Imaculado Coração de Maria Igreja Nossa Senhora do Bom Despacho |
Maria é o exemplo mais sublime e santo de mulher e de mãe. Por isso mesmo,
foi escolhida, entre todas, para gerar, amamentar e educar o filho de Deus.
Mais tarde, como mãe da humanidade, tornou-se nossa intercessora diante de seu
filho e medianeira de todas as graças a nós concedidas.
Desde menina, aprendi a amar Maria através dos exemplos e ensinamentos de
minha mãe, também Maria, que tinha grande devoção por Nossa Senhora. Aprendi a
dirigir meu olhar e minhas preces à “Mamãe do Céu” e, de mãos postas, rezar:
“Salve, Rainha, Mãe de misericordiosa, vida, doçura e esperança nossa, salve!”.
A vida inteira foi assim, recorrendo a ela nos momentos de aflição e fraqueza.
Depositando a seus pés minhas necessidades e aguardando, ansiosamente, o socorro
desejado.
Recentemente, em um momento de urgência, em que o desespero toma o lugar
da razão, com o coração angustiado, mas cheio de ternura e confiança,
aproximei-me da imagem de Maria e a ela dirigi meu olhar de súplica. Absorta a
observar sua face, percebi que meus olhos não encontravam o olhar de Maria.
Terminei minha oração e pus-me a observar outras imagens, em casa e na igreja:
nenhuma me devolvia o olhar. Por último, no dia catorze de junho, em
peregrinação a Luz, para a posse do novo bispo – Dom José Aristeu – busquei
ansiosa a imagem de Maria. Mais uma constatação: Nossa Senhora da Luz também
não me dirigia o olhar.
Pensativa, surpreendi-me analisando os olhares de Maria: algumas imagens,
como o Imaculado Coração de Maria, presente na parede da minha sala, – e uma
imagem belíssima na Igreja Matriz – ostenta um olhar distante, mas ao mesmo
tempo sereno e profundo que, apesar de não nos mirar, envolve-nos com o ar doce
e terno que emana de sua face. Parece olhar através de nós, enxergando o coração;
a alma, talvez. Ensina-nos a valorizar o interior das pessoas. Não importa o
aspecto de quem a procura, ela busca a essência da alma para nos encontrar.
Outras, como Nossa Senhora do Rosário e Nossa Senhora das Graças, olham
para baixo. Do alto dos altares, Maria permanece de cabeça inclinada, sem impor
seu olhar nem sua presença. Ensina-nos a humildade, a modéstia, a pertença
total a Deus. Toda a força do olhar contempla a humanidade inteira e está
sempre pronta a entender nossas necessidades, interceder por nós e conceder-nos
suas graças.
Já Nossa Senhora das Dores e Nossa Senhora da Conceição apresentam-se com
os olhos voltados para o céu. O olhar é dirigido a Deus Pai. Um olhar de
súplica por causa das dores de seu filho Jesus; um olhar de súplica pelo
sofrimento de tantos filhos de Deus.
Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento pousa, com suavidade, o olhar no Corpo
Eucarístico de Jesus. É um exemplo para darmos o valor devido ao Corpo de
Cristo a nós oferecido através do sacrifício revivido na Celebração
Eucarística. Um convite para crermos na real presença de Jesus na hóstia
consagrada.
Nossa Senhora do Bom Despacho, nossa padroeira, olha ao longe, expandindo
sua proteção. Como mãe, vê tudo e entende nossas necessidades. Como padroeira,
seu olhar materno e seus cuidados são dirigidos a toda a cidade. “De Bom
Despacho tu és, patrona e titular.”
Assim encontramos Maria de tantos títulos, de tantos lugares: olhar
humilde de serva de Deus; olhar suplicante de quem confia na misericórdia
divina; olhar terno de mãe dirigido aos filhos; olhar contemplativo que enxerga
a essência e vê a presença de Deus em tudo e em todos. Contemplando o olhar de
Maria, em qualquer que seja a direção, e com o coração cheio de esperança de um
dia vê-la face a face, peçamos a ela: “Vosso olhar a nós volvei! Vossos filhos
protegei!”.
Luisa Garbazza
Publicação do Jornal "PARÓQUIA"
Paróquia Nossa Senhora do Bom Despacho
Agosto de 2015
Paróquia Nossa Senhora do Bom Despacho
Agosto de 2015
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