domingo, 11 de junho de 2017

Doce junho

Parece que o tempo passa cada vez mais rápido. Os meses saem em debandada e, de repente, é junho outra vez. Junho é um mês muito especial: carregado de datas para se comemorar. Ainda nem mudamos o calendário e já estamos em pleno aniversário da cidade. Bom Despacho, centenária, é saudada em seus 105 anos. A cidade toda se movimenta para as comemorações: alegria e envolvimento no colorido das ruas e praças; o burburinho do povo que assiste ao desfile; a voz do locutor que anuncia quem vem lá; o espetáculo apresentado por nossas escolas. Para nós, católicos, uma prece a Deus para que tenhamos uma cidade pacífica, sem tanta violência, com bons governantes e leis mais justas.
O calendário avança e vamos celebrando as festas religiosas colocadas pela Igreja. Em 2017, já no dia quatro, a força do Espírito Santo de Deus vem novamente sobre nós, com renovada força, em um novo Pentecostes. Dia onze, festa no coração quando vivemos o maior mistério da nossa fé e celebramos a Santíssima Trindade. Dia quinze, renovados pelo Espírito que nos une, formamos uma grande família e vamos para as ruas e praças da cidade enfeitar os caminhos por onde Jesus Eucarístico vai passar: é a festa de Corpus Christi, é o Corpo de Cristo abençoando nossa cidade, nossas ruas, nossa gente. A presença de Jesus é sentida na procissão piedosa, na concentração do povo e no silêncio que fazemos para senti-Lo em nosso coração. Dia vinte e três, celebramos o Sagrado Coração de Jesus, rico em misericórdia. Uma festa abraçada com carinho pelos membros do Apostolado da Oração. E, no dia vinte e quatro, celebramos a ternura, a singeleza, a candura, a docilidade, a amabilidade do Imaculado Coração de Maria, nossa intercessora no céu, aquela que nos leva a Jesus.
Além disso, durante todo o mês, vários santos enfeitam a página do calendário católico, mas a tradição popular escolheu três desses santos para homenagear de forma especial. São os chamados “santos juninos”: Santo Antônio, São João e São Pedro.
Santo Antônio vem primeiro, logo no dia treze. É muito festejado em todas as paróquias, com missas, bênçãos e distribuição do “pãozinho de Santo Antônio”. Depois vem São João, o evangelista, aquele que nos deixou lições de humildade, simplicidade e fé. No final do mês, dia vinte e nove, vem São Pedro, com as chaves na mão, convidando-nos a caminhar rumo ao céu. Juntamente com São Pedro, comemoramos São Paulo e o Dia do Papa, pois acreditamos ter sido São Pedro o primeiro Papa da nossa Igreja.
Além de todas essas comemorações, o que mais marca o mês de junho ainda é a tradição das fogueiras. É a significativa reunião de famílias e amigos: o aconchego do lar; a reza do terço em honra ao santo; o canto e a bandeira, toda enfeitada, içada na ponta do bambu; a prosa boa em torno da fogueira; a partilha do pão, do biscoito, do chá, do leite quente, do quentão. São coisas simples – portas abertas, acolhida, mãos estendidas, sorriso no rosto – atitudes naturais, que tornam esses momentos tão especiais.
Quando a fogueira crepita elevando suas labaredas, é como se também louvasse a Deus. E os que ali estão, numa devoção sentida e uma alegria verdadeira, gritam com entusiasmo, de acordo com a ocasião: Viva Santo Antônio! Viva São João! Viva São Pedro!


Luisa Garbazza



Publicação do Informativo Igreja Viva
Paróquia N. Sra. do Rosário
Junho de 2017

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