo Padre Robson e Padre Pedro, que muito fizeram por nossa paróquia e por toda a cidade.
Obrigada também por todos nós, filhos e filhas de Deus, que estamos nesta caminhada, buscando a glória eterna, errando e acertando, mas sempre com o pensamento firme e a certeza de que o caminho é um só: o caminho que nos leva a Deus, ensinado por Jesus Cristo.
Luisa Garbazza
Publicação do Jornal Paróquia Nossa Senhora do Bom Despacho
Novembro de 2016

domingo, 13 de novembro de 2016

Aniversário do Ativa em Revista


Programa Ativa em Revista,
cinco anos completando,
muita alegria prevista
e todos participando.

Sempre pronto a agradar,
o nosso amigo Homero,
o programa a comandar,
tudo feito com esmero.

Sua equipe sempre à vista,
o programa a preparar:
música que nos conquista,
nos enleva e faz sonhar.

Quero a todos abraçar,
nesta data tão querida,
também parabenizar
e desejar longa vida.
                                Luisa Garbazza
   13 de novembro de 2016

Em especial para o meu amigo Homero Couto

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Será?

A vida é feita de momentos:
momentos de paz e alegria,
de introspecção e recolhimento;
momentos de quietude e calmaria,
também de júbilo e contentamento.

As ocasiões se contrapõem:
há momentos de profunda dor e tristeza,
de desânimo e extrema solidão;
momentos de abandono e frieza,
também de abatimento e escuridão.

São meus esses lamentos:
Será que o mesmo sol que brilha,
capaz de todo o planeta clarear,
pode conhecer a partilha
 e a alma das sombras tirar?

Minhas ideias se sobrepõem:
Somente o Deus do infinito,
capaz de tudo criar,
pode ouvir esse meu grito
e a minha alma acalmar.
Luisa Garbazza

No momento do lusco-fusco do dia oito de outubro do ano de dois mil e dezesseis.


terça-feira, 11 de outubro de 2016

Onde mora o coração



Chega-nos às mãos a segunda publicação literária de Luisa Garbazza. Após Histórias de vida e para a vida , temos agora Onde mora o coração . Ambos compartilham o estilo ágil e o encantamento das palavras que fluem qual torrente límpida, fornecendo água pura e refrigério. Temos a prosa poética que fala das coisas simples da vida e que são, precisamente por isso, as mais importantes. Se o primeiro livro falava do cotidiano observado com olhos argutos e coração intenso, a presente obra leva-nos de volta ao passado idílico da infância, marcada por suas belezas, fantasmas e anjos. Figuras marcantes que forjam a memória e o ser. É a memória que pulsa e irriga a vida. O cenário de ambos é nossa querida Bom Despacho, genuinamente mineira, marcada pela acolhida de seu povo e pela religiosidade profundamente enraizada. Aliás, vemo-la progredindo decididamente rumo ao progresso cultural. Variadas iniciativas vão surgindo em todas as belas-artes, dentre as quais esse precioso livro. Isso fortifica a alma generosa de nosso povo e nos lança, altaneiros, no panorama nacional e internacional.

Trecho do prefácio - escrito por Matheus Garbazza

21 de outubro, às 19h,
Livraria Leitura do Pátio Savassi.

***

 É gratificante ver minha obra partindo para outras paragens.
Que Deus abençoe essa fase.
Meu maior sonho é ver essa história - a vida de minha mãe - sendo lida por mais e mais pessoas.
Se você, meu querido leitor, puder ajudar a espalhar essa notícia - e essa obra -, ficarei imensamente grata, pois é, realmente, uma obra de encanto, ternura e muita fé.

Abraços a todos.

Luisa Garbazza

11 de outubro de 2016

domingo, 9 de outubro de 2016

Reveses da vida

Em nossa caminhada nesta vida, são muitas as vezes em que nos deparamos com situações difíceis, dolorosas e ficamos sem saber que rumo tomar. O sofrimento quase sempre nos pega desprevenidos e deixa-nos confusos e desnorteados. E todos, em tempos e situações diferentes, vamos enfrentar fases complicadas em nossa jornada terrena. Nesses momentos, é luta vã tentar resolver tudo sozinho: precisamos uns dos outros e, acima de tudo, precisamos de Deus para nos amparar, acalmar nossa alma e guiar nossos passos.
Precisamos de Deus quando parece que nada dá certo em nossa vida; quando passamos por dificuldades financeiras; quando temos que tomar decisões importantes, que podem transformar nosso dia a dia; quando fica complexo o relacionamento com o outro, seja em família, no trabalho ou na igreja.
Precisamos de Deus quando a doença vem tirar nosso sossego; quando sentimos que estamos perdendo a esperança na vida; quando passamos por momentos de desgaste na fé, atravessando o deserto da existência. Precisamos ainda mais de Deus quando a vida nos ceifa um ente querido. Nessa hora em que tudo o mais parece perder o sentido, só mesmo a fé na presença divina pode confortar nossa alma.
É motivo de dar graças a Deus, quando encontramos pessoas que se entregam totalmente nos braços do Pai e a Ele confiam todos os dias de sua vida. Assim o fez minha mãe, dona Maria da Conceição Garbazza, uma santa mulher. Outro dia, peguei um caderno onde ela deixou registradas suas orações e, entre tantas, encantei-me com esta, inspirada do versículo 8 do salmo 35:
“Meu Deus, como é maravilhoso saber que eu tenho um Deus, um Pai em quem eu posso confiar! Estou escrevendo com os olhos rasos de lágrimas, mas são lágrimas de amor por Vós. Tenho certeza de que Vós estais aqui comigo. Em todo lugar, sinto a vossa proteção. Sem Vós, meu Deus, não sou nada; sem a vossa luz, não sei para onde ir. É em Vós que me refugio, pedindo proteção contra as maldades do mundo. Vós, Senhor, sois o meu socorro divino, minha segurança e alegria, meu tudo. Eu me entrego em vossas mãos: faça de mim o que quiseres. Sou vossa, Pai! Amém.”
Dai-nos, ó Deus, a graça de, também nós, termos a fé e a simplicidade necessárias para nos abandonarmos em suas mãos e confiarmos, de alma e coração, em sua infinita misericórdia. Só assim poderemos passar pelos reveses da vida sem nos distanciarmos de sua proposta de vida e salvação. 
Luisa Garbazza


Crônica dedicada à nossa querida Salomé, que está passando por um desses momentos e, tenho certeza, está se abandonando nos braços do Pai.
Que Deus conforte o seu coração, Salomé.


Publicação do Informativo Igreja Viva
Paróquia N. S. do Rosário - outubro de 2016 

 

sábado, 8 de outubro de 2016

Alma irrequieta


Há dias em que necessitamos de reclusão:
dias de alma irrequieta, carente de solidão.
Momentos de se aquietar
ouvir o coração a sussurrar – ou a gritar.
Retomar, de onde parou, o rumo da vida:
sem escalas, sem reservas, sem amnésias;
rever todas as passagens sentidas.
O passado não fica estagnado nas gavetas do inconsciente:
ele nos acompanha, interfere em nossa vida constantemente.
É preciso interagir com ele, estudá-lo, debatê-lo,
e, nesse julgamento, condená-lo ou defendê-lo.
Se a alma está irrequieta, ela precisa de atenção.
Talvez algo não tenha ficado resolvido: resta um senão.  
Talvez ela precise de um tempo para tudo processar;
as vicissitudes descartar; sonhos e esperanças abraçar.
Se a alma está inquieta, não pode ser ignorada:
é preciso parar um pouco e torná-la renovada.
Deixá-la divagar em busca da vida
que nas inevitáveis curvas do caminho ficou perdida.  
Talvez a caminhada delongue um pouco, vá fundo na história.
Talvez busque longe, em lugares esquecidos na memória.
Mas haverá sempre uma chegada, um encontro, uma saída,
uma oportunidade de revisão de vida, um novo ponto de partida.
Aí é a hora certa de fechar os olhos para descansar,
dormir, deixar o corpo relaxar,
dar vazão aos sonhos... e a mente serenar.
Certamente, o dia há de começar com mais brilho,
mais cor, mais alegria, sem empecilho.
Então, é só dar as mãos a si mesmo,
abrir um largo sorriso e sair em busca de novos horizontes,
novas paisagens, novos sonhos, novas fontes.

Luisa Garbazza
Manhã de sábado, 8 de outubro de 2016