sexta-feira, 28 de março de 2014

Dia nublado - vida nublada

 

Hoje o dia amanheceu nublado.

Coração mostrou-se solidário:

nublou-se.

Viu-se inteiramente solitário.

Cresceu, apertou o peito, fez doer.

Tentei deixar passar.

Ocupei os pensamentos, pus-me a trabalhar.

Em vão.

Coração superou a razão.

Os olhos o acompanharam deixando fluir uma lágrima.

O semblante fechou-se, isolou-se, tornou-se pesado.

O corpo lânguido não aceitou os comandos da mente.

Pesou-se também e aquietou-se.

Deixou as horas se escoarem pelo ralo do tempo
levou consigo a alegria do despertar.

Tudo é mais complexo quando a alma fica irrequieta e só.

As teorias otimistas – tão prezadas – parecem tão longe!

Coração aperta o peito mais e mais.

Difícil encontrar a luz.

A fé está viva, mas o momento é de escuridão.

A esperança não me abandonou, entretanto o instante é de desalento.

Fez-me bem as palavras de um amigo: “Sorriso perene, antídoto para tristeza.”

Aproximei-me da janela.

Lá fora, um fio de sol dribla a densidade das nuvens.

Uma perspectiva que se abre.

Tomara que a alma, iluminada por Deus, também se revigore

e perceba o sopro de vida latente no peito.

“Há tanta vida lá fora!”

Tomara o coração se aquiete

e saiba esperar o momento certo para deflagrar seus sentimentos.


Luisa Garbazza
28 de março de 2014




Nenhum comentário:

Postar um comentário