Estamos, mais uma vez, nos aproximando do Natal. A
despeito de todas as festas, comemorações, presentes, pensemos no verdadeiro
significado desta data: o nascimento de Jesus. O filho de Deus veio ao mundo
com um objetivo claro, que ele mesmo nos revelou: “Eu vim para que tenham
vida e a tenham em abundância”
(Jo 10,10).
Segundo suas palavras – que é a lei maior – todos nós temos os mesmos direitos.
Mas o egoísmo faz com que os homens esqueçam essas palavras e queiram ser e ter
cada vez mais, numa eterna luta pelo poder. Por isso há tantas leis humanas
tentando diminuir a muralha que separa as pessoas, dividindo-as pelas “diferenças”.
Por causa dessa maneira
exclusivista de viver, foi proclamada, em 1948, a Declaração Universal dos
Direitos Humanos, cujo objetivo seria evitar guerras, promover a paz e a
democracia e fortalecer os direitos humanos. Nela está declarado que “todos os
seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos, dotados de
razão e consciência e devem agir uns para com os outros em espírito de
fraternidade”.
Sabemos que,
infelizmente, muitos são os que desrespeitam as leis, – tanto as de Deus quanto
as do homem – e isso se traduz em uma sociedade cada vez mais desigual e
elitista. Uma boa parcela da sociedade sofre com a discriminação, o
preconceito, a fome e a falta de oportunidades. É cruel viver em uma sociedade com
uma disparidade tão grande, em que os deveres são cobrados, de forma mais
intensa, justamente de quem não têm seus direitos respeitados. A igualdade tão
sonhada fica, quase sempre, apenas no papel.
No mês de dezembro,
mais especificamente no dia dez, comemora-se o Dia Internacional dos Direitos
Humanos. É uma oportunidade para todos, principalmente para nós cristãos,
refletirmos sobre o nosso dia a dia na família, na comunidade, na Igreja e na
sociedade. Ponderar sobre nossos direitos e deveres e procurar vivenciá-los em
todos os momentos. Entender que realmente somos iguais e temos o mesmo valor
perante Deus. Estamos todos a serviço do reino. O trabalho que um cristão faz,
por mais sofisticado e perfeito que seja, não é maior que o trabalho simples
prestado por alguém mais humilde. Aliás, foi Jesus mesmo quem disse: “Bem-aventurados
os humildes, pois eles receberão a terra por herança.” (Mt 5,5) O que importa é
a fé, a humildade, a sinceridade e a pureza de coração.
Quando o ser humano
entender o real sentido dessa Declaração, todos os membros da sociedade vão
usufruir dos próprios privilégios. Aí, sim, poderá ser exercida a cidadania
plena. Aí, sim, teremos todos os mesmos direitos e poderemos cumprir nossos
deveres para o bem da coletividade.
Seguindo esse caminho,
sentimo-nos próximos de Deus e quanto mais nos aproximamos de Deus, mais convicção
temos de que o mundo foi criado para todos e de que precisamos cuidar uns dos
outros. Assim poderemos propagar o amor sugerido e exemplificado por Jesus e
viver com a consciência tranquila. Dessa forma teremos a alma mais santa e o
coração mais puro para ir ao encontro de Jesus.
Tomara, neste Natal,
possamos olhar para o presépio e renovar em nosso coração o amor pelo filho de
Deus. Tomara possamos nos dirigir ao irmão que está ao nosso lado com o mesmo
olhar com o qual contemplamos Jesus na manjedoura. E que esse olhar seja
repleto de amor, de ternura e de respeito. Assim estaremos cumprindo a lei
maior: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amo”. (Jo 15,12).
Luisa
Garbazza
Publicação
do Informativo “Igreja Viva”
Paróquia N. S. do Rosário – dezembro de 2014
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