terça-feira, 4 de dezembro de 2012

O Tempo do Advento



No início do ano litúrgico, a Igreja se veste de roxo, como sinal de conversão e nos prepara para a festa do Natal. É o tempo do advento.
A palavra “advento” – do latim “adventus”, significa vinda, chegada, início, e compreende as quatro semanas que antecedem o Natal. Nesse período, toda a Igreja é chamada a viver momentos de profundidade espiritual, na vida e nas celebrações litúrgicas, para esperar a chegada do Deus Menino.
            Para bem vivermos esse tempo de espera, precisamos conhecer melhor seu significado. A celebração do advento nos ensina o mistério da salvação e ajuda-nos a compreender que Jesus é o fundamento da nossa fé e nossa referência de vida. Por isso, a Igreja nos apresenta, nas duas primeiras semanas, a expectativa para a segunda e gloriosa vinda de Jesus Cristo, nosso Salvador, no final dos tempos. E, nas duas últimas semanas, temos uma preparação efetiva para a celebração do Natal. Durante as celebrações dessas semanas, recordamos a história da salvação da humanidade, a revelação de Deus – que é, que era e que vem – e a vinda do Senhor Jesus, que se encarnou confirmando a promessa de Deus Pai ao povo de Israel.
            Em cada domingo do advento, temos um tema específico para reflexão. No primeiro domingo, a liturgia nos propõe – a exemplo do profeta Isaías – um tempo de vigilância para percebermos que a salvação está próxima. Como seres humanos, precisamos vigiar a nós mesmos para não nos entregarmos ao comodismo, e sim, agirmos como Jesus nos ensinou.
            No segundo domingo, somos chamados a refletir sobre a figura de João Batista – o precursor – que prepara os caminhos do Senhor. João é a voz que clama no deserto e nos convida à conversão. Ele nos ensina que Jesus vem ao mundo trazer a salvação para todos os povos. Esse profeta tornou-se um modelo para todos que, no mundo de hoje, são chamados a proclamar as maravilhas de Deus e trabalhar pela conversão de nossos irmãos em Cristo.
            A alegria pela proximidade da chegada do salvador marca o terceiro domingo. A Igreja se veste de rosa em sinal de contentamento. Exultemos de júbilo, pois Deus se fez menino e está no meio de nós. É novamente João Batista que vem nos motivar, trazendo uma mensagem de fé e de esperança. É ele quem nos aconselha a tirar de nossa vida tudo que possa nos afastar dos caminhos do Senhor. Assim estaremos preparados para receber entre nós, Jesus, o filho de Deus.
            Maria de Nazaré é a figura de maior importância na celebração do quarto domingo do advento. Maria foi proclamada bem-aventurada porque acreditou nas promessas de Deus. Através do seu sim a Deus aceitando ser instrumento da sua vontade e de sua ajuda solidária a Isabel, sua prima, ela tornou-se para nós modelo de humildade, mas também de força, de coragem e fé. Nós também precisamos dar o nosso sim a Deus permitindo que Ele aja em nós, para sermos dignamente chamados de filhos.
            Durante esses quatro domingos, temos outro símbolo que nos ajuda a mergulhar no mistério do nascimento de Jesus: a “coroa do advento”.  – Um círculo feito de galhos verdes entrelaçados, com quatro velas acesas representando as quatro semanas do advento. O círculo não tem início nem fim, por isso simboliza a eternidade. O verde é o sinal da esperança; anuncia a vida nova que todos esperam. A luz das velas representa a nossa fé e nossa alegria pela chegada do Deus menino. A cada domingo se acende uma vela: no primeiro domingo, uma vela; no segundo, duas; no terceiro, três; e no quarto domingo, as quatro velas acesas indicam a chegada próxima de Cristo salvador, a luz do mundo que veio brilhar para a humanidade inteira.
            Hoje, é para nós que João Batista fala: “Preparai os caminhos do Senhor”. Aproveitemos, então, esse tempo de conversão para endireitar os nossos caminhos e nos aproximarmos mais de Deus. Reservemos um tempo para a oração e estudo, para revisão de nossos conceitos e de nossas atitudes. Assim conseguiremos acreditar que Cristo é nossa única esperança. É Ele que nos liberta de nossas misérias, de nossos pecados e de tudo que nos afasta dos caminhos de amor. Dessa forma estaremos preparados para amar nosso semelhante e viver verdadeiramente o Natal.

Luisa Garbazza
Dezembro de 2012

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