quarta-feira, 13 de março de 2013

"Habemus Papam!"


Não poderia haver manifestação melhor para consagrar o Ano da Fé do que o mar de fiéis presente na Praça de São Pedro, em Roma, no momento do conclave que escolheu o novo sucessor de Pedro. O mundo inteiro estava ali! – Fato percebido pela diversidade de rostos focalizados pelas câmeras e pela pluralidade de bandeiras sendo agitadas para concretizar a ansiedade contida. A espiritualidade foi marcada pelas inúmeras mãos que exibiam terços em sinal de oração constante.
A multidão que ali se reunia não se envergonhava de exteriorizar o sentimento de ansiedade em um momento tão singular para a Igreja Católica. Para quem, como eu, assistia a tudo pela tela da televisão, a impressão era de que não caberia mais ninguém naquela praça, tamanha a proximidade das pessoas. Todos os olhares se dirigiam constantemente para a chaminé que anunciaria o resultado do conclave.
Depois que a fumaça pintou de branco o céu de Roma, já enegrecido pelas sombras da noite, a emoção foi incontrolável. Todo sentimento contido foi agora externado em forma de imensa euforia manifestada pelos gritos, pelos sorrisos de muitos e pelo silêncio de alguns. A partir desse momento, a expectativa foi tão grande que fez parecer infinito o tempo de espera para conhecer o escolhido, vê-lo aparecer na janela, conhecer o nome por ele escolhido e ouvir suas primeiras palavras. E o grito era um só: “Viva o Papa!”
Durante a espera, era visível a alegria daquele povo, que, como os cristãos do mundo inteiro, aguardava a primeira aparição do novo Vigário de Cristo.  Todos os olhares estavam direcionados para aquela janela histórica tanto dos que estavam presentes como dos que acompanhavam a focalização das câmeras. O coração, cheio de alegria, se mostrava inquieto e mais e mais ansioso.
O instante em que as luzes foram acesas foi brindado com gritos em uníssono e mais uma vez, a plenos pulmões: “Viva o Papa!” Mais um pouco, presenciamos a janela sendo aberta lentamente, a aproximação do cardeal francês Jean Louis Tauran e os dizeres tão esperados: “Habemus Papam!” O Papa escolhido foi o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio – que passa a ser – Papa Francisco.
Em seguida, com a aproximação do eleito, a emoção tomou conta. Por alguns segundos foi impossível pronunciar qualquer palavra, pois a multidão emocionada soltou a voz em saudação ao Santo Padre: gritavam, cantavam, acenavam, agitavam as bandeiras, sorriam... Alguns permitiram que toda a agonia da espera fosse dissolvida pelas lágrimas que lhe lavaram a alma. Depois foi o momento de vê-lo corresponder ao sorriso de milhares de pessoas que o aguardaram por tanto tempo; ouvir suas simples, porém significativas palavras e a elas se curvar em sinal de humildade.
Logo após, o Papa Francisco se retirou. A calmaria foi tomando conta da multidão que, aos poucos, foi se afastando. Agora, o momento é de agradecer a Deus pelo novo chefe da Igreja. Pedir que ele seja abençoado e inspirado pelo Espírito Santo para conduzir com sabedoria essa grande barca rumo às águas mais profundas. Assim poderemos sonhar com um mundo em que haja cada vez mais amor, fraternidade, união e muita paz. Essa paz tão sonhada por São Francisco de Assis, o qual, com certeza, estará nos abençoando mais ainda.
Luisa Garbazza
13 de março de 2013

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