Início de um novo ano é
sinônimo de expectativas. Sempre fazemos novos planos, esperamos viver com um
pouco mais de dignidade e que coisas boas aconteçam em nossa vida. No entanto
vemos a violência se alastrar com tamanha intensidade que nos sentimos angustiados
e inseguros quanto ao dia de amanhã. Por causa dessa onda crescente de
violência, a CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – decidiu
promover o Ano da Paz, objetivando
mobilizar o Brasil para a cultura da paz e da não violência. Do dia 30 de
novembro de 2014 até o Natal de 2015, vivenciaremos esse Ano da Paz. E teremos
a oportunidade de nos engajarmos nessa luta.
Refletindo sobre essa questão,
aproveitemos o tema escolhido pelo Papa Francisco para o dia 1º de janeiro de
2015, o 48º Dia Mundial da Paz: “Não mais escravos, mais irmãos”. Sabemos que,
mesmo com toda a evolução humana e a era tecnológica e globalizada em que
vivemos, a escravidão ainda é um dos motivos da violência que rouba a paz de
tantas famílias. Muitos são os que, privados de sua liberdade, têm que
trabalhar desumanamente para sobreviver. São escravizados para sustentar o luxo
e o egoísmo de outras pessoas.
Por outro lado, são inúmeras
as situações em que ficamos expostos à violência: homicídios, principalmente em
consequência do tráfico de drogas; acidentes de trânsito, que ceifam a vida de
tantos inocentes; agressões, injustiças e corrupção; opressão política e
econômica; conflito nos lares; e outros. Em decorrência disso tudo, aumenta o
número dos que morrem, vítimas de atos violentos, ou perdem o direito de viver
com dignidade.
Muitas vezes é fácil
perceber e apontar as causas da violência. De forma indireta, ela é causada
pelo egoísmo e pela ganância que escraviza. Como nos diz o Papa Francisco:
“Enquanto não se eliminarem a exclusão e a desigualdade dentro da sociedade e
entre os vários povos será impossível desarraigar a violência. Acusam-se da
violência os pobres e as populações mais pobres, mas, sem igualdade de
oportunidades, as várias formas de agressão e de guerra encontrarão um terreno
fértil que, mais cedo ou mais tarde, há de provocar a explosão.”.
Do mesmo modo, não é difícil
saber qual o melhor caminho para uma sociedade mais pacífica: precisamos
respeitar o direito à vida, que todos possuem; ser generosos e não medir
esforços para ajudar o outro; lutar pela preservação da integridade física,
psicológica, social e espiritual de que todos necessitamos; respeitar as
diferenças e valorizar o que o outro pode oferecer, mesmo que seja apenas uma
moedinha, como fez a viúva citada na Bíblia por Jesus.
Assim, temos muito a fazer,
durante este ano e sempre, para que o Brasil seja um lugar melhor de se viver.
Sabemos que não damos conta sozinhos. Será necessária a participação de todos,
principalmente dos políticos e dos que detêm alguma forma de poder. Não é uma
tarefa simples, muito menos fácil, mas é uma tarefa possível, se todos tiverem
o mesmo objetivo.
Portanto, não desanimemos.
Entremos para valer, de corpo e alma, nessa corrente pacificadora. Sejamos
fiéis ao nosso Batismo e respondamos ao apelo da Igreja nos empenhando pela
construção da paz em todos os lugares. Como primeiro passo, estejamos em oração.
Entremos em sintonia com o Espírito Santo e peçamos a Jesus Cristo, o Príncipe
da Paz, que nos ensine os caminhos para essa sociedade tão sonhada.
Luisa Garbazza
Publicação do "Informativo Igreja Viva"
Paróquia Nossa Senhora do Rosário.
Paróquia Nossa Senhora do Rosário.
Fevereiro de 2015
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