sexta-feira, 8 de julho de 2016

Ato de gratidão

Neste mundo, vasto e diversificado, somos convidados – através das palavras do Mestre Jesus – a nos amar uns aos outros, pois somos todos filhos de Deus, irmãos, portanto. Na caminhada de uma vida inteira, temos muitas oportunidades, e maneiras distintas, de demonstrar nosso amor ao irmão e ao Criador. Uma delas é a gratidão. Nossa gratidão ao Todo-Poderoso pode ser confirmada em forma de louvores, de ação de graças e, de forma muito especial, devolvendo a Deus o que é de Deus através do dízimo. O dízimo é a maior e mais concreta forma de gratidão a quem nos deu tudo que temos e construímos.
Entender o real significado do dízimo faz parte do crescimento espiritual de todo cristão. Na Bíblia temos várias passagens sobre essa forma de amor ao Pai. Já no livro de Gênesis, bem no início da história do povo de Deus, encontramos Abraão que, em sua sabedoria, devolvia seu dízimo e bendizia a Deus: “E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou seus inimigos em suas mãos. E Abrão lhe deu o dízimo de tudo.” (Gn 14,20).
No livro do Eclesiástico, percebemos que, mais que devolver o dízimo, pois ele pertence a Deus, devemos fazê-lo com o coração aberto, cheio de alegria, certos de que estamos fazendo algo agradável a Deus e que certamente nosso ato será digno de reconhecimento: “Dá glória a Deus de bom coração e nada suprimas das primícias (do produto) de tuas mãos. Faze todas as tuas oferendas com um rosto alegre, consagra os dízimos com alegria. Dá ao Altíssimo conforme te foi dado por ele, dá de bom coração de acordo com o que tuas mãos ganharam, pois o Senhor retribui a dádiva, e recompensar-te-á tudo sete vezes mais”. (Eclo 35,11-13)
O valor arrecadado com o dízimo é empregado para custear todas as despesas da paróquia, que não são poucas, inclusive para as despesas com os sacerdotes – dever do cristão, como nos ensina São Paulo: “Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que servem ao altar, participam do altar? Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho.” (1 Cor 9,13-14)
Quando entendemos que o Dízimo é um gesto de amor a Deus, pois estamos contribuindo para que seu nome seja engrandecido e o Evangelho de Cristo seja levado a um crescente número de pessoas, passamos a devolvê-lo com o coração aberto e a alma feliz e agradecida: “Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria.” (2 Cor 9,7)
Em nossa paróquia, o segundo domingo de cada mês é o “Dia do Dízimo”. Estamos fazendo na Igreja Matriz, como acontece em várias comunidades, a experiência da caminhada para a entrega do nosso dízimo. É um ato carregado de significado. Temos a oportunidade de nos levantar e nos dirigir até o altar para entregar nossa oferta. Vamos nos aproximar e dizer a Deus: Eis aqui, Senhor, minha contribuição. Esse é um pouco de tudo que me deste que venho devolver. Eu quero me comprometer com a expansão do Evangelho. Eis, senhor, minha gratidão por tudo que recebo de Vós todos os dias de minha existência. Recebe, Senhor, meu dízimo, que trago com toda a alegria. Amém.
Está sendo gratificante perceber as pessoas se aproximar, olhar-nos nos olhos e dirigir-nos um sorriso, como se dissessem: “Eu sou dizimista e faço questão de sair do meu lugar e vir até o altar para oferecê-lo a Deus.” Devolver o sorriso também é um ato de gratidão a Deus por todos aqueles que confiam em suas palavras. Se você ainda não fez essa experiência, aproveite o próximo segundo domingo e verá como a alma fica mais leve quando estamos em sintonia com Deus.
Luisa Garbazza
Publicação do jornal "Paróquia N. S. do Bom Despacho
julho de 2016

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