domingo, 12 de março de 2017

Cuidemos do que é nosso

Juntamente com os três pilares que sustentam nossa caminhada quaresmal – oração, jejum e caridade – estamos vivenciando também a Campanha da Fraternidade: um tempo de estudo, reflexão, oração e de comprometimento com as questões sociais.
A Igreja nos propõe o tema: “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”, tendo como lema “Cultivar e guardar a Criação”.
Em suma, precisamos entender que cada um de nós é responsável pela vida no planeta. É nosso dever defender toda e qualquer criação divina. Além de cuidarmos uns dos outros, cuidar do ar, da água, da terra e de tudo que nela habita: “Louvado seja, ó Senhor, pela Mãe terra, / que nos acolhe, nos alegra e dá o pão”.
Ao ouvimos falar de biomas brasileiros, parece algo bem distante de nossa realidade. No entanto estamos inseridos nesses biomas. Bom Despacho fica em uma região de cerrado que precisa ser cuidada com carinho. Como podemos contribuir?
Quando chegamos hoje à igreja, encontramos uma realidade diferente daquela a que estamos acostumados. Com certeza, a presença de sacos de lixo espalhados pelo chão incomodou muita gente. O objetivo é justamente este: incomodar. E, através dessa atitude, conscientizar as pessoas para que cuide do próprio lixo. Ninguém joga lixo na igreja, nem em sua própria casa, mas as calçadas estão sujas, nossas ruas e praças estão cheias de papéis, embalagens e outros descartáveis. Saibamos que o lixo é um dos agentes destruidores dos biomas brasileiros.
Parece pouca coisa, mas isso nós podemos fazer. Além disso, um copo de água que deixamos de desperdiçar, o consumismo desnecessário que evitamos, o lixo que reciclamos, o verde que preservamos, tudo isso contribui para a constituição de um planeta mais saudável para nós e para nosso semelhante.  

Façamos a nossa parte e rezemos a Deus através da oração da Campanha da Fraternidade: “Ajudai-nos, Senhor, a ser responsáveis e zelosos pela Casa Comum. Cresça, em nosso imenso Brasil, o desejo e o empenho de cuidar mais e mais da vida das pessoas, e da beleza e riqueza da criação, alimentando o sonho do novo céu e da nova terra que prometestes. Amém”.
Luisa Garbazza

Texto para motivação da Campanha da Fraternidade 2017.
Apresentado nas missas dos dias 11 e 12 de março, 
nas igrejas da Paróquia N. Sra. do Bom Despacho. 

sábado, 11 de março de 2017

Cristão – um ser em formação

Ao sermos batizados, e termos o sinal da Cruz traçado sobre nós, recebemos o óleo sagrado e nosso nome é registrado nos livros da Igreja católica. Isso normalmente quando criança – bem pequena. Nem nos lembramos desse dia. Não sabemos nada da vida, nem quem somos, nem quem foi Jesus Cristo. Levados por nossos pais e padrinhos, somos batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Aos poucos, vamos recebendo os primeiros ensinamentos e somos apresentados ao Papai e à Mamãe do céu. E também a Jesus Cristo, que passa a ser nosso companheiro de caminhada. Quando já temos condições de assimilar esses preceitos, começamos a frequentar a catequese. Aí vamos aprimorar os ensinamentos recebidos do papai e da mamãe – nossos primeiros catequistas – e aprender os princípios básicos fundamentais para a peregrinação de todo cristão.
Frequentamos a catequese por mais ou menos cinco anos e aprendemos apenas o básico. Nossa catequese, entretanto, deve ser pela vida toda, em um aprendizado constante, um pouco mais a cada dia, em todos os dias de nossa vida: ninguém pode dizer que está pronto na fé. – Outro dia encontrei o Padre Antônio lendo um livro bem extenso sobre introdução à Liturgia. E nós, às vezes, achando que sabemos muito.
Os próprios catequistas precisam de formação. E nossa paróquia tem esse cuidado. Em fevereiro, antes mesmo de iniciarem os encontros com os catequizandos, houve quatro encontros, dos quais tive o privilégio de participar: momentos de socialização, de aprendizado, de experiência de Deus, de reafirmação de tão bela vocação.
No primeiro encontro, a Salomé levou-nos uma bonita mensagem sobre “A Fé”. Com sua voz firme, mas, ao mesmo tempo, tão terna, e com palavras profundas e verdadeiras, fez-nos refletir sobre nossa vivência de cristãos e como devemos cuidar da sementinha de fé que todos trazemos dentro de nós. Nossa missão, que não é nada fácil, é fazê-la brotar, crescer e frutificar.
O Diácono Douglas conduziu o segundo encontro: “A oração”. Com citações bíblicas, exemplos de vida e testemunhos, transmitiu-nos o valor da oração e a necessidade que temos de estar sempre em contato com Deus através dela. Com simplicidade e entusiasmo, Douglas abriu nosso coração para enxergarmos a generosidade de Deus, a amizade de Jesus, a presença de Maria e a intercessão dos santos.
Os Sacramentos” foi o tema abordado pelo Padre Antônio no terceiro encontro. Sempre nos enriquecendo com sua fala tranquila e cheia de sabedoria, Padre Antônio nos proporcionou maior aprofundamento sobre os sete sinais sagrados que recebemos ao longo da vida e que não nos deixam afastar da graça de Deus.
Por fim, no último encontro, o Luís Henrique falou-nos sobre “Os mandamentos”. Com seu jeito calmo, transmitiu-nos nossas obrigações de cristãos: viver de acordo com os mandamentos do Senhor. Mas mostrou-nos também a misericórdia infinita de Deus, sempre disposto a nos perdoar a cada vez que nos aproximarmos e pedirmos perdão.

Assim como os catequistas, todos os cristãos, principalmente nós que participamos ativamente da vida da Igreja, quer nas Pastorais, nas equipes de Liturgia, nas equipes de Canto, no Ministério da Eucaristia, carecemos de momentos de espiritualidade e aprofundamento na fé, comparada pelo próprio Jesus a um grão de mostarda. Lançá-lo na terra e vê-lo crescer é tarefa de uma vida toda. Talvez nem vivamos o suficiente para vê-lo florescer e frutificar. Não podemos, no entanto, desistir no meio do caminho, ou achar que já sabemos o bastante. Precisamos ter humildade para reconhecer nossa pequenez, aceitar que ainda temos muito que aprender e aproveitar, da melhor maneira que pudermos, os momentos de formação a nós oferecidos.
Luisa Garbazza

Março de 2017
Publicação do Jornal 
Paróquia N. Sra. do Bom Despacho

segunda-feira, 6 de março de 2017

Quaresma e fraternidade

     A Igreja, Mãe cuidadosa, oferece-nos, ao longo do ano, momentos específicos para reflexão, oração e crescimento da fé. Estamos iniciando, mais uma vez, o período da Quaresma. São quarenta dias nos quais somos convidados a um maior exame de consciência, a rezarmos uns pelos outros, a nos convertermos e nos aproximarmos mais de Deus Pai, que nos ama e nos acolhe. Nesses quarenta dias, somos também convidados a experimentarmos três práticas penitenciais: a oração, o jejum e a esmola. Assim estaremos nos preparando, mais intensamente, para bem viver a Páscoa. 
        Durante a Quaresma, a Igreja Católica nos propõe ainda a Campanha da Fraternidade: um tempo de orações, estudo, reflexões e práticas que nos levem a um maior comprometimento com as questões sociais; além da tentativa de chamar a atenção dos políticos e lideranças do país para as necessidades mais urgentes, tanto do povo quanto da terra em que vivemos. 
        Em 2017, com lançamento na Quarta-feira de Cinzas, a Igreja lança a campanha englobando, mais uma vez, a saúde do planeta. Definido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o tema deste ano é “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida". E o lema: “Cultivar e guardar a Criação”. Como cristãos e criaturas de Deus, somos responsáveis pela conservação de toda criação divina. 
         O objetivo maior da Campanha da Fraternidade deste ano é alertar para a importância dos biomas brasileiros, pois eles são essenciais para a preservação da vida em nosso país. É dever de cada um de nós fazer a nossa parte para a conservação de nossas matas e nossas águas. De acordo com o Bispo Diocesano de Foz, Dom Dirceu Vegini, “Tudo deve ser cultivado e guardado e não destruído. A vida é toda ela fraternal. Queremos intensificar uma pastoral em defesa da vida de todos os seres vivos do planeta. A Igreja tem uma responsabilidade pela criação, deve defender a terra, a água, o ar como dons da criação que pertencem a todos. Queremos harmonia entre ecologia humana e ecologia ambiental. O ser humano é guardião de toda a criação e de todas as criaturas”. 
     Com a consciência de que também precisamos fazer a nossa parte, reflitamos com o hino da Campanha, que nos diz: Louvado seja, ó Senhor, pela Mãe terra, / que nos acolhe, nos alegra e dá o pão. / Queremos ser os teus parceiros na tarefa / de “cultivar o bem guardar a criação”. E nos lembra dos biomas brasileiros, cada um com sua característica e sua função específica, formando a unidade do nosso chão: a Amazônia, o Cerrado, a Caatinga, os Manguezais, o Pantanal e os Pampas. 
      Façamos a nossa parte, no dia a dia, para a preservação da natureza. Parece pouca coisa, mas podemos colaborar: um copo de água que deixamos de desperdiçar, o consumismo desnecessário que evitamos, o lixo que reciclamos, o verde que preservamos, tudo isso contribui para a constituição de um planeta mais saudável para nós e para nosso semelhante. Também podemos rezar e pedir a Deus que nos oriente nessa missão, com a oração da Campanha da Fraternidade: “Ajudai-nos a ser responsáveis e zelosos pela Casa Comum. Cresça, em nosso imenso Brasil, o desejo e o empenho de cuidar mais e mais da vida das pessoas, e da beleza e riqueza da criação, alimentando o sonho do novo céu e da nova terra que prometestes. Amém”. 

Luisa Garbazza 

Março de 2017 
Publicação do Informativo Igreja Viva 
Paróquia N. Sra. do Rosário