Tardes cinza
mexem comigo.
Essa coloração
monótona que envolve o céu e esconde a vivacidade do azul...
não invade apenas
o céu,
invade o
horizonte, a terra ... a alma.
Ainda bem que
existe a chuva que lava, transforma, faz reviver.
Em dias assim,
prefiro a janela da varanda, onde a chuva não chega.
Chuva mansa,
benfazeja, amiga.
Cai leve, sem se
assustar com o barulho dos trovões.
A água colhida
pelas telhas cai ritmada, num contínuo pingue-pingue.
Na grade, vai se
aglomerando em pequenas gotas enfileiradas, brilhantes, transparentes.
Gotas equilibristas
pairam nas pontinhas das folhas.
A grama verde agradece
o alento que vem do céu.
O vento brando
toca com suavidade as folhas do coqueiro.
No balanço das folhas, gotas se espalham.
O tempo voa.
A tarde se escoa.
O cinza continua...
até que as luzes ocupem as sombras da noite.
Luisa Garbazza
Tarde chuvosa do dia 6 de março de 2014
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