No
mês de novembro, a Igreja coloca para nossa reflexão a presença dos santos na
caminhada de fé dos cristãos. O dia primeiro é dedicado a todos os santos e
santas de Deus – alguns muito venerados, outros, apenas conhecidos, anônimos,
canonizados ou não. São mártires e cristãos heroicos que passaram pela vida ajudando
o próximo, defendendo o bem comum e a causa dos fracos e oprimidos. Entregaram
a própria vida ou doaram todo seu tempo em benefício da humanidade.
O culto aos santos é praticado desde o
início do Cristianismo. Os primeiros foram os próprios discípulos de Jesus que
foram martirizados por colocarem em prática os ensinamentos do Mestre e saírem
pelo mundo espalhando a boa nova, formando Comunidades Cristãs e anunciando o
Evangelho a todas as criaturas. Durante todos os séculos, foi aumentando o
número daqueles que viveram e morreram em Cristo, por Cristo e com Cristo.
Passaram por toda espécie de adversidades: fome, frio, calúnias, apelos
carnais, pecados, arrependimentos, doenças, injustiças. São “heróis” da fé,
esperança e caridade. Sofreram com Cristo e com Ele foram glorificados. São
santos.
Não é só por causa do modelo de vivência cristã que
veneramos a memória dos bem-aventurados, mas também para que, no Espírito
Santo, aumente a união de toda a Igreja. A caridade fraterna e a vida em
comunhão entre os cristãos nos aproximam de Jesus. Assim, a comunhão com os
santos – comunhão entre as pessoas santas, isto é, entre os que, pela graça,
estão unidos a Cristo morto e ressuscitado – nos une também a Ele. A Igreja é
comunhão dos santos, é comunidade onde se reúnem todos os que receberam a graça
do Espírito, pela qual são filhos de Deus. Estão todos unidos a Cristo e
chamados santos.
Nenhum santo precisa de nossas homenagens.
Quando veneramos os santos, o interesse é nosso. Todos temos veneração por um
em especial. Aquele que vai nos valer nos momentos de aflição nossa e de nossos
irmãos. Escolhido por sua vida de sacrifícios, por sua humildade, por uma invocação
específica ou por sua força, todos intercedem por nós a Deus, Senhor de todas
as graças.
A
Igreja celebra esse dia para ressaltar o chamamento de Cristo a cada pessoa
para segui-lo. Todos os fiéis cristãos, espalhados pelo mundo inteiro, são convidados
a uma vida plena, pautada nos ensinamentos de Cristo, em busca da perfeição.
São todos chamados à santidade. A primeira vocação do cristão é para a
felicidade eterna. Nesta caminhada, o que vale é a aceitação, o sim, o
testemunho de fidelidade, amor e fé na Trindade Santa, que muitas vezes só são
reconhecidos pelo próprio Deus. Cada cristão é responsável pela santificação
própria e a dos que o rodeiam. Para isso temos a receita da santidade muito bem
explicada por Santa Teresa de Lisieux: "Humilhar-se e suportar com doçura
as próprias imperfeições, eis a verdadeira santidade".
Caminhemos
juntos, em comunhão com toda a Igreja, em busca da santidade, seguindo as
palavras de Jesus: “Sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt
5,48). Para ficarmos próximos dessa
perfeição precisamos empregar os dons recebidos e obedecer em tudo a vontade do
Pai vivendo a serviço do próximo. Assim, com esforço próprio, com a ajuda da
comunidade cristã e a intercessão dos santos, seremos todos “dignos das promessas
de Cristo”.
Luisa Garbazza
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Ao contrário do que alguns dizem, a Igreja católica
não adora os santos, apenas temos consideração pelas lições de fé que nos
deixaram e prestamos essa homenagem.
“A Cristo, nós O adoramos, porque Ele
é o Filho de Deus;
Aos mártires, nós os amamos como a
discípulos e imitadores do Senhor.”
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