quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Terço mariano: fé e emoção

A Paróquia Nossa Senhora do Bom Despacho celebrou, de onze a dezessete de setembro, a Semana da Santa Cruz. Do alto da Cruz do Monte, os fiéis se reuniram para rezar, louvar, conhecer um pouco mais nossa história, exaltar a Santa Cruz e participar da bênção do novo cruzeiro ali levantado.
De segunda (dia 12) a sexta (dia 16), além da Santa Missa, às 6h da manhã, e o Terço da Misericórdia, às 15h, tivemos atividades culturais e religiosas à noite. Foram momentos bem vividos que muito nos enriqueceram, nos alegraram e nos aproximaram de Deus. Um desses momentos, acontecido na segunda-feira, a partir das 20h, foi o Terço Mariano Itinerante, organizado pela equipe do Terço dos Homens, com a presença das famílias e da comunidade.
Já de início, pudemos perceber a presença de Deus na alegria e na disponibilidade dos que organizavam o ambiente. Na praça, em frente à capela, foi montado o som, um pequeno altar e uma arquitetura interessante, um pouco elevada do chão e inclinada, com o formato do terço. As contas eram pequenos anéis. A cruz encerrava – ou iniciava – a obra de arte.
Em breve foi aumentando o número daqueles que se aproximavam para rezar, agradecer a Deus pela presença de Maria em nosso meio e elevar súplicas aos céus. O Alan começou o momento de oração. Voz firme e tranquila, promoveu um instante de concentração e sintonia com Deus, fez o oferecimento do terço e convidou a todos para se recolher em preces. Em cada mistério, Alan elevava a voz aos céus implorando proteção aos mais necessitados. E encerrava invocando a Mãe de Deus em seus mais diversos títulos. A entusiasmada turma do canto, com hinos belíssimos dirigidos a Maria, nossa mãe do céu, alegrava-nos e emocionava-nos ao mesmo tempo.
Com uma didática muito inclusiva, os coordenadores foram escolhendo pessoas para rezar o início do terço e o primeiro mistério: uma pessoa para o Pai-nosso e uma para cada Ave-Maria. A assembleia respondia a Santa-Maria. A cada pessoa indicada, foi entregue uma rosa. Quando terminava de rezar, encaminhava-se à frente e colocava a rosa nos anéis do terço montado em frente à capela. Depois foram convidando pessoas para o mistério seguinte. Após a oração de cada um, Padre Mundinho foi organizando os fiéis para montar outro terço, agora com pessoas. As tochas acesas faziam a separação dos mistérios. Tudo isso sem perder o espírito de recolhimento e oração.
Cada mistério com flores de cores diferentes, o terço foi tomando forma e adquirindo beleza. Mas a beleza maior estava na manifestação de fé das pessoas que ali estavam e participavam da oração:
na boa vontade de quem segurava a rosa para oferecer a Maria;
na voz de quem elevava aos céus sua oração;
no olhar de súplica que denunciava a prece que trazia no coração;
na emoção da criança que rezava à Mãezinha do céu;
na piedade de alguns homens que se ajoelhavam para rezar a ave-Maria, sem se importar com a aspereza do asfalto;
na humildade da fala entrecortada pela emoção e pela debilidade do corpo;
no silêncio da voz que não veio, embargada pela emoção;
na solidariedade de quem serviu de Cirineu;
no sentimento que não consegui conter no peito e que se converteu em lágrimas.

Após o terço, em um gesto concreto de fé, um grande manto foi passado por cima de cada pessoa ali presente simbolizando a proteção de Maria, a medianeira de todas as graças: “Cubra-nos com seu manto de amor. Guarda-nos na paz desse olhar”.    
Luisa Garbazza
Publicação do Jornal Paróquia N. Senhora do Bom Despacho
Outubro - 2016

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