Queridos
leitores, estamos iniciando o mês missionário. Somos convidados a intensificar
nossas orações pelas missões e a reservar um pouco do nosso tempo para irmos ao
encontro do outro, do irmão necessitado de ajuda, seja corporal ou espiritual.
Seguindo
os passos de Cristo, além de rezar pelas missões e contribuir para ajudar os
que seguem nesse caminho, precisamos nos espelhar em tantos exemplos de
missionários e missionárias que conhecemos e, como cristãos, entender qual é a
nossa missão aqui na terra.
Em
se tratando do mês missionário, trago à memória minha santa mãe, dona Maria
Garbazza, uma grande missionaria, que dedicou todo seu tempo livre, mesmo tendo
que varar a noite em seus afazeres, para servir aos que pediam sua ajuda. Essa
foi sua missão, desde criança até a velhice, enquanto lhe foi possível se
locomover. E cultivava a oração. No meu tempo de criança, casa cheia, sempre
havia tempo para cultivar a espiritualidade em família. A reza do terço era
intensificada no mês de maio – Maria –, mês de agosto – vocações – e mês de
outubro – missões.
Vida
em missão
Para
nós, de paróquia sacramentina, o maior exemplo de missionário que temos é
justamente o do fundador, Pe. Júlio Maria De Lombaerde, que nos deixou um legado
de doação de vida – de corpo e alma – e hoje aguarda o momento de glória em
nossos altares.
Em
setembro, seguindo a ânsia devocional do Pe. Antônio Otaviano, SDN, fui mais
uma vez a Manhumirim. Ao avistar aquelas montanhas, a alma já se prepara para
viver momentos de intensa espiritualidade. Em cada canto daquela cidade, ainda
palpita o coração daquele homem de Deus, tão abençoado, que veio de muito longe
para trabalhar nesse bocado da messe do Senhor.
É
muito bom caminhar pelos lugares por onde ele passou, entrar nos espaços que
ele construiu, saber um pouco mais de sua história, tão envolvente, tão
abençoada, tão santa. É muito bom falar desse homem, que, já na mais tenra
idade, sabia o que queria ser: sacerdote da Igreja de Cristo. Para isso não
poupou esforços. Para isso enfrentou o tempo, as dificuldades, as mudanças, a
travessia do Atlântico, as adversidades e se embrenhou nas terras inóspitas da
Amazônia.
Primeiro
em Macapá, depois em Minas Gerais, deu passos certeiros na fé e no compromisso
com seu viver missionário. Cativou homens, mulheres e crianças; curou doentes,
ensinou, evangelizou, cuidou das pessoas. Em seu ideal vocacional, criou
congregações e arrebanhou homens e mulheres que se comprometeram a viver a
missão e espalhar o amor a Jesus Eucarístico e a Virgem Maria, mesmo às custas
de muito sacrifício.
A
envolvente história do Padre Júlio Maria, que o Pe. Heleno, SDN, nos apresenta
de maneira tão profunda, está gravada nas paredes e nos objetos do memorial.
Mas, à medida que vamos caminhando, a história transcende. É como se fizéssemos
parte dela. No coração, aplaudimos sua força de vontade, sua fé, seus feitos;
acompanhamos seus passos e nos impressionamos ao ver suas conquistas; admiramos
seu jeito de viver. Cresce em nós o amor por aquele homem barbudo, mas de
semblante sereno e grande coração. Tanto que nos emocionamos de verdade quando
acompanhamos as fotos e os relatos de sua morte, trágica, cruel, inesperada.
A
morte do Pe. Júlio Maria, no entanto, não ceifou sua missão. Ela continuou nas
famílias congregacionais que ele fundou, ultrapassou as barreiras do tempo e
perdura no nosso tempo. Somos “julimarianos”. Esforçamo-nos para sermos
merecedores desse título e rezemos para ver o Pe. Júlio Maria ser logo declarado
“beato” pela santa Igreja, pois acreditamos em sua santidade.
Servo
de Deus Pe. Júlio Maria, intercedei por nós.
luisagarbazza@hotmail.com
Publicação do Jornal Paróquia N. Sra. do Bom Despacho
Outubro de 2022