Há dias em
que necessitamos de reclusão:
dias de
alma irrequieta, carente de solidão.
Momentos
de se aquietar
ouvir o coração
a sussurrar – ou a gritar.
Retomar, de
onde parou, o rumo da vida:
sem
escalas, sem reservas, sem amnésias;
rever
todas as passagens sentidas.
O passado não
fica estagnado nas gavetas do inconsciente:
ele nos
acompanha, interfere em nossa vida constantemente.
É preciso
interagir com ele, estudá-lo, debatê-lo,
e, nesse
julgamento, condená-lo ou defendê-lo.
Se a alma
está irrequieta, ela precisa de atenção.
Talvez algo
não tenha ficado resolvido: resta um senão.
Talvez ela
precise de um tempo para tudo processar;
as vicissitudes
descartar; sonhos e esperanças abraçar.
Se a alma
está inquieta, não pode ser ignorada:
é preciso parar
um pouco e torná-la renovada.
Deixá-la
divagar em busca da vida
que nas
inevitáveis curvas do caminho ficou perdida.
Talvez a
caminhada delongue um pouco, vá fundo na história.
Talvez busque
longe, em lugares esquecidos na memória.
Mas haverá
sempre uma chegada, um encontro, uma saída,
uma
oportunidade de revisão de vida, um novo ponto de partida.
Aí é a
hora certa de fechar os olhos para descansar,
dormir,
deixar o corpo relaxar,
dar vazão
aos sonhos... e a mente serenar.
Certamente,
o dia há de começar com mais brilho,
mais cor, mais
alegria, sem empecilho.
Então, é
só dar as mãos a si mesmo,
abrir um
largo sorriso e sair em busca de novos horizontes,
novas
paisagens, novos sonhos, novas fontes.
Luisa Garbazza
Manhã de sábado, 8 de outubro de 2016
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