terça-feira, 26 de junho de 2012

Palavras em movimento II


"O primeiro dos bens, depois da saúde, é a paz interior."
                                               (François de La Rochefoucauld)

"Para santificar a profissão, é necessário, primeiro que tudo, trabalhar bem, com seriedade humana e sobrenatural." 
                                               (São Josemaria Escrivá)

"Devemos ter a humildade de não confiar simplesmente em nós mesmos, mas de trabalhar, com a ajuda do Senhor, na vinha do Senhor, confiando-nos a Ele como frágeis 'vasos de barro'.”
                                              ( Bento XVI)

"O campo fértil, se não for renovado com o assíduo arado, só produzirá capim e espinhos."
                                              (Ovídio)

"Se você não pode conquistar algo importante hoje, conquiste algo menor. Pequenos riachos se transformam em rios poderosos."

"Por que te zangas, se zangando-te ofendes a Deus, incomodas os outros, passas tu mesmo um mau bocado... e por fim tens de te acalmar?"
                                              (S. Josemaría Escrivá )

"A vida familiar é a primeira e insubstituível escola das virtudes sociais, como o respeito pelas pessoas, a gratuidade, a confiança, a responsabilidade, a solidariedade, a cooperação."
                                              (Bento XVI)

"O homem perde a dignidade quando não é capaz de conhecer a verdade, quando tudo não passa de produto de uma decisão individual ou coletiva."
                                              (Cardeal Joseph Ratzinger)

"Viver é defrontar dificuldades, sentir no coração alegrias e pesares; e é nesta forja que o homem pode adquirir a fortaleza, a paciência, a magnanimidade e a serenidade."
                                              (S. Josemaría Escrivá)

"Estar cheio de vida é respirar profundamente, mover-se
livremente e sentir com intensidade."
 
                                               (Alexander Lowen)

"Aos poucos vou aprendendo a ver, em pequenos episódios que se apresentam diante de meus olhos, lições de vida, de gratuidade, de doação sem limite, que traduzem a essência da vida."
                     (Luisa Garbazza - Da crônica "Pureza de coração")

"O silêncio proporciona a reflexão que pode permitir à pessoa uma descida ao fundo de si mesma e abrir-se ao caminho de resposta que Deus inscreveu no seu coração."
                                        (Dom Walmor Oliveira de Azevedo)

"A adversidade desperta em nós capacidades que, em circunstâncias favoráveis, teriam ficado adormecidas."

"A opinião dos outros e mesmo a nossa são pistas, mas nunca a essência do que somos. Essa, na verdade, nunca descobriremos."

"A felicidade é uma magia tão bela, que só se instala nos corações das pessoas que realmente acreditam e criam a paz e dentro de si."

"A rotina incomoda os que têm dificuldade de conviver consigo mesmo e precisa ter sempre alguém ou algo novo para preencher o vazio deixado pela falta de amor próprio." 
                                     (Luisa Garbazza - Da crônica "Rotina feliz")

                          
Observação 

Amo citações.
Pena que algumas ficaram órfãs, pois não encontrei o autor.
Se alguém souber, pode se manifestar.


segunda-feira, 25 de junho de 2012

Diagnósticos


Certos acontecimentos na vida, esses que surgem do nada, sem nos darmos conta, causam tamanho desarranjo que abalam consideravelmente nossa estrutura emocional. Passei por um, bem nesses moldes, recentemente.
Vivi as últimas semanas voltada quase exclusivamente para o encontro de casais. A rotina muda, as atividades se intensificam, reuniões se sucedem... Quando chegou o dia propriamente dito já estava cansada. Foram três dias muito frios e, como tenho a saúde frágil, os resultados não foram muito positivos para mim. Tive um forte resfriado, acompanhado por febres altíssimas que me derrubou. Passei a noite de domingo e a segunda-feira com febre cada vez mais intensa. No início da noite, o Flávio, meu esposo, levou-me ao hospital. Muito desagradável a espera. Não tinha forças nem para manter os olhos abertos. Quando chegou a minha vez, o médico examinou-me, passou-me para um quarto de observação e, na manhã seguinte, para a internação.
Durante a noite o médico pediu um exame de sangue e uma radiografia do tórax. Fez um diagnóstico sugestivo de pneumonia e medicou-me adequadamente.
No quarto do hospital foi horrível. Sentindo mal, muitas dores, febre, uma água quente a escorrer-me pelos olhos, que era confundida com lágrimas, sem ânimo algum e sozinha – não permitiram a permanência do Flávio. E o pior, uma enxurrada de pessoas – enfermeira, técnica de enfermagem, nutricionista, psicóloga, médico, acompanhantes de outros internos – todos com uma chuva de perguntas que eu respondia com meias palavras, pois além de total debilidade estava quase sem voz. O único refrigério foi a hora de visitas em que tive a companhia do Flávio e do meu filho, Rafael.
Mas a angústia havia apenas começado. À noite, ainda sem melhoras, estranhei a chegada apavorada de uma enfermeira que começou a recolher minhas coisas de maneira urgente e disse que ia me levar para outro quarto. Juntou tudo, retirou o soro do suporte e saiu me puxando. Fui cambaleando, segurando aqui e ali, tonta, até chegar ao novo destino – um quarto pequeno e estreito. Como não estava em condições de questionar, limitei-me a deitar sem entender o que estava acontecendo. “Você vai ficar aqui até descobrir o que você tem.” Ela saiu, fechou a porta e retornou logo depois com um recipiente plástico. Passou-me as instruções para colher secreções do escarro por três dias consecutivos, e tornou a sair. Nesse momento entendi tudo: pensavam que eu estava com tuberculose. Comecei a entrar em pânico, mas parei e tive a certeza de que esse não era um motivo para preocupação. Graças a Deus eu não tenho essa doença. A experiência nos ensina. Já tive outras crises iguais a essa.
Acordei bem mais disposta no outro dia e colhi o material para exame. Mas tenho que confessar que mesmo sabendo do erro no diagnóstico, passar o dia sozinha naquele quarto foi bem desgastante. Um ventilador silencioso; um televisor falando sozinho; uma janela com pouca abertura que se descortinava para outras iguais; e, em frente à cama, uma parede neutra que me devolvia imagens que se tornavam reais sempre que meus olhos se fechavam – delírios nos momentos de extrema fraqueza. Na hora de visitas, o Flávio e o Rafael apareceram com máscaras causando-me certo estranhamento.
Passei o dia ali, quase sem assistência e sem medicamentos, pois o médico só apareceu à noite. Acabei descontando nele todo o nervosismo e a angústia de um dia tão obscuro.
O dia seguinte não foi muito diferente. Apesar de receber assistência e medicação devidamente, o lugar não ajuda. A porta fechada; a máscara em cada profissional que entra; a placa na porta do quarto – isolamento; a cara das pessoas – dá para perceber quando alguém abre a porta; a falta de visitas, que são barradas na portaria. Até o Flávio e o Rafael foram barrados e tiveram que argumentar para conseguirem chegar até mim. Constrangimento total.
Quando o resultado do exame saiu – NEGATIVO, a música ganhou novos acordes. O discurso mudou completamente. Porém, nada será suficiente para mudar os efeitos de uma atitude tão imponderada.
Isso também acontece em nossa rotina de vida. Muitas análises são feitas sem pensar. Muitas palavras inconsequentes são ditas – ou mal ditas. E assim vamos deixando para trás oportunidades de viver cada dia de maneira mais amena. Vamos perdendo oportunidades de aproveitar as coisas simples da vida e enfrentar os obstáculos com mais esperança e fé. Isso tudo vai ficando para trás em cada “diagnóstico precipitado”, em cada palavra mal interpretada, em cada perspectiva perdida.
Luisa Garbazza – 25 de junho de 2012

domingo, 10 de junho de 2012

Juventude católica



“A juventude é a semente que Deus na terra semeou
Tornou-se flor, tornou-se gente, e o mundo nunca mais parou.”

Com essa frase, padre Zezinho começa uma música que fala sobre a necessidade de os jovens esperarem o tempo certo para tomar atitudes em cada fase da vida. Lembrei-me dessa canção, por acaso, quando passava os olhos pelas datas comemorativas de junho e lá estava: 21 de junho – Dia da Juventude Católica.
A primeira ideia que me veio à memória foi a situação do jovem hoje. Nesse mundo globalizado em que vivemos, valores como esse, cantado pelo padre Zezinho, tornaram-se obsoletos, fora de moda, exceções à regra. O jovem é bombardeado por informações e modelos de vida baseados em antivalores morais que cada vez mais passam a ser seguidos de forma aberta e liberal. As leis, em um país que quer ser essencialmente laico, estão cada vez mais materialistas, derrubando censuras e apoiando projetos contrários à defesa da vida em quaisquer circunstâncias.
Nós cristãos, que queremos viver segundo os ensinamentos de Cristo, ficamos ilhados em meio a tantas atitudes de violência social, física e espiritual. Isso afeta principalmente os jovens por estarem em fase de autoconhecimento, de escolhas, de amadurecimento na fé. O mundo oferece a eles tantos outros caminhos, com promessas de dinheiro fácil e prazeres diversos, e muitos se entregam abandonando família, igreja, amigos. Por isso eles precisam mais do que nunca de apoio, de incentivo, de carinho e de espaço para mostrarem seus anseios, seus dons, sua alegria.
Felizmente, é crescente o número de jovens que são católicos e não têm vergonha de demonstrar que o são. Basta acompanhar pela televisão, pelas redes sociais e também em nossa cidade. São muitos eventos com a presença efusiva dessa juventude distinta, que quer participar, mostrar a todos a sua fé, louvar a Deus e viver na esperança de dias melhores.
Sinto uma ternura muito grande por esses jovens que se entregam aos ensinamentos de Cristo e se colocam a serviço do reino; participam de projetos sociais; reúnem-se em grupos para louvar e agradecer por todos os benefícios concedidos; que usam a internet, principalmente o Facebook para registrar seu amor e sua confiança em Deus. Jovens que brincam, cantam, celebram, riem, choram, questionam, mas sem perder a direção nem a fé.
Exemplo bem concreto é o nosso JC (Juventude Construindo), grupo de jovens de Bom Despacho. São jovens católicos espalhados pela cidade, nas várias paróquias, que dão testemunho de vida cristã, participam das celebrações, organizam quadrilhas nas festas juninas, apresentam-se nos eventos da Igreja e reúnem-se sempre, aos sábados, para um tempo forte de experiência de Deus. Divididos em ministérios, cantam, encantam e emocionam com suas músicas, suas coreografias, suas orações de louvores. Seu diferencial é a alegria. Sempre os vejo com um sorriso aberto, bonito, acolhedor. É a juventude católica em nosso meio.
Muito propício celebrar essa data nesse período em que o mundo todo, principalmente o Brasil, se prepara para viver uma das maiores emoções: a Jornada Mundial da Juventude. Jovens do mundo todo se reunirão no Rio de Janeiro para receber o papa Bento XVI e acolher sua mensagem. A Igreja precisa mesmo valorizar a presença do jovem, tanto para ajudá-los a viver segundo o evangelho de Cristo como para se enriquecer com seu jeito entusiasmado de realizar cada tarefa.
Por isso, acreditemos na força dessa juventude e peçamos a Deus que os impulsione a serem cristãos autênticos testemunhando os ensinamentos de Cristo no dia a dia, nas escolhas que fazem, na convivência com o outro, na família e na sociedade. Que os jovens tenham sempre em mente a necessidade de ajudar os mais necessitados, de colocar os dons recebidos de Deus a serviço dos irmãos e vivam como nos ensina o próprio padre Zezinho nessa mesma canção:
“A vida é como um tanque cheio que sente que precisa dar,
não tendo quem receba dele, ele também se fecha e para de ganhar.”
Luisa Garbazza

Texto originalmente publicado no "Informativo IGREJA VIVA", da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, no mês de junho.

Em especial para você, jovem.