Essa
invocação é realizada três vezes durante a Celebração Eucarística. Um diálogo
entre o celebrante e os fiéis. Estamos,
dessa forma, afirmando constantemente nossa crença na presença real de Cristo
em nosso meio. Mas, às vezes, essas palavras são repetidas mecanicamente e não
tomamos consciência da verdadeira dimensão daquilo que proferimos. Precisamos
refletir sobre o significado dessas palavras para dizê-las com mais
propriedade.
O
povo de Deus se reúne em torno do altar, para a celebração, em nome de Jesus.
Após os ritos iniciais e as leituras proclamadas pelos leigos, o padre diz pela
primeira vez: “O Senhor esteja convosco!”, despertando a atenção dos presentes,
que respondem: “Ele está no meio de nós!”. Nesse momento, a Igreja toda se
prepara para ouvir o próprio Jesus, na pessoa do sacerdote. Jesus está presente
no meio de nós e nos fala através do texto bíblico. Em oração, acompanhando a
homilia, reconhecemos a mensagem a nós dirigida.
Depois
do ofertório, a invocação é repetida para que, vigilantes, participemos do
momento mais sublime da Santa Missa: a Consagração. É agora que Cristo se faz
presente substancialmente e doa seu corpo e sangue repetindo o que fez na
última ceia: “Tomai, comei; isto é o meu
corpo.” (Mt 26,26) “Bebei dele todos;
porque este é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado por muitos
para remissão de pecados.” (Mt 26,27-28) Na hóstia consagrada está Jesus,
“o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Somos então convidados a
receber esse alimento que nos purifica. Ao comungarmos, transformamo-nos em
sacrários vivos e Jesus agora já não está apenas no meio de nós, mas também em
nós.
No
término da Missa, antes da bênção final, ouvimos pela terceira vez o padre
dizer que o Senhor está conosco, pronto para nos abençoar. Acreditamos de
verdade que Ele está no meio de nós e irá nos acompanhar por onde formos.
Depois desse tempo de espiritualidade, com a alma renovada, estamos prontos
para viver, a semana inteira, repletos da graça de Deus. A vida lá fora deve
ser uma continuação do que vivemos durante a celebração; e a companhia de
Jesus, uma constante.
Essas
palavras, simples e verdadeiras, repetidas com insistência durante a Missa,
precisam ecoar igualmente em nosso dia a dia. A vida se torna mais leve e o
jugo suave quando estamos convictos de que podemos confiar em Jesus. Ele é a
presença certa nos momentos de dor e também nos de alegria. Nas ocasiões de
calmaria, em que tudo parece estar bem, e naquelas em que o vento sopra com
intensidade e desmorona tudo. O Mestre nos acompanha nos dias pacíficos e
continua ao nosso lado quando os ânimos se exaltam e as mentes tornam-se
confusas. Sua presença é certa quando vemos nascer uma nova vida e mais forte
ainda nas situações em que nos sentimos desolados, com o coração dilacerado
pela perda de alguém muito querido. Nos dias de sol, Ele participa conosco da
nossa alegria; também não se esconde, nem se afasta, nos dias sombrios de
chuva. Continua firme ao nosso lado protegendo-nos das avarias provocadas pela
tempestade.
Assim
sendo, não nos esqueçamos de que nunca estamos sozinhos. Foi Jesus mesmo quem
disse aos apóstolos e diz a nós também: “Eis
que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo”. (Mt 28,20)Todos os
nossos caminhos, passo a passo, são trilhados na companhia do Filho de Deus. Assim, não O deixemos esquecido nos dias de
glória, pois, com toda a certeza, Ele não soltará nossa mão quando o fardo for
pesado demais.
Luisa Garbazza
Publicação do Jornal Paróquia N. S. do Bom Despacho
Novembro de 2014.
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