A Igreja Católica, com suas celebrações e seus
ritos, oferece-nos momentos de profunda intimidade com o Criador; oportunidades
para refletirmos sobre nossa vivência de filhos e filhas de Deus e sobre nossa
missão aqui na terra.
Um desses momentos é a adoração ao Santíssimo
Sacramento, em que nos prostramos convictos da presença real de Jesus na Hóstia
Consagrada. De vez em quando, a Igreja abre suas portas e se prepara para um
tempo forte de adoração e súplica através do “Cerco de Jericó”. Foi o que
presenciamos na Paróquia Nossa Senhora do Rosário no mês de julho: sete dias de
orações contínuas diante de Jesus Sacramentado.
Várias pessoas, verdadeiros intercessores, se
revezavam, dia e noite, nessa crença no poder da oração. A presença maior dos
fiéis, no entanto, foi no início da noite, para a participação na Eucaristia,
realizada, todos os dias, com a igreja cheia.
Após as celebrações, o padre conduzia Cristo
Eucarístico pelos corredores da igreja, proporcionando-nos momentos de adoração
e proximidade com o Deus Filho. Instantes tão fortes e sublimes que “não sei se
a igreja havia subido ou o céu descido”. Uma coisa eu sei, com certeza: Deus
estava presente naquele lugar.
Deus estava presente na voz do Padre Cristiano, que
nos arrancava a venda dos olhos, abria nossa consciência e mostrava-nos a luz
que é Jesus. Em suas palavras que conduzia nossos pensamentos e penetrava em
nossos corações em um exercício de extrema sensibilização.
Deus estava presente nas mãos do sacerdote que
sustentava o ostensório e em seus pés, que conduzia, passo a passo, o divino
Mestre.
Presença divina na música que enchia o templo e envolvia
o espírito, fazendo-nos refletir sobre a força do nome de Jesus. É Ele quem
abre o mar, derruba as muralhas e faz surgir milagres. Música que também nos
convidava a cantar e louvar.
A Igreja aceitou o convite e cantou uma nova
canção. Recebeu então do Espírito Santo a nova Unção prometida: abriu-se os
olhos dos que ali estavam e eles acreditaram no que viram. A Igreja estava toda
impregnada com a força do Espírito e Deus se fazia presente em tudo e em todos:
nas mãos que embalavam o turíbulo e seguravam as
velas, preparando e iluminando os caminhos do Senhor;
nas pessoas que olhavam fixamente o ostensório
durante toda a caminhada;
nos fiéis que se ajoelhavam emocionados em profunda
adoração;
nos olhares piedosos dirigidos a Jesus na Hóstia
Santa;
nas mãos ávidas que se estendiam e tocavam o
ostensório confiantes na presença real de Jesus;
nas lágrimas que corriam inconscientemente pelas
faces dos que contemplavam Jesus e sentiam sua proximidade, sua ternura, seu
amor;
na leveza da alma após aquele encontro sublime.
Assim aconteceu durante os sete dias. Um sinal concreto
do fervor, da força da oração e da fé do povo de Deus era visível na presença
de tantos e tantas e na caixa repleta de súplicas. Às vezes podemos não saber
ao certo onde e como a graça de Deus agiu, mas temos a certeza de que muralhas
foram destruídas e muitas bênçãos foram derramadas no meio de nós.
Luisa Garbazza
Publicação do "Informativo Igreja Viva"
Paróquia N. S. do Rosário
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