sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Despedidas

“Vai-se a primeira pomba despertada...”
Assim dizia o poeta; assim na vida.
Assim os alunos que aqui vêm preencher minhas horas: chegam, ficam, vão e voltam, partem.
Alguns me envolvem, criam laços, cativam-me.
A amizade brota: leve, suave, terna.
Começam a fazer parte da minha vida.
Os anos passam e ali estão eles: presença cativa na cadeira de minha sala.
Mas a vida – incerta, passageira, cheia de surpresas – não para nunca.
É preciso caminhar, subir degraus, alçar voos, ganhar novos ares.
E lá vão eles, um a um, como as pombas do poeta.
Hora de soltar as amarras e deixá-los ir. Hora de despedidas.
Cada um que parte, deixa um pouco de si e leva um pouco de mim.
Paradoxalmente, os sentimentos se misturam: um misto de alegria e vazio, orgulho e tristeza.
É gratificante vê-los crescer. Difícil, porém, é a separação...
***
Ontem foi dia de despedida, de abraço, de aperto no coração.
Foi-se mais uma “pomba despertada”: companhia de muitos anos.
Chegou de mansinho e aqui fez morada. Alojou-se em meu coração.
Com jeito simples, convivência terna, sorriso fácil, já fazia parte da família.
Então veio a vida dizendo que a hora havia chegado.
E assim se fez.
Ontem foi dia de adeus, de abraço, de lágrimas.
Outro ciclo se abre: novos rumos, novas conquistas, novos voos.
“Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol.”
E o sol que aqui deixou é suficiente para manter acesa a chama da amizade conquistada.

Luisa Garbazza
29 de setembro de 2017


Para meus alunos!
Em especial, para minha aluna Lívia Costa.
Obrigada, Lívia, pelo carinho e por sua presença em todos esses anos.

Sucesso!

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