quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Cortina do tempo



         Finalzinho de noite.
         Está aberta a cortina da madrugada.
         A lua, solitária,
         quebra o negrume do céu.
         Olhando-a, percebo minha pequenez,
         minha angústia, minhas carências.
         A solidão é minha também.
         Somos nós duas, apenas,
         na noite úmida e fresca.
         O frio do tempo toca-me a pele,
         penetra-me o ser,
         confunde-se com o frio da alma.
         A espera será longa,
         mas o sol há de cumprir sua missão:
         nascer, clarear, esquentar
         espantar  tristezas, medos,
         amornar o frio do coração.
         Uma nova aurora há de raiar
         sempre... sempre...
         cada vez mais renovadora.
         E a cortina do dia,
         outra vez aberta,
         permitirá novos sonhos,
         outros encantos,
         outros sorrisos...
         E muita vida.
Luisa Garbazza
28 de outubro de 2014

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