“Vai-se
a primeira pomba despertada...”
Assim
dizia o poeta; assim na vida.
Assim
os alunos que aqui vêm preencher minhas horas: chegam, ficam, vão e voltam,
partem.
Alguns
me envolvem, criam laços, cativam-me.
A
amizade brota: leve, suave, terna.
Começam
a fazer parte da minha vida.
Os
anos passam e ali estão eles: presença cativa na cadeira de minha sala.
Mas
a vida – incerta, passageira, cheia de surpresas – não para nunca.
É
preciso caminhar, subir degraus, alçar voos, ganhar novos ares.
E
lá vão eles, um a um, como as pombas do poeta.
Hora
de soltar as amarras e deixá-los ir. Hora de despedidas.
Cada
um que parte, deixa um pouco de si e leva um pouco de mim.
Paradoxalmente,
os sentimentos se misturam: um misto de alegria e vazio, orgulho e tristeza.
É
gratificante vê-los crescer. Difícil, porém, é a separação...
***
Ontem
foi dia de despedida, de abraço, de aperto no coração.
Foi-se
mais uma “pomba despertada”: companhia de muitos anos.
Chegou
de mansinho e aqui fez morada. Alojou-se em meu coração.
Com
jeito simples, convivência terna, sorriso fácil, já fazia parte da família.
Então
veio a vida dizendo que a hora havia chegado.
E
assim se fez.
Ontem
foi dia de adeus, de abraço, de lágrimas.
Outro
ciclo se abre: novos rumos, novas conquistas, novos voos.
“Mas
se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol.”
E
o sol que aqui deixou é suficiente para manter acesa a chama da amizade
conquistada.
Luisa
Garbazza
29
de setembro de 2017
Obrigada,
Lívia, pelo carinho e por sua presença em todos esses anos.
Sucesso!
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