No início do ano litúrgico, a Igreja se veste
de roxo, como sinal de conversão e nos prepara para a festa do Natal. É o tempo
do advento.
A palavra “advento” – do latim “adventus”, significa vinda,
chegada, início, e compreende as quatro semanas que antecedem o Natal. Nesse
período, toda a Igreja é chamada a viver momentos de profundidade espiritual,
na vida e nas celebrações litúrgicas, para esperar a chegada do Deus Menino.
Para
bem vivermos esse tempo de espera, precisamos conhecer melhor seu significado.
A celebração do advento nos ensina o mistério da salvação e ajuda-nos a
compreender que Jesus é o fundamento da nossa fé e nossa referência de vida.
Por isso, a Igreja nos apresenta, nas duas primeiras semanas, a expectativa
para a segunda e gloriosa vinda de Jesus Cristo, nosso Salvador, no final dos
tempos. E, nas duas últimas semanas, temos uma preparação efetiva para a
celebração do Natal. Durante as celebrações dessas semanas, recordamos a
história da salvação da humanidade, a revelação de Deus – que é, que era e que
vem – e a vinda do Senhor Jesus, que se encarnou confirmando a promessa de Deus
Pai ao povo de Israel.
Em
cada domingo do advento, temos um tema específico para reflexão. No primeiro
domingo, a liturgia nos propõe – a exemplo do profeta Isaías – um tempo de
vigilância para percebermos que a salvação está próxima. Como seres humanos,
precisamos vigiar a nós mesmos para não nos entregarmos ao comodismo, e sim,
agirmos como Jesus nos ensinou.
No
segundo domingo, somos chamados a refletir sobre a figura de João Batista – o
precursor – que prepara os caminhos do Senhor. João é a voz que clama no
deserto e nos convida à conversão. Ele nos ensina que Jesus vem ao mundo trazer
a salvação para todos os povos. Esse profeta tornou-se um modelo para todos
que, no mundo de hoje, são chamados a proclamar as maravilhas de Deus e
trabalhar pela conversão de nossos irmãos em Cristo.
A
alegria pela proximidade da chegada do salvador marca o terceiro domingo. A
Igreja se veste de rosa em sinal de contentamento. Exultemos de júbilo, pois
Deus se fez menino e está no meio de nós. É novamente João Batista que vem nos
motivar, trazendo uma mensagem de fé e de esperança. É ele quem nos aconselha a
tirar de nossa vida tudo que possa nos afastar dos caminhos do Senhor. Assim
estaremos preparados para receber entre nós, Jesus, o filho de Deus.
Maria
de Nazaré é a figura de maior importância na celebração do quarto domingo do
advento. Maria foi proclamada bem-aventurada porque acreditou nas promessas de
Deus. Através do seu sim a Deus aceitando ser instrumento da sua vontade e de
sua ajuda solidária a Isabel, sua prima, ela tornou-se para nós modelo de
humildade, mas também de força, de coragem e fé. Nós também precisamos dar o
nosso sim a Deus permitindo que Ele aja em nós, para sermos dignamente chamados
de filhos.
Durante
esses quatro domingos, temos outro símbolo que nos ajuda a mergulhar no
mistério do nascimento de Jesus: a “coroa do advento”. – Um círculo feito de galhos verdes
entrelaçados, com quatro velas acesas representando as quatro semanas do
advento. O círculo não tem início nem fim, por isso simboliza a eternidade. O
verde é o sinal da esperança; anuncia a vida nova que todos esperam. A luz das
velas representa a nossa fé e nossa alegria pela chegada do Deus menino. A cada
domingo se acende uma vela: no primeiro domingo, uma vela; no segundo, duas; no
terceiro, três; e no quarto domingo, as quatro velas acesas indicam a chegada
próxima de Cristo salvador, a luz do mundo que veio brilhar para a humanidade
inteira.
Hoje,
é para nós que João Batista fala: “Preparai os caminhos do Senhor”.
Aproveitemos, então, esse tempo de conversão para endireitar os nossos caminhos
e nos aproximarmos mais de Deus. Reservemos um tempo para a oração e estudo,
para revisão de nossos conceitos e de nossas atitudes. Assim conseguiremos
acreditar que Cristo é nossa única esperança. É Ele que nos liberta de nossas
misérias, de nossos pecados e de tudo que nos afasta dos caminhos de amor.
Dessa forma estaremos preparados para amar nosso semelhante e viver
verdadeiramente o Natal.
Luisa Garbazza
Dezembro de 2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário