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A
primeira missão de Maria foi a visita a sua prima Isabel. Morando longe, com
idade avançada e grávida, Isabel estava precisando de ajuda. Prontamente, a
jovem de Nazaré se pôs a caminho para servir e, acima de tudo, para levar a boa
nova que, antes de ser dita, foi sentida por aquela senhora que também
participou da história da redenção, pois trazia no ventre João Batista, o
precursor, aquele que anunciou a chegada do messias e preparou-lhe os caminhos.
Percebemos a amplitude da graça de Deus nessas duas mulheres refletindo nas
palavras ditas no instante da saudação: “Ave, cheia de graças, o Senhor é
contigo!”; “Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em
Deus, meu salvador.”
De
volta a casa, Maria enfrentou a difícil missão de ser esposa de José e mãe de
Jesus. José, que pensou em abandoná-la por causa da gravidez, foi visitado em
sonho, acreditou em Deus e aceitou Maria. Mas a missão de gerar e criar o filho
de Deus não foi tão simples. Enfrentaram muitos percalços, começando pelo nascimento
de Jesus, em Belém, em uma manjedoura, sem recursos nem apoio; a viagem forçada
para o Egito, fugindo da tirania de Herodes; o desespero durante a procura pelo
filho e o reencontro no templo; as palavras do velho Simeão a Maria: “Uma
espada transpassará a tua alma.”; e as palavras de Jesus no templo: “Por que me
procuráveis? Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?” No entanto,
Maria guardava todas as palavras e acontecimentos em seu coração e seguia firme
com fé e confiança em Deus.
Durante
a vida adulta de Jesus, Maria de Nazaré continuou acompanhando seus passos. Sua
missão mais dolorosa foi a de assistir ao martírio do filho – prisão, flagelo,
condenação, a caminhada desumana sob o peso da cruz, a crucifixão e morte. Nessa
época, já não tinha a companhia de José. Enfrentou sozinha todas aquelas dores
que dilaceravam seu coração de mãe. Não há nada que machuque mais o coração
materno que o sofrimento do filho. E ela suportava em silêncio entregando toda
a agonia nas mãos do Pai. Como aquela dor tão profunda sentida no instante em
que seus olhos encontraram os de Jesus na subida para o calvário; a
responsabilidade ao ser nomeada “mãe da humanidade”; o momento doído em que
recebeu nos braços o corpo de seu filho já sem vida.
Depois
de ter passado pela experiência da dor e se alegrado e glorificado a Deus pela
ressurreição de Cristo, Maria continuou, mais firme que antes, sua missão de
propagar o acontecido, acompanhar os apóstolos na tarefa de anunciar o que o
Mestre ensinou e arrebanhar as pessoas convertendo-as ao cristianismo. Apesar
das dificuldades e das ameaças que sofreram, renovavam cada dia a fé que os
impulsionava a dar continuidade aos ensinamentos de Jesus. Foi persistente
dando seu testemunho de missionária, de cristã legítima, até ser assunta ao
céu.
Mas
o ministério de Maria não se encerrou ali. Prosseguiu pelos séculos afora e
continua até hoje. Revivemos a missionariedade da mãe de Deus e nossa mãe em
cada título que ela recebeu na história da Igreja para interceder por nós
atendendo nossas necessidades; em cada ave-maria que rezamos suplicando sua
presença de mãe e desejando a proteção de seu manto sagrado; em cada graça
recebida. É ela que nos conduz pelas mãos e nos ajuda a continuar no caminho da
fé dando seguimento à missão de apregoar o Evangelho. É através dela que
encontramos força para suportar os sofrimentos inevitáveis da vida. É ela que
vai nos acompanhar em todos os momentos da vida e na hora da morte. E será ela,
com certeza, que nos abrirá as portas do céu.
Luisa
Garbazza
Publicação do Jornal "Paróquia"
Paróquia Nossa Senhora do Bom Despacho
Outubro de 2013
Outubro de 2013
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