sábado, 30 de abril de 2022

Conversa com Maria


Oi, Maria!

Sim, Maria, a senhora mesma! A santa, a imaculada, a doce e sempre virgem Maria. A mais bela e santa mulher que já existiu.

Ouça-me, Maria! Quero muito lhe falar.

Falar de minha alegria em tê-la como Mãe, uma graça concedida depois de tanto sacrifício! A maternidade, para a senhora, não foi uma tarefa simples. Ao contrário, sabemos que passou por momentos de ansiedade, de angústia, de medo e de dor, muita dor, dor imensa e profunda. Mas sabemos também que tudo viveu, tudo suportou por causa de sua fé em Deus. Naquele momento, aos pés da cruz, já sem forças pelo peso de sua própria cruz, em comunhão com a dor de seu filho, atendeu ao último pedido de Jesus e aceitou ser nossa mãe. Foi com extrema ciência da responsabilidade de seu ato que o fizera, naquele momento e por toda a eternidade.

Como é sublime, Maria, ver chegar o mês de maio e ter a oportunidade de participar das homenagens prestadas à senhora como Mãe de Deus e nossa. Ainda mais neste ano, com a pandemia controlada, ver de volta as homenagens públicas, as orações, as coroações, a reza do terço.

Venerável senhora, qualquer homenagem é simples demais diante do seu merecimento. Então, a cada dia, em especial neste dia, quero render-lhe profunda gratidão. Agradeço sua presença entre nós, por meio do seu filho Jesus, e todos os benefícios que, também por meio dele, a senhora fez e continua fazendo por todos nós, seus filhos e filhas.

Intercessão pelas mães

Minha santa Mãe, assim como viveu a alegria, mas também os perigos, os desafios e as dores da maternidade, sabe o que se passa no coração de cada mãe aqui na terra. Por isso peço, neste Dia das Mães e sempre, que ouça os rogos daquelas que também receberam de Deus essa missão e interceda por todas.

Pelas mães que abraçaram a maternidade com fé, muito trabalho, amor no coração e alegram-se com o crescimento dos filhos, para que sirvam de exemplo de dedicação e entrega a uma causa maior.

Pelas mães que sofrem com filhos doentes, sem perspectivas, para que nunca percam a fé a esperança.

Pelas mães que perderam os filhos na pandemia da Covid 19, morte cruel, ausência repentina, sem despedidas, sem um último olhar, para que sejam amparadas, acolhidas, levadas à superação.

Pelas mães que perderam seus filhos para as guerras, para as drogas, para as balas perdidas, estupradores e todo tipo de violência que roubam a vida e a inocência, para que recebam de Deus a força necessária para seguir em frente mantendo a fé e a dignidade.

Pelas mães que não quiseram conhecer o rosto do filho e, em momentos de desatinos, foram capazes de interromper-lhe a vida, antes mesmo de nascer, para que sejam alvo da misericórdia divina e busquem o perdão.

Por todas as mães, neste segundo domingo de maio: as que são homenageadas, abraçadas, presenteadas; as que são esquecidas, desprezadas; as doentes, enfermas, acamadas; as tristes, deprimidas, longe dos filhos; as mães que não têm mais filhos...

Sejam todas, sem exceção, merecedoras de seu abraço, querida Mãe do céu. Proporcione a cada uma aquilo de que necessitam neste momento: um abraço, um sorriso, uma companhia, uma lágrima enxugada, compaixão, ajuda...

E à senhora, Mãezinha do céu, o meu abraço, meu carinho, meu amor sem fim e um “Feliz Dia das Mães”.

luisagarbazza@hotmail.com

Jornal Paróquia N. Sra. do Bom Despacho

sábado, 2 de abril de 2022

Em tempos de paz

 


Queridos leitores, encerramos o primeiro trimestre de dois mil e vinte e dois, ano no qual depositamos tanta esperança. Infelizmente, porém, o sinal verde veio fraco, pálido, escondido por detrás de tantas barreiras. Não bastasse os resquícios da pandemia, que ainda nos podam a liberdade de viver, fomos assombrados por uma guerra estúpida, que tem dizimado tantos irmãos e irmãs nossos e tirado o sossego de outros tantos. Apesar de tudo, somos convidados a rezar, confiar em Deus e acreditar na paz que merecemos. Que venham os tempos de paz.

Eu creio na paz quando vejo crianças sorrindo, brincando sem preocupações, pois confiam no pai e na mãe que estão sempre por perto, prontos para estenderem a mão ou acolherem em um abraço quando alguma pecinha do mundo infantil não se encaixa.

Eu creio na paz quando presencio famílias inteiras, nos bancos da Igreja, buscando em Deus a força necessária para prosseguir a caminhada, mesmo que o dia a dia seja de dificuldades. A graça recebida enche o coração e, como combustível, ajuda a conservar a serenidade e a praticar as virtudes aprendidas de Jesus: mansidão e humildade.

Eu creio na paz ao observar ações solidárias que amenizam o sofrimento de irmãos carentes, necessitados de alimentos, de cuidado, de mãos estendidas, de afeto. Se somos todos filhos de Deus, se Jesus veio ao mundo para que todos tenham vida plena, não há nada que prejudique mais a paz que ver o sofrimento estampado no rosto de um ser humano, mesmo que venha disfarçado em forma de sorriso, notadamente sem graça.

Eu creio na paz ao ver os esforços desmedidos do Papa Francisco em prol dos que sofrem os horrores da guerra na Ucrânia. Sei que sequer consigo imaginar aquela realidade, mas sinto que todos ali estão necessitados de um pouco de dignidade e paz: os que perderam tudo; as famílias que foram brutalmente separadas; os que sofrem tentando deixar o país; as adolescentes e jovens indefesas ante os olhares de homens sem moral; os governantes de ambas as nações; os soldados combatentes; as mães que veem seus filhos, jovens ainda, obrigados a se apresentarem como soldados... Se há guerra, faltou o amor, a fraternidade, a tolerância, a clemência. Se há guerra, houve abundância de ambição, fome de poder, ódio. Se há guerra, esqueceu-se de Deus e desprezou-se a paz.

 Vida nova

Estamos vivendo os últimos dias da Quaresma, tempo de oração, de conversão, de busca por uma vida nova. Momento propício para suplicarmos paz. De que adianta passar pela Quaresma e não vivê-la? Deixemos que o sofrimento de Cristo nos inspire a mudar nossa vida. Sair do egoísmo e abrir caminhos para a generosidade. Sair da autossuficiência e estender a mão, aceitar a presença e a ajuda do outro. Deixar de lado o desamor e a injustiça e abrir o coração para acolher o outro e tratá-lo como igual. Sair da indiferença e enxergar os que vivem à margem da vida, à espera de leis mais justas, de pessoas mais acolhedoras e sensibilizadas.

Venham comigo! Sonhemos com a paz! Lutemos pela paz! Façamos nossa parte, no meio em que vivemos, seja na família, no trabalho, na Igreja ou na sociedade. Sejamos construtores da paz. No mais, confiemos em Deus, ofereçamos a Ele orações e sacrifícios para que a paz aconteça em todos os lugares. Rezemos pelos que ainda não aprenderam – ou esqueceram – o real conceito dessa palavra como dom coletivo. Peçamos a São José, patrono da Igreja, que nos auxilie nessa campanha.

Desejo a vocês, queridos leitores, uma Semana Santa abençoada e uma vida nova na Páscoa da Ressurreição. Possamos todos, na graça de Deus, presenciar o fim das guerras e alcançarmos tempos de paz.

luisagarbazza@hotmail.com

Do jornal PARÓQUIA N. Sra. do Bom Despacho