segunda-feira, 14 de maio de 2012

Diferentes e iguais


        Segunda-feira, 14 de maio de 2012.
      Saio bem cedinho, juntamente com meu filho, para participarmos da Santa Missa. É o aniversário do pároco, padre Mundinho. Muitos amigos estavam ali para lhe prestar uma homenagem. Presença, mensagem, preces, abraços.
       Mas, o que mais me chamou a atenção e continuou em minha mente por todo o dia, foi o refrão do Salmo:
        "O Senhor fez o indigente assentar-se com os nobres."
      Vivemos em um mundo tão competitivo, onde todos querem ser o melhor em alguma coisa. E por trás desse "o melhor", vem a indiferença, o preconceito, a discriminação. A sociedade vai formando os padrões e dividindo as pessoas. São os mais ricos, os mais bonitos, os mais inteligentes, os mais espertos. E quem não acompanha as tendências, por simplicidade ou falta de recursos, são postos às margens da sociedade e deixados de lado.
     Pobres de nós. Quem somos para rotular o outro? Para tratá-lo como inferior? Para induzi-lo a se achar menos capaz? Não somos ninguém. Perante Deus, somos todos iguais, não importam as diferenças, físicas ou sociais, que possuímos. Deus não faz distinção. Pelo contrário, o mais infeliz dos viventes, pelo julgamento dos homens, pode ser o mais importante perante Deus, pois só Ele pode julgar o que trazemos no coração.
      De que adianta ser o mais rico, se isso não me aproximar de Deus?
      De que adianta ser o mais belo, se eu não me colocar a serviço do outro?
      De que adianta ser o mais inteligente, se não consigo ajudar ninguém?
      De que adianta ser o mais esperto, se não posso resolver a dor do próximo?
     Quando paramos para pensar na preferência de Deus pelos puros de coração, olhamos o outro com mais amor e mais humanidade. Tomamos consciência de que não seremos preferidos de Deus pelo que temos e aparentamos, mas sim pelo que somos e sentimos. Assim, aquele que imaginamos ser o mais infeliz, pode estar nos braços de Deus e merecer todo nosso respeito.
   Todo nosso esforço deve ser, portanto, por uma vida mais simples, por um relacionamento mais humanizado com todos de nosso convívio. Ver no outro a presença de Deus, que espera que amemos como Ele mesmo nos amou. Olhar o outro com os olhos do amor e ver somente o bem de cada um.  Assim, com certeza, estaremos fazendo a vontade de Deus e plantando seu reino aqui na terra.
      "Levanta da poeira o indigente e do lixo ele retira o pobrezinho, 
     para fazê-lo assentar-se com os nobres, assentar-se com os nobres do seu povo."
                                                                                                                                              Sl 112)

                                                                                                                                Luisa Garbazza

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