quinta-feira, 6 de março de 2014

Tardes cinza



Tardes  cinza mexem comigo.

Essa coloração monótona que envolve o céu e esconde a vivacidade do azul...

não invade apenas o céu,

invade o horizonte, a terra ...  a alma.

Ainda bem que existe a chuva que lava, transforma, faz reviver.

Em dias assim, prefiro a janela da varanda, onde a chuva não chega.

Chuva mansa, benfazeja, amiga.

Cai leve, sem se assustar com o barulho dos trovões.

A água colhida pelas telhas cai ritmada, num contínuo pingue-pingue.

Na grade, vai se aglomerando em pequenas gotas enfileiradas, brilhantes, transparentes.

Gotas equilibristas pairam nas pontinhas das folhas.

A grama verde agradece o alento que vem do céu.

O vento brando toca com suavidade as folhas do coqueiro.
No balanço das folhas, gotas se espalham.

O tempo voa.

A tarde se escoa.

O cinza continua...
até que as luzes ocupem as sombras da noite. 
Luisa Garbazza
Tarde chuvosa do dia 6 de março de 2014

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