sábado, 18 de outubro de 2014

A primeira chuva




O tempo seco nos castiga.

Quase três meses de recessão.

O povo sofre com a seca que assola e esgota as nascentes.

Padece com o calor quase insuportável.

Divide o ar que parece tão pouco!

Respirar fica difícil.

A fumaça das queimadas invade a atmosfera.

Viver é sufocante.

A natureza também sofre com a falta de chuva e chora a perda de tanto verde.

Muito sofrimento...

Tanta espera...

Combinei comigo mesma:

_ Quando a primeira chuva cair, não ficarei dentro de casa. Quero senti-la.

Hoje, quando o ar começou a mudar, fiquei atenta.

Ao ouvir o primeiro pingo, nem acreditei, mas veio o segundo, o terceiro...

Era verdade. Estava chovendo.

Não pensei duas vezes: saí correndo para o jardim.

Sensação boa sentir os pingos saindo do escuro do céu, fazendo-se visível de repente e caindo em meu rosto.

O ar tornou-se leve, fresco e agradável.

Levantei os braços e prolonguei o efeito de euforia recebendo cada pingo com entusiasmo.

Em instantes, o piso da varanda ganhou o brilho molhado.

O êxtase do momento continuou por alguns minutos, poucos que sejam.

Valeu para amenizar o calor.

Rapidamente, os pingos foram diminuindo.

O momento durou pouco, mas a alegria foi imensa.

Os pingos lavaram a alma e renovaram a esperança.

Amanhã será bem melhor.

Luisa Garbazza

18 de outubro de 2014 
Dando graças a Deus pela chuva que vem se aproximando.
 


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