sábado, 21 de abril de 2012

Mãe, para sempre

Mãe, para sempre
“A mãe será capaz de se esquecer ou deixar de amar algum dos filhos que gerou?”
Impossível esquecer alguém que você concebeu, trouxe ao mundo e o chamou de filho.
Depois de ser concebido, é curto o tempo que a mulher vive, antes de sentir os primeiros sinais de uma nova vida se formando dentro de si. É um sintoma desconhecido, uma mudança em algum comportamento, um enjoo, um desejo, não importa. De alguma forma ela sente a presença de um novo ser. Daí até o nascimento, a futura mãe passa por momentos marcantes, jamais imaginados, que vão construindo um elo tão forte deixando-a ansiosa com o momento de serem apresentados fisicamente.  É um sentimento mágico esse, pois são nove meses imaginando como será o rostinho desse filho.
Ah! o nascimento de um filho... Só quem já passou por essa experiência para entendê-lo em sua totalidade. Não há nada mais sublime. Compensa todas as angústias, toda expectativa, todas as dores, que às vezes são tantas!.... A presença daquela criaturinha frágil, indefesa, dependente de cuidados, aumenta no coração o amor, o carinho, a pertença.
A partir desse momento a mulher passa a ter uma vida completamente diferente. Tudo gira em torno do filho. Várias adaptações precisam ser feitas na rotina da casa, nos afazeres, nos horários, principalmente. Dia e noite nos primeiros dias: cuidados com a alimentação, higiene, saúde e com a emoção e sentimentos também. É aí que a mãe continua a cingir o elo que começou durante a gestação. Conversas, sorrisos, cantigas de ninar, tudo para fazer seu filhinho participar de sua vida.
Então a vida se torna uma “loucura”: visitas ao médico e à casa dos avós; vacinas em dia; preparação para o batizado – momento importantíssimo para pais católicos; ensinar a falar e a andar; primeiro aniversário; levar à igreja para a missa; primeiro dia na escola; ensinar valores e princípios éticos e cristãos; deveres escolares; reunião de pais; início da catequese; médico, dentistas; roupas e sapatos; primeira eucaristia; crisma. Nossa! Dá até para perder o fôlego!
E, em cada um desses acontecimentos, é acrescentado um nó a mais nesse emaranhado de laços que une mãe e filho. É uma alegria imensa a cada conquista, mas uma dor maior ainda a cada barreira. Mãe não consegue ver o filho sofrer sozinho, sofre junto, chora junto, está sempre por perto para ajudar nos momentos difíceis. Sofre, principalmente, quando o filho começa a sair sozinho. É uma angústia muito grande! Ficar em casa sem saber o que está acontecendo. Se o filho está sabendo viver os valores que lhe foram ensinados. Se não está sendo maltratado por outras pessoas. A cabeça fica tão confusa com tantos pensamentos, que é impossível dormir. O sossego só chega com o retorno do filho.
Assim a vida segue seu curso.
Chega, então, o tempo mais difícil da vida de uma mãe: hora dos filhos irem embora. De uma forma ou de outra vão “abandonando” o lar. Um se casa; outro vai trabalhar em outra cidade; aquele simplesmente quer morar sozinho; alguns até fogem de casa.
A mãe fica só. O ninho fica vazio. O sentimento que perdura nesses dias não dá para ser colocado em palavras. É um vácuo desmedido no peito. A vida perde muito do sentido. Todas aquelas horas de dedicação, às vezes em tempo integral, tornam-se dolorosas. Não há o que fazer. O filho está longe. Já não precisa mais de cuidados. A mãe, sim, precisa de cuidados nesse momento. Fica uma carência, uma saudade, uma vontade de começar tudo de novo, viver cada instante outra vez. Mas só resta uma saída: viver de lembranças, revendo fotos, relendo cartinhas e bilhetes daquele tempo em que era o maior amor da vida do filho.
Mas, mesmo estando longe, por qualquer motivo, a mãe preserva em si um coração cheio de amor, pronto para um abraço quando o filho vem matar a saudade; para um conselho ou uma palavra amiga mesmo distante, ou, ainda, para juntar os cacos de algum coração partido.
E o amor será sempre a máxima na vida de uma mãe, porque os filhos nunca são esquecidos e mãe é para sempre.
“E se existir acaso tal mulher, Deus se lembrará de nós em seu amor.”
                                                                                   Luisa Garbazza – 02 de abril de 2011

Essa crônica foi publicada no jornal "Paróquia", da Paróquia Nossa Senhora do Bom Despacho, em maio de 2011. Anterior ao Bolg, portanto.
           Vale muito para refletirmos nesse tempo de "dia das mães".

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