quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Coração agradecido


“Não tenho palavras...” Nunca gostei dessa expressão. Pensava cá comigo: Se não tem palavras, então fique calado. Mas o que dizer desse momento que estamos vivendo na paróquia por ocasião da ordenação do Matheus? Realmente, faltam-me palavras. Não literalmente. Tenho muitas delas! Posso escrever páginas e páginas sobre o assunto. Faltam-me palavras suficientes para traduzir o que vejo e o que sinto. Faltam-me palavras para expressar tamanha gratidão por tudo o que está sendo feito.
Recordo fevereiro, quando o Matheus chegou, todo feliz, contando as novidades, revelando as datas das ordenações. Diaconal em maio – em Manhuaçu – e presbiteral em dezembro – em Bom Despacho. Então, na próxima reunião do conselho paroquial, foi formada uma equipe para a organização da ordenação. (Envolvidos na preparação do jubileu de ouro do Padre Antônio, o Flávio e eu não participamos dessa equipe.) Juntou-se um bom número de leigos interessados em ajudar na preparação dessa grande festa, que não acontece há cinquenta anos: ordenação de um missionário sacramentino em Bom Despacho. Mês de março foi o ponto de partida para o início dos trabalhos.
Como o tempo não manda aviso, a ordenação diaconal chegou sem percebermos. Pensamos que havia muito tempo para a próxima data, mas, quando nos demos conta, estávamos às portas da ordenação. O que vimos, durante esse tempo de preparação, não se explica. Muita gente envolvida, angariando recursos, pensando, discutindo, ponderando ideias. Aos poucos, as coisas foram entrando nos eixos, tomando formas, concretizando-se. Pelos comentários que ouvimos, e algumas coisas que presenciamos, sabemos que não foi um trabalho fácil. Demandou muito empenho, corre-corre, muita disponibilidade, doação, paciência. Agora, tão próximos da data limite, os últimos ajustes.
O que estamos recebendo, é bem mais do que almejamos. É gratificante ver as pessoas se doando com alegria. Sentimos o carinho de todos quando se aproximam e se colocam à disposição. Uns querem doar algum recurso, outros, o próprio trabalho; uns oferecendo lugar para acolher os visitantes – muitos – que virão para a festa, outros abrindo as portas da própria casa; há ainda os que estão em sintonia através da oração. Algumas pessoas, parentes até, com os quais não temos muito contato, chegam, com alegria nos olhos, e dizem que deram o nome para ajudar no almoço ou em alguma outra atividade no dia festivo. É muita gente envolvida. São muitas as pessoas que abriram o coração para esse acontecimento.
Então, absorvendo tudo isso, o que dizer? Que vocábulos usar para traduzir os sentimentos? Às vezes as palavras tornam-se muito vazias e não conseguem transmitir aos outros o que temos no coração. Melhor resumir tudo em uma palavra: gratidão.
Minha gratidão a você – sacerdote, seminarista, leigo, leiga – que esteve conosco durante esses 10 anos de história. Gratidão a você que se envolveu nesse processo de preparação desse evento. – Quisera eu registrar o nome de todos e todas! – Gratidão pelo trabalho de tantos meses, ou mesmo de agora; gratidão pelas palavras e pelas orações; gratidão por sua ajuda, caro leitor, por menor que tenha sido. Gratidão a tudo e a todos.
 Agora, já na reta final, com a alma em festa, desejando que o tempo passe em câmera lenta, apresento a Deus meu coração agradecido. Obrigada, meu Deus, por tudo que nos concedeste viver nesses dez anos. Obrigada pelas alegrias, pelas tristezas, pelos momentos em família, pelas ausências. Tudo valeu a pena, pois sei que tudo veio de Ti. Peço muita fé e confiança para receber o que está por vir. Amém.
Luisa Garbazza
Dezembro de 2019
Jornal Paróquia N. Sra. do Bom Despacho