O
tempo aparece sem cerimônia:
não
pede licença para mudar.
Passa
do claro ao escuro pesado,
Do
azul, ao cinza, mesmo o rosado,
tanto
agrada, como pode assustar.
E
quando esse tempo fica revolto,
as
nuvens densas, muito carregadas,
em
um espetáculo sem igual,
descem,
caem em gotas de cristal,
límpidas,
frias, leves ou pesadas.
Gotas
de cristal molham os telhados,
lavam
calçadas, a terra umedece,
limpam
as ruas, purificam o ar,
enchem
rios, fazem vida renovar,
quer
seja manhã, ou quando anoitece.
Gotas
de cristal que entram nas casas
dos
pobres, humildes, desvalidos.
Caem
na sala, encharcam o chão,
molham
a cama, desalojam o irmão:
entram
pelos telhados corroídos.
Gotas
de cristal que caem agora,
sem
valia, sem cor, luz, sem beleza,
dos
olhos dos que estão desamparados,
que
nas ruas vivem todos jogados
e
da vida já nenhuma certeza.
Luisa Garbazza
13 de dezembro de 2016
Noite de chuva em Bom Despacho
Momento de muita lucidez de sua parte! bjus!
ResponderExcluirLucia Bastos
É a vida, não é Lúcia!
ResponderExcluirObrigada pela participação.