O breve compasso da existência,
que me enlaça, cerceia meus passos,
prende-me, esquece minha essência,
cerca-me, limita-me os espaços.
As rígidas vendas que me cegam,
fecham-me, neutralizam-me os gestos,
qual grades que me prendem,
me cercam,
chegam, medeiam-me os pensamentos.
Minha voz reprimida, aflita,
no peito estagnada, velada,
a fala reservada, não dita,
que nem nasce: morre sufocada.
O sopro do vento que me assola,
aturde-me, amarra-me os braços.
O cipó que me enleva, me enrola,
cinge-me, paralisa-me os passos.
Mas por dentro, na essência contida,
qual bálsamo que cura, que acalma,
o sorriso, a paz incontida,
verdades: retratos de minh’alma.
Luisa Garbazza
30 de abril de 2018
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