domingo, 14 de dezembro de 2014

Maria – a mãe de Jesus



O calendário estampa dezembro: o último mês do ano. Dois mil e catorze está vivendo seus últimos dias. Começa a movimentação típica de final de ano. A Igreja católica, mais uma vez, se veste com as cores do Advento. O povo cristão se reúne, reza, prepara-se espiritualmente para a chegada do esperado Messias. Jesus, adorado e glorificado, vem presentear a humanidade com uma primavera de graças que nos conduz à salvação eterna. Entretanto, neste momento, dirijo meus olhos sobretudo para uma mulher: Maria, a filha, a esposa, a mãe do filho de Deus.
Ao contemplar Maria, vislumbro uma menina inocente, que se prepara para desposar José, o carpinteiro. Certamente, com a cabeça cheia de sonhos, nem imaginava o que Deus tinha reservado para ela. Posso divisar a expressão de sua face ao ouvir as palavras do anjo conferindo-lhe um papel de tamanha importância na história do povo de Deus. Mas não consigo mensurar a dimensão da fé, da coragem e da segurança de Maria ao responder, cheia de convicção, aquele sim tão sincero e colocar-se como serva: “Faça-se em mim segundo a vossa vontade”. Com certeza, nem ela mesma sabia o que a esperava daquele momento em diante. Mesmo assim, entregou-se toda, corpo, alma e espírito, àquela missão que lhe fora confiada. Teria outra vida agora. Os sonhos também seriam outros.
Ao aceitar ser mãe do filho de Deus, Maria apresenta-se como uma mulher forte e decidida. Vejo agora a mulher, cheia de coragem, que enfrenta a distância para ajudar sua prima Isabel. Que desposa José e com ele vive uma série de desafios: os percalços de uma gestação; a longa viagem para o recenseamento; as dores do parto; a procura por um lugar onde pudesse se agasalhar e dar à luz seu filho amado; a falta de opção; o frio da noite; o refúgio em uma simples manjedoura. Vejo também a superação e a alegria da mãe ao tomar nos braços aquela criancinha divina que a fez tão cheia de graça.
É fácil imaginar Maria como mãe. A ternura imensa, além dos limites, sentida pelo filho pequeno. O jeito todo especial de tomá-lo nos braços e amamentá-lo. O privilégio de sentir nos seus os olhos de Jesus numa cumplicidade profunda e divinal. Fecho os olhos e percebo o semblante de Maria enquanto embala o filho e o coloca para dormir. E junto a ela, como pai zeloso e comprometido, seu esposo José. O companheiro nos momentos de alegria e ternura; o homem forte e corajoso nos momentos de angústias, de fugas, de idas e voltas.
Depois que se estabeleceu em Nazaré, a Sagrada Família iniciou uma vida mais tranquila. Vêm à mente a imagem de Maria amparando Jesus em seus primeiros passos. Imagino a paciência e a graça presentes em cada tentativa. O olhar carinhoso dizendo sem palavras: “Vem, meu filho! Você consegue!” A alegria sentida ao vê-lo caminhar sozinho. Ao mesmo tempo, lá está Maria ensinando o menino a falar. Quão suaves devem ter sido suas palavras! Quanta harmonia naquela brincadeira de sons e expressões! Imensa deve ter sido a alegria ao ouvi-lo pronunciar: “Mamãe!” Assim por toda a infância, que, com certeza, foi algo intenso e sublime: a convivência em família, os aprendizados, a oração, a firmeza protetora do pai adotivo e a serenidade de Maria a conduzi-lo em todos os momentos.
Por isso, neste Natal, peçamos a Maria que nos dê a graça de olhar Jesus como ela o fez. Saibamos contemplá-lo como verdadeiro Filho de Deus. Ao admirá-lo no presépio, tenhamos no olhar a ternura, a serenidade e a fé que sempre acompanhou sua mãe. Tomemos para nós o exemplo da Sagrada Família de Nazaré: a união, o carinho e a confiança total nos desígnios de Deus. Acima de tudo, deixemos Jesus fazer parte de nossa vida. Tenhamos paciência e perseverança para aprender com Ele tudo o que precisamos para viver em harmonia. Assim o Natal será mais feliz e a vida mais abençoada.
Luisa Garbazza
Publicação do jornal Paróquia Nossa Senhora do Bom Despacho.
Dezembro de 2014.

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