A humanidade caminhou, por um longo tempo, observando a lei dos mais
fortes e poderosos. O povo era escravizado, maltratado, oprimido. Deus,
descontente com o rumo que tomava a sua criação, resolve enviar seu próprio
filho para salvar a humanidade. Jesus veio ao mundo com uma missão específica:
ensinar a lei do amor. E deu, Ele mesmo, o exemplo: amou a todos, inclusive
aqueles que o crucificaram. “Perdoai-lhes,
ó Pai! Eles não sabem o que fazem.” Depois da morte de Jesus, foi fundado o
Cristianismo: uma religião pautada nos ensinamentos do Mestre do amor. São mais
de dois mil anos de caminhada, seguindo os passos de quem se entregou pela
humanidade. Suas pegadas ainda figuram na poeira do caminho, nos princípios da
Igreja, na caminhada do povo.
Depois de Cristo, a sociedade continua muito injusta; e o povo,
oprimido. Por isso, ser Cristão não é uma tarefa simples: é um exercício de
estudo e paciência, de propagação do amor acima de tudo, de aprendizado para a
vida toda: “Aquele que perseverar até o
fim será salvo”. Muitos foram os que dedicaram para fazer florescer os
ensinamentos de Jesus no meio do povo. Deram o exemplo com a própria vida e
partiram em defesa dos mais necessitados. São Francisco de Assis é um dos
melhores exemplos de vida cristã em toda a sua essência. Ele viveu na
simplicidade, em harmonia com a natureza, ajudando os mais fracos, os doentes,
os pobres. Não quis luxo nem glória, viveu na pobreza absoluta e até hoje
encanta os que conhecem sua história.
Mas não são apenas os santos dos altares que nos dão testemunho de vida
cristã e perseverança: aqui, no meio de nós, muitos são os que se doaram em
prol de uma Igreja mais santa, comprometida com Cristo, e de uma sociedade mais
justa e solidária. Muitos que, por muito tempo, não mediram esforços para que o
amor cristão prevalecesse entre nós, tanto nas atividades da Igreja quanto no
acolhimento aos mais necessitados da sociedade. São pessoas do bem, que hoje já
não têm a mesma disposição para ajudar efetivamente, mas continuam presentes,
participando e intercedendo a Deus pelos que necessitam da sua misericórdia.
Na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bom Despacho, podemos encontrar
esses cristãos que fizeram a sua parte e hoje intercedem por nós. Estão sempre
na igreja, dando exemplo de fé e perseverança.
No terceiro ou quarto banco, sempre próximos ao corredor central, doutor
João e dona Sylvia. Doutor João, exemplo de homem trabalhador, honesto,
comprometido com Jesus; dona Sylvia, exemplo de educadora e de cristã: desde
mocinha participa das atividades litúrgicas. Os dois são, além disso, exemplo
de casal cristão, comprometido com o amor e com o “sim” dito à frente do altar.
Nos bancos laterais, Antonieta, Ordália e Maria José, mulheres de força,
de presença, de trabalho. Atuando na educação e na assistência aos mais
necessitados, trabalharam, enquanto tiveram forças, para levar adiante aquilo
em que acreditam: o Evangelho de Jesus.
Mais no meio da igreja, senhor Geraldo Freitas, exemplo de solidariedade
e ajuda aos pobres e oprimidos. Homem atuante na sociedade e, hoje, sempre
presente na igreja, mostrando a todos que será fiel até o fim.
Nos bancos mais de trás, dona Auxiliadora e dona Clarinda, sempre
juntinhas. Mulheres educadoras, que deram exemplo de força, de inteligência,
mas ao mesmo tempo de simplicidade e fraternidade, sempre se colocando na
presença de Deus. Hoje, já debilitadas fisicamente, uma se apoiando na outra em
uma bonita fraternidade, continuam encantando a todos. Emociono-me ao vê-las na
igreja, principalmente no segundo domingo, quando fazem questão, a despeito de
qualquer dificuldade, de entrar na fila e ir até o altar fazer a oferta do
dízimo. Isso tudo, exibindo um sorriso que serve de exemplo para todos nós.
Esses e tantos outros, às vezes desconhecidos, que tanto fizeram,
merecem nosso carinho e nossa admiração. Merecem nossa gratidão por sua parcela
na construção de um mundo mais cristão. Merecem nosso respeito, pois são
exemplos de fé, de amor, de caridade e de perseverança: “Lembras que abres caminho e outros te seguirão.”
Luisa Garbazza
Publicação do jornal "Paróquia N. S. do Bom Despacho
Setembro de 2016
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