sábado, 21 de fevereiro de 2015

Linha tênue



Misteriosa linha, fina e tênue,
divide e alinha, separa e contrapõe.
A linha da lua nova, no céu bem colocada
apresenta-se faceira depois da escuridão.
A doce linha do tempo, ocaso ou aurora,
aparta o claro da noite, devolve ao dia o clarão.

A delicada linha da vida, em fases bem dividida
Assusta, surpreende, escorre sem avisar.
Os anos passam ligeiros, o corpo sofre e sucumbe
ante a ruína anunciada da vida tão limitada.

Mas coisa alguma interfere na casta linha da alma:
segue o rumo trigueira, faz-nos sentir inteiros
soltos e libertos, qualquer a idade somada.
O corpo pesa, mas a alma é leve.
A alma é sempre livre: quer espaço para voar.
Brincar com o tempo, viver e reviver o passado,
encantar-se com o presente, sonhar o futuro:
sempre, e sempre, e sempre.
Luisa Garbazza
21 de fevereiro de 2015

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