segunda-feira, 6 de março de 2017

Quaresma e fraternidade

     A Igreja, Mãe cuidadosa, oferece-nos, ao longo do ano, momentos específicos para reflexão, oração e crescimento da fé. Estamos iniciando, mais uma vez, o período da Quaresma. São quarenta dias nos quais somos convidados a um maior exame de consciência, a rezarmos uns pelos outros, a nos convertermos e nos aproximarmos mais de Deus Pai, que nos ama e nos acolhe. Nesses quarenta dias, somos também convidados a experimentarmos três práticas penitenciais: a oração, o jejum e a esmola. Assim estaremos nos preparando, mais intensamente, para bem viver a Páscoa. 
        Durante a Quaresma, a Igreja Católica nos propõe ainda a Campanha da Fraternidade: um tempo de orações, estudo, reflexões e práticas que nos levem a um maior comprometimento com as questões sociais; além da tentativa de chamar a atenção dos políticos e lideranças do país para as necessidades mais urgentes, tanto do povo quanto da terra em que vivemos. 
        Em 2017, com lançamento na Quarta-feira de Cinzas, a Igreja lança a campanha englobando, mais uma vez, a saúde do planeta. Definido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o tema deste ano é “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida". E o lema: “Cultivar e guardar a Criação”. Como cristãos e criaturas de Deus, somos responsáveis pela conservação de toda criação divina. 
         O objetivo maior da Campanha da Fraternidade deste ano é alertar para a importância dos biomas brasileiros, pois eles são essenciais para a preservação da vida em nosso país. É dever de cada um de nós fazer a nossa parte para a conservação de nossas matas e nossas águas. De acordo com o Bispo Diocesano de Foz, Dom Dirceu Vegini, “Tudo deve ser cultivado e guardado e não destruído. A vida é toda ela fraternal. Queremos intensificar uma pastoral em defesa da vida de todos os seres vivos do planeta. A Igreja tem uma responsabilidade pela criação, deve defender a terra, a água, o ar como dons da criação que pertencem a todos. Queremos harmonia entre ecologia humana e ecologia ambiental. O ser humano é guardião de toda a criação e de todas as criaturas”. 
     Com a consciência de que também precisamos fazer a nossa parte, reflitamos com o hino da Campanha, que nos diz: Louvado seja, ó Senhor, pela Mãe terra, / que nos acolhe, nos alegra e dá o pão. / Queremos ser os teus parceiros na tarefa / de “cultivar o bem guardar a criação”. E nos lembra dos biomas brasileiros, cada um com sua característica e sua função específica, formando a unidade do nosso chão: a Amazônia, o Cerrado, a Caatinga, os Manguezais, o Pantanal e os Pampas. 
      Façamos a nossa parte, no dia a dia, para a preservação da natureza. Parece pouca coisa, mas podemos colaborar: um copo de água que deixamos de desperdiçar, o consumismo desnecessário que evitamos, o lixo que reciclamos, o verde que preservamos, tudo isso contribui para a constituição de um planeta mais saudável para nós e para nosso semelhante. Também podemos rezar e pedir a Deus que nos oriente nessa missão, com a oração da Campanha da Fraternidade: “Ajudai-nos a ser responsáveis e zelosos pela Casa Comum. Cresça, em nosso imenso Brasil, o desejo e o empenho de cuidar mais e mais da vida das pessoas, e da beleza e riqueza da criação, alimentando o sonho do novo céu e da nova terra que prometestes. Amém”. 

Luisa Garbazza 

Março de 2017 
Publicação do Informativo Igreja Viva 
Paróquia N. Sra. do Rosário

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