Em pleno “Ano da Fé”, às vezes ainda encontramos pessoas
que não acreditam em Deus. A ciência, cada vez mais avançada, e a globalização
desmedida, sugerem que o homem tudo pode, independente de onde veio e para onde
vai. Porém, quanto mais conheço as novidades tecnológicas e o progresso no
campo científico, mais me convenço da existência de “Deus, Pai, todo-poderoso,
Criador do céu e da terra".
É a Ele que elevo minha prece neste dia. Uma prece por
todos os que têm dificuldade em acreditar na existência de Deus ou em
reconhecê-lo como Criador e Senhor da vida. Uma prece que chegue aos céus e
seja devolvida aos corações incutindo neles a sensibilidade necessária para
reconhecer a presença divina nos detalhes do dia a dia, pois, em tudo, Deus se
faz presente.
Podemos perceber Deus na contemplação da natureza: no
azul do céu, que muda de nuances ou se transforma em dias de chuva e em tardes
frias de inverno; na imensidão do mar com suas águas pesadas e habitadas por
uma infinidade de seres surpreendentes; nos inúmeros tons de verde que formam
nossas matas, parques e jardins; nas flores – milhares – que encantam os olhos,
enfeitam ambientes e alegram os corações; nos pássaros multicores alçando voos
de liberdade no espaço sem fim; nas águas cristalinas espalhadas por todo o
planeta compondo quadros de extrema beleza e saciando a sede dos viventes; nos
bilhões de estrelas que, espalhadas pelo universo, enfeitam o céu em noites
claras.
Deus está presente no coração e no vente da mãe, na
gestação de uma nova vida e nos braços que embala o filho recém-nascido. Não há
como ignorar a presença de Deus em momentos divinamente sublimes como esse.
Sentimos a presença divina nos olhos inocentes de uma
criança; na confiança devotada aos pais; na pureza percebida em suas palavras,
sorrisos e gestos; na sinceridade ao expressar suas orações; na certeza da
crença que têm no "Papai e na Mamãe do céu”. “Deixai vir a mim as
criancinhas.”
Do mesmo modo, onde estiverem jovens lutando por um mundo
mais justo, saindo em missão para levar alento e pão aos mais necessitados –
seguindo o exemplo de São Francisco de Assis e tantos outros –, vivendo os
valores pregados pelo evangelho, acreditando que vale a pena viver na
fraternidade e na santidade, ali está Deus.
Deus ainda se mostra na chuva que vem do céu, ora com uma
força colossal varrendo ruas, arrastando tudo, ora mansa, silenciosa, caindo
fininha, fecundando a terra; nos animais vivendo livres nas matas em harmonia
com a natureza; no vento forte e nos furacões. Contudo, de forma especial, Ele
está na brisa leve, suave, que nos toca a pele e refresca nossos temores.
Por tudo isso e por tantas outras evidências, resta-nos
acreditar na presença de um Pai-Criador que deu vida a todas as criaturas. Fez
de nós, seres humanos, seus filhos amados, pessoas com liberdade e autonomia
para conduzirmos nossa própria existência aqui na terra. Um Pai que nos deu seu
filho, Jesus Cristo, como modelo de vida e obediência. Um Ser Supremo digno de
glória e louvor. Após essa certeza, a prece surge facilmente e com ela a
esperança de que a resposta ecoará por todo o universo.
Com plena confiança, meu pedido é que Deus tenha
compaixão de nós, seus filhos, e nos proporcione a graça da fé, principalmente
naqueles momentos de angústia e de dor.
Que todos possam ter a oportunidade de conhecê-Lo e aceitá-Lo no
coração. E que as orações de milhares de cristãos façam com que este Ano da Fé frutifique e seja um tempo de
graças e bênçãos. Assim seja.
Luisa Garbazza
Publicada no Jornal "PARÓQUIA", da Paróquia Nossa Senhora do Bom Despacho.
Fevereiro de 2013.
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