A história da humanidade é
permeada de homens e mulheres que se destacaram por sua bondade e pelo bem que
fizeram aos outros, principalmente aos mais necessitados. Depois de Cristo, na
história da Igreja Católica, muitas pessoas adotaram como objetivo de vida a
obrigação de ajudar o próximo de um modo mais concreto. Por isso ganharam
graças, diante de Deus, e o dom da intercessão, entendido por nós como
milagres. São os santos e santas, que foram eternizados e ganharam a glória dos
altares.
O mês de junho vem recheado de santos para serem lembrados. Entre eles, quatro
se destacam pela devoção fervorosa e pelo folclore em torno da história de cada
um: Santo Antônio, São João, São Pedro e São Paulo. Desde criança, aprendemos a
venerar esses santos e a buscar a sua intercessão; acompanhamos a tradição da
reunião das famílias para a reza do terço; o costume das fogueiras, que são
acesas para homenageá-los. Acompanhamos também as crendices populares, ligadas
principalmente a Santo Antônio, e as alegres e festivas quadrilhas.
Santo Antônio vem primeiro, no dia treze, trazendo-nos um exemplo de
simplicidade, humildade e muito serviço.
Por isso é tido como o padroeiro dos pobres. Deixou-nos também um
exemplo de partilha, porque saciou a fome de muitos necessitados. Dessa
virtude, vem a tradição do “pãozinho de Santo Antônio”, distribuído em muitas
igrejas todo dia treze de junho. É o pãozinho da fartura. Por outro lado, imitando
seu exemplo, somos convidados, ainda, a distribuir pão a quem tem fome.
Santo Antônio povoa também o imaginário das pessoas, que o elegeram como
“o santo casamenteiro”, baseado na narrativa de que ele ajudou uma moça que não
possuía dotes – detalhe imprescindível na cultura da época – a arrumar um casamento.
Talvez por isso se comemore o Dia dos Namorados na véspera de seu dia.
São João é comemorado no dia 24, com a força das fogueiras, dos fogos,
das bandeiras içadas em altos mastros e das histórias que o envolvem. A
primeira fogueira, segundo algumas tradições, foi acesa para anunciar o
nascimento de João Batista. E os fogos? Para acordar São João. – Quando
criança, minha mãe nos contava essa história: São João queria muito voltar à
terra para comemorar seu aniversário e participar das famosas festas em sua
homenagem. Deus não podia permitir. Então, quando ele perguntava: “Ô Senhor,
qual é o meu dia?”, Deus respondia: “João, seu dia ainda não chegou.” Na
véspera, porém, Deus o colocava para dormir e só o acordava no dia 25. São João
então perguntava: “Ô Senhor, qual é o meu dia?” E o Senhor explicava: “João,
seu dia já passou.” E assim em todos os anos.
Encerrando o mês, no dia 29, aparece São Pedro, o pilar do catolicismo,
o guardião das chaves do céu, o primeiro papa. Foi um dos doze apóstolos de
Cristo, aquele em quem Jesus confiou para dar continuidade aos seus
ensinamentos: "Tu és Pedro, e sobre
esta pedra edificarei minha Igreja." (Mt 16,18) Neste mesmo dia, a
Igreja Católica homenageia São Paulo Apóstolo, um autêntico fariseu que se
converteu ao cristianismo e dedicou sua vida pela evangelização dos povos.
Juntos, Pedro e Paulo sustentam a força da expansão do catolicismo e receberam
a significativa comparação – colunas da Igreja.
Mais que qualquer história ou tradição popular, o que importa é a fé em
Deus e no santo de nossa devoção. Para nós, católicos, os santos representam
exemplos a serem conhecidos e imitados. Cada um a sua maneira, todos confiaram no
Pai e deixaram-se guiar por Ele. Seja servindo aos que vivem na pobreza
material, sendo exemplo de fé ou espalhando o evangelho de Cristo, todos
encontraram graças diante de Deus e podem interceder por nós.
Para a vida, procuremos conhecer a história dos santos e, no dia a dia,
imitar seus exemplos de fé, de partilha, pobreza, humildade, oração, de força e
entrega total a Deus. Essa é nossa missão neste mundo: a santificação – nossa e
daqueles com os quais convivemos.
Luisa Garbazza
Artigo publicado no Jornal PARÓQUIA
Da Paróquia N. S. do Bom Despacho - junho de 2015
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