terça-feira, 14 de julho de 2015

“Minha casa é a casa do Senhor”

Quando paramos para meditar sobre a história de Jesus, vamos entendendo sua divindade em várias passagens do Evangelho. Mas é aí também, nas escrituras sagradas, que percebemos seu lado humano. Em várias ocasiões, Jesus se mostra homem, com todas as suas carências, suas necessidades, seus medos e seus sentimentos. Um exemplo disso é a amizade de Jesus com os irmãos Lázaro, Marta e Maria.
Alguns relatos bíblicos contam que, em seus poucos momentos de descanso, Jesus ia à casa dos amigos para visitá-los. Ali chegando, Jesus conversava com eles, como nos diz o Evangelho de Lucas: “Naquele tempo, Jesus entrou num povoado, e certa mulher, de nome Marta, recebeu­-o em sua casa. Sua irmã, chamada Maria, sentou-se aos pés do Senhor, e escutava a sua palavra. Marta, porém, estava ocupada com muitos afazeres. Ela aproximou-se e disse: ‘Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha, com todo o serviço? Manda que ela me venha ajudar!’ O Senhor, porém, lhe respondeu: ‘Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. Porém, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada’.”
Cada uma a sua maneira, as duas irmãs zelavam pelo amigo: Maria ficava a seu lado e dava-lhe a devida atenção; Marta se ocupava de organizar a casa para que o amigo se sentisse confortável. Mesmo ouvindo Marta reclamar de que a irmã não a ajudava e dizendo que Maria escolhera a melhor parte, Jesus valorizou o trabalho da amiga. Ele se sentia bem em sua casa. Tanto que ali voltou outras vezes.
Como vimos, na época em que viveu em condição humana, Jesus encontrou acolhida na casa de Marta durante suas andanças. Com certeza, encontrou acolhida também no coração daqueles três irmãos. E hoje? Onde Jesus encontra acolhida?
Precisamos nos lembrar sempre de que, para nós católicos, o mundo gira em torno de Jesus Cristo. É Ele o nosso salvador, aquele que se compadece de nós e acolhe nossas dores e sofrimentos. Em outra passagem da Bíblia, Jesus retorna àquela casa em um momento de dor; fica compadecido com as súplicas e o choro de Marta; chora com as duas irmãs e opera o milagre da ressurreição de Lázaro. É o exemplo da plenitude da fé em Deus.
 Jesus é a face conhecida de Deus, aquele que promove nossa conexão com o Pai. Por isso é tão importante que o aceitemos como tal e o acolhamos em nossa casa e em nossa vida. Simbolicamente, Jesus é acolhido em nossa casa em forma de imagens ou de uma bela estampa afixada na parede. Mas isso não basta. O que realmente importa é a fé que sentimos e traduzimos em obras. A fé que nos permite aceitar Jesus como presença real e acolhê-lo também em nosso coração, em nossa casa e na pessoa de cada irmão. Assim, nos momentos de desânimo, teremos a certeza de que não estaremos sozinhos e seremos atendidos em nossos pedidos.

Luisa Garbazza
Publicação do Informativo Igreja Viva
Paróquia N. S. do Rosário
julho 2015

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