Um dia como outro qualquer. O tempo
chuvoso e escuro das primeiras horas ilumina-se com a chegada do sol e deixa mais
colorida a manhã de primavera.
Coração também amanheceu chuvoso. Triste,
angustiado, apertado no peito. E assim continuou. Uma sensação estranha,
indefinida. Semblante pesado. Nostalgia pura sem saber por quê. Ou de quê.
A tarde já ia adiantada. Como as
nuvens da existência ainda não tinham se dissipado, dirigi-me ao jardim – um dos
meus lugares preferidos. Sentei-me na grama – muito verde, agradecida pelas
chuvas constantes desta estação – e deixei-me ficar. A cabeça estava longe, os
pensamentos desconexos, a mente embaralhada.
Pus-me a contemplar as plantas. Cada
uma tem sua história: dois coqueiros. Um foi presente de minha mãe; outro, trazido
do brejo por meu pai – Há quanto tempo!;
a roseira cor-de-rosa ganhei de uma vizinha, e a rosa preta, de meu esposo; a açucena
foi presente – Um vaso lindo que ganhei no dia das mães e transplantei para o
jardim. – Assim fui relembrado a procedência de cada uma delas. Agradáveis lembranças.
Meus olhos pararam na grama. Milhares
de folhinhas formando um lindo tapete verde. Porém, algo mais me chamou à
atenção: bem no meio da grama, também verde, só que em um tom mais claro, uma
pequena plantinha havia brotado. Olhando brevemente, ela nem seria notada. No entanto
estava lá, firme, nitidamente visível aos olhares mais atentos. Serviu-me como
ponto de reflexão.
Pude perceber naquela plantinha um
toque divino que se revelou em tão simples detalhe. É realmente nas pequenas
coisas que Deus se manifesta. Ela, que
brotou apertadinha por entre as raízes da grama, conseguiu ganhar seu lugar e,
apesar de estar só, estava crescendo de maneira bem saudável. Por sua força de
vontade, ganhou novos ares e agora fazia parte daquele jardim.
Pensamento alçou voo. Do mesmo
modo, também sou criação divina. Tudo que tenho e sou devo a Deus. Por isso,
preciso estar de bem com a vida e valorizar cada detalhe do dia a dia. Também faço
parte de um imensurável jardim. Não preciso estragá-lo. Posso escolher
enfeitá-lo com a ternura que flui do meu coração, deixá-lo leve com minhas
palavras de incentivo, iluminá-lo com a luz da minha fé. Posso cuidar de cada
detalhe que vai fazer a diferença aos olhos dos que o observam.
Um sorriso
brotou lá no fundo. Relutei em me levantar dali. Entretanto, já me sentia
aliviada e pronta para retornar à rotina. Agradeci profundamente a Deus por ter
me permitido esses momentos e por ter revelado essas coisas a mim, que sou tão
pequenina.
Luisa Garbazza
13 de novembro de 2013
18 horas e 20 minutos
18 horas e 20 minutos
e este tempo chuvoso me levou ao cemitério. e junto ao túmulo,de meus familiares, rezei e agradeci ao bom tempo;a caminhada, o frescor e a paz. cumprimentei O S.Sacramento na Capela de Sta.Efigênia chegando aqui, encontro suas palavras. DEUS EXISTE. AMEM.
ResponderExcluirDeus existe, amiga!
ResponderExcluirE está aí, todo tempo, em todos os lugares.
Obrigada por dividir comigo esse momento.