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Igreja está vivendo um período de renovação: o novo Ano Litúrgico já começou.
Estamos celebrando o Advento: tempo de preparação para a chegada do Salvador.
Cada cristão é convidado a fazer a sua renovação pessoal, o seu retorno à casa do
Pai, a sua preparação para bem viver o Natal.
Neste
tempo de revisão de vida, precisamos nos lembrar das palavras de Jesus: “Vigiai e orai, para não cairdes em tentação”.
(Mt 26,41) Esse “Vigiai e orai” deve nos acompanhar por toda a nossa vida, mas,
em alguns tempos litúrgicos, a Igreja nos coloca essa máxima para ser vivida
com mais fervor. Estar vigilante significa não se descuidar das coisas
sagradas, não se entregar às coisas mundanas, seguir o que Jesus nos ensinou e
permanecer em sintonia com Deus. Isso, em tudo que vivemos e somos.
Vigiar
a forma de viver, de lidar com os problemas impostos pela vida. Nossas
atitudes, nossos pensamentos, a forma com que tratamos as pessoas à nossa
volta, principalmente os menos favorecidos, a maneira como acolhemos o outro
com todas as suas dificuldades e diferenças, tudo isso vai nos mostrando se
realmente estamos vigilantes. Na imensidão do universo, somos apenas um grão de
areia, nada mais que isso. De nada vale um coração cheio de vaidades, de
sensação de poder, de pensamentos superiores, cogitando sermos mais que aqueles
ou aquelas. Talvez, quando pensamos assim, é que nosso grãozinho de areia
esteja passando por transformações e perdendo intensidade. Talvez quando nos
julgamos grandes, estamos menor ainda diante de Deus; quando nos julgamos
poderosos, somos mais frágeis do que possamos imaginar. Na verdade, quando
imaginamos que não precisamos do outro, que somos capazes de tudo, estamos
perdendo a oportunidade de conviver com as pessoas, descobrir as qualidades dos
outros, conhecer a maravilha de trabalhar em equipe, um ajudando o outro,
buscando novas possibilidades, aliviando o fardo.
Orar
a todo o momento, por nós mesmos e pelas outras pessoas, pois somos todos
filhos de Deus. Orar pelos que estão ao nosso lado, lutando as mesmas batalhas,
buscando os mesmos ideais, e pelos que estão do lado contrário, impulsionando o
barco para águas turvas e difíceis de navegar. Orar não só por aqueles que
vivem e pregam o amor, a ternura e a paz, mas também pelos que carregam em si a
frieza da razão, que vivem sem coração e sem fé, deixando atrás de si rastros
de desesperança e aridez. Orar por todos os que esperam em Deus, que fazem da
vida uma entrega aos desígnios divinos; também pelos que ainda não descobriram
em si mesmo a presença do Todo-Poderoso. Orar pelos que vivem edificando e
plantando flores no jardim do vizinho; orar também pelos que vão semeando
desertos, destruindo sonhos, plantando desamor.
Vigiai
e orai todo tempo. Peçamos a Deus a graça de atravessar esse tempo do Advento
com esse pensamento: preparar o nosso coração para receber o Deus-menino que
quer nascer entre nós. Que possamos reconhecer no outro a presença desse Jesus
que vem e, assim, ver no semelhante alguém digno de ser amado, ser cuidado e
respeitado, pois é nosso irmão, filho do Pai celeste. Peçamos a graça de um
coração vigilante, não apenas agora, mas em cada dia de nossa existência.
Peçamos também, a graça de estarmos sempre preparados para a chegada de Jesus
em nossa vida. Assim, quando Ele se aproximar e perguntar "Quem enviarei? Quem irá por nós?",
podemos responder, sem vacilar, tal e qual o fez o profeta Isaías: “Eis-me aqui, Senhor! Envia-me!”.
Luisa Garbazza
Publicação do Informativo Igreja Viva
Paróquia N. S. do Rosário
Dezembro de 2016
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