Não poderia haver manifestação melhor
para consagrar o Ano da Fé do que o mar de fiéis presente na Praça de São
Pedro, em Roma, no momento do conclave que escolheu o novo sucessor de Pedro. O
mundo inteiro estava ali! – Fato percebido pela diversidade de rostos
focalizados pelas câmeras e pela pluralidade de bandeiras sendo agitadas para
concretizar a ansiedade contida. A espiritualidade foi marcada pelas inúmeras
mãos que exibiam terços em sinal de oração constante.
A multidão que ali se reunia não se
envergonhava de exteriorizar o sentimento de ansiedade em um momento tão
singular para a Igreja Católica. Para quem, como eu, assistia a tudo pela tela
da televisão, a impressão era de que não caberia mais ninguém naquela praça,
tamanha a proximidade das pessoas. Todos os olhares se dirigiam constantemente
para a chaminé que anunciaria o resultado do conclave.
Depois que a fumaça pintou de branco o
céu de Roma, já enegrecido pelas sombras da noite, a emoção foi incontrolável. Todo
sentimento contido foi agora externado em forma de imensa euforia manifestada
pelos gritos, pelos sorrisos de muitos e pelo silêncio de alguns. A partir
desse momento, a expectativa foi tão grande que fez parecer infinito o tempo de
espera para conhecer o escolhido, vê-lo aparecer na janela, conhecer o nome por
ele escolhido e ouvir suas primeiras palavras. E o grito era um só: “Viva o
Papa!”
Durante a espera, era visível a alegria
daquele povo, que, como os cristãos do mundo inteiro, aguardava a primeira
aparição do novo Vigário de Cristo. Todos
os olhares estavam direcionados para aquela janela histórica tanto dos que
estavam presentes como dos que acompanhavam a focalização das câmeras. O coração,
cheio de alegria, se mostrava inquieto e mais e mais ansioso.
O instante em que as luzes foram
acesas foi brindado com gritos em uníssono e mais uma vez, a plenos pulmões: “Viva
o Papa!” Mais um pouco, presenciamos a janela sendo aberta lentamente, a
aproximação do cardeal francês Jean Louis Tauran e os
dizeres tão esperados: “Habemus Papam!” O Papa escolhido foi o cardeal
argentino Jorge Mario Bergoglio – que passa a ser – Papa Francisco.
Em seguida, com a aproximação do eleito,
a emoção tomou conta. Por alguns segundos foi impossível pronunciar qualquer
palavra, pois a multidão emocionada soltou a voz em saudação ao Santo Padre:
gritavam, cantavam, acenavam, agitavam as bandeiras, sorriam... Alguns
permitiram que toda a agonia da espera fosse dissolvida pelas lágrimas que lhe lavaram
a alma. Depois foi o momento de vê-lo corresponder ao sorriso de milhares de
pessoas que o aguardaram por tanto tempo; ouvir suas simples, porém
significativas palavras e a elas se curvar em sinal de humildade.
Logo após, o Papa Francisco se
retirou. A calmaria foi tomando conta da multidão que, aos poucos, foi se
afastando. Agora, o momento é de agradecer a Deus pelo novo chefe da Igreja. Pedir
que ele seja abençoado e inspirado pelo Espírito Santo para conduzir com
sabedoria essa grande barca rumo às águas mais profundas. Assim poderemos
sonhar com um mundo em que haja cada vez mais amor, fraternidade, união e muita
paz. Essa paz tão sonhada por São Francisco de Assis, o qual, com certeza,
estará nos abençoando mais ainda.
Luisa
Garbazza
13
de março de 2013
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