Um olhar para o céu, outro para as lembranças:
Éramos crianças, então.
O olhar sempre se espichava rumo ao céu.
Víamos a linha de luz que riscava o espaço, refletia o sol,
e, na ponta, a brilho do avião que singrava os ares.
Seguia, lentamente, sem se desviar.
A reta era traçada em riscos brancos sobre o espaço azul.
O vento e o tempo se encarregavam de misturar as cores.
Em instantes...
os rastros se esvaíam, e o azul dominava outra vez.
Os olhares se perdiam no infinito.
Depois voltavam-se para a terra.
Iam-se as horas e a cena se repetia.
Decorávamos os horários: várias vezes ao dia.
Em dias úmidos, a cena era mais completa:
o ar da manhã fortalecia a fumaça que marcava o céu.
E os rastros demoravam um pouco mais para se dissiparem.
Fim de semana, pela manhã, mais alegria.
Todos em casa, criançada reunida,
correndo pelo terreiro e pelos pastos.
Mal o avião se mostrava ao longe, alguém logo anunciava.
O céu era o alvo do olhar.
A imaginação corria solta.
Os olhos brilhavam.
A alma se enchia de expectativa.
Na ingenuidade pura da infância, dizíamos em coro:
_ Avião, joga um neném para nós!
A imaginação corria solta.
Os olhos brilhavam.
A alma se enchia de expectativa.
Na ingenuidade pura da infância, dizíamos em coro:
_ Avião, joga um neném para nós!
Luisa Garbazza
5 de junho de 2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário