Hoje o dia amanheceu nublado.
Coração mostrou-se solidário:
nublou-se.
Viu-se inteiramente solitário.
Cresceu, apertou o peito, fez doer.
Tentei deixar passar.
Ocupei os pensamentos, pus-me a trabalhar.
Em vão.
Coração superou a razão.
Os olhos o acompanharam deixando fluir uma lágrima.
O semblante fechou-se, isolou-se, tornou-se pesado.
O corpo lânguido não aceitou os comandos da mente.
Pesou-se também e aquietou-se.
Deixou as horas se escoarem pelo ralo do tempo
levou consigo a alegria do despertar.
levou consigo a alegria do despertar.
Tudo é mais complexo quando a alma fica irrequieta e só.
As teorias otimistas – tão prezadas – parecem tão longe!
Coração aperta o peito mais e mais.
Difícil encontrar a luz.
A fé está viva, mas o momento é de escuridão.
A esperança não me abandonou, entretanto o instante é de desalento.
Fez-me bem as palavras de um amigo: “Sorriso
perene, antídoto para tristeza.”
Aproximei-me da janela.
Lá fora, um fio de sol dribla a densidade das
nuvens.
Uma perspectiva que se abre.
Tomara que a alma, iluminada por Deus, também
se revigore
e perceba o sopro de vida latente no peito.
“Há tanta vida lá fora!”
Tomara o coração se aquiete
e saiba esperar o momento certo para deflagrar
seus sentimentos.
Luisa Garbazza
28 de março de 2014
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