sábado, 1 de março de 2025

Lá vai Francisco...

 Luisa Garbazza


Lá vai Francisco pelo caminho...

Como papa, o nome primeiro.

De rosto suave, semblante leve,

sorriso puro e verdadeiro.

 

Lá vai Francisco pelo caminho...

Da Igreja, o bom pastor.

De sorriso aberto; do irmão, bem perto!

Coração cheio de amor.

 

Francisco segue seu caminho,

tão desprovido de vaidade!

Dá o exemplo, opina e nos ensina

a paz, o amor, a caridade.

 

À frente da Igreja, lá vai Francisco,

acolhendo a todos, tal qual Jesus Cristo.

Abraça o pobre, o sofrido; vale o oprimido,

torna-se amigo, admirável, benquisto.

 

De passos firmes, lá vai Francisco...

E se alguém ousa fazê-lo desistir,

busca sabedoria, apega-se com Maria,

encontra forças para persistir.

 

Lá vai Francisco, pelo caminho...

Já cansado, não desiste de sua cruz.

Segue na peleja, sustenta a Igreja,

fiel aos ensinamentos de Jesus.

 

Caminha, Francisco, caminha!

É o que pedimos em oração.

Confie na vontade do Deus de bondade,

em cujas obras há sublime perfeição.

 

Luisa Garbazza

1º de março do ano de 2025

Singela homenagem ao Papa Francisco


terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Cultivar e guardar a Criação

 


No princípio, Deus criou o céu, a terra e as águas. Criou na terra as plantas e os animais; no mar, uma multidão de seres vivos; e aves no céu. Deus fez o homem e a mulher à sua imagem e semelhança para reinar sobre todos os seres criados. “Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom.” (Gn 1,31)

Assim começou a história da humanidade. Tudo muito bom! Perfeição divina. Mas o homem não soube cuidar como deveria. Aos poucos, foi virando as costas para Deus e usando os bens naturais à revelia. A Igreja católica, no Brasil, sempre preocupada com a questão ecológica, convida-nos, mais uma vez, em comunhão com o Papa Francisco, a refletir sobre a necessidade de salvar o planeta. Para isso somos convocados a viver a Campanha da Fraternidade 2025 com o tema: Fraternidade e Ecologia Integral, e o lema: “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31).

Em preparação para essa campanha, a Diocese de Luz realizou um encontro de formação no dia 26 de janeiro. Foram momentos de muito aprendizado, em que fomos induzidos a refletir sobre nossa responsabilidade de cuidar da Mãe Natureza, nossa casa comum, e da nossa relação com Deus e com a sociedade. Fomos convidados, a partir do estudo da realidade, a fazer a nossa parte para proteger a natureza, refletindo sobre o “Cântico das criaturas”, de São Francisco de Assis, um poema que nos remete ao início, ao momento da criação em que “Deus viu que tudo era muito bom”.

Sabemos que “A natureza geme em dores de parto” (Rm 8,22) – já nos dizia a Campanha da Fraternidade 2011. Portanto o convite agora é feito a todos nós, filhos e filhas de Deus. O pouco que cada um puder fazer é de suma importância para a saúde do planeta, pois tudo está interligado.

Assim, conscientes de nossa missão, não sejamos omissos. Caminhemos com coragem, contando com a presença e a bondade de Deus e rezando, com a oração da Campanha da Fraternidade: “Que o teu Espírito Santo reacenda em nós a consciência da missão que de ti recebemos: cultivar e guardar a Criação, no cuidado e no respeito à vida”.

Luisa Garbazza

sábado, 25 de janeiro de 2025

Carta - Homenagem ao "Dia do carteiro"

 


Bom Despacho, 25 de janeiro de 2025

Olá, você!

Como vai a vida neste dia?

Hoje é o “Dia do Carteiro”. Lembrei-me da minha época de adolescente e jovem, quando se usava enviar cartas. Como era prazeroso escrever uma carta para alguém! A escrita em si já era algo muito especial: preparar a folha de bloco – própria para carta –, um lápis bem apontado ou uma caneta, um lugar apropriado, longe do barulho e do trânsito de pessoas. Enquanto trazíamos à mente a pessoa para a qual escrevíamos, o pensamento ia longe, e a mão ia registrando as palavras, as notícias – boas ou tristes – que queríamos transmitir.

O carteiro era a visita mais esperada. Cartas... muitas cartas... cartas de parentes, de amigos, conhecidos e desconhecidos, cartas de amor, de alegria, mas também de tristeza, cartas de amizade, cartas que iam e vinham em um vaivém sem fim.

Por ser o “Dia do Carteiro”, resolvi escrever esta carta que expressa meus sentimentos e minha euforia com essa prática tão esquecida. Sentimentos de alegria ao pensar que alguém irá ler esta carta e se lembrar de mim, mesmo que não me conheça.

No ensejo de me comunicar com alguém, por meio de uma carta, lembrei-me de tantas pessoas que preenchem um espaço em minha vida, em meus pensamentos; que me ensinam, caminham comigo, às vezes de longe; pessoas que fazem a diferença em meus dias.

Aproveito esta carta para demonstrar minha gratidão a cada um. Obrigada, você, que parou alguns instantes para ler estas linhas. Obrigada pela parcela de bem que recebo por seu intermédio. Obrigada pelos momentos de convivência, pelas conversas, pelos ensinamentos, por ter cruzado a linha de minha vida. Obrigada por fazer parte da minha lista de pessoas importantes e por me proporcionar o prazer desta escrita.

Quando ler minha carta, espero que esteja bem e, tal qual essa amiga ao escrevê-la, sinta-se feliz.

Deus abençoe você, com bênçãos de paz e alegria, amor e esperança.

Abraço bem grande.

Sua amiga,

      Luisa Garbazza


(Homenagem a todos os carteiros, que, ainda hoje, visitam nossos lares.)


sábado, 11 de janeiro de 2025

 


Como é bom começar algo novo! Novos planos, novos projetos, novas expectativas. É o que geralmente vivemos no início de cada ano. Como o mitológico deus Jano, lançamos um olhar para os dias vividos – com saudade ou com alívio – e um olhar – com brilho de esperança – para o que há de vir. Essa esperança se torna ainda mais palpável quando a motivação é a presença do Deus Menino, nascido entre nós. É nele que cremos e nos espelhamos para caminhar, com mais leveza, rumo ao novo ano.

Jesus, o Filho de Deus, nascido de Maria, adotado por José. Estava assim formada a família, santa, sagrada, que viveu na simplicidade e tornou-se modelo para cada família aqui na terra. É linda, emocionante e às vezes triste a trajetória dessa família: a obediência, a entrega e o amor de Maria; a submissão, a fé e a humildade de José; a presença divina e humana do Menino Jesus. Juntos driblavam as intempéries. “E Jesus crescia em estatura, em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens.” (Lc 2:52)

Em cada passo dessa família, um motivo para nossa reflexão, uma atitude a ser imitada. Mesmo diante dos reveses, a confiança nos planos de Deus – ainda que sem entendê-los –, a obediência, a vida em harmonia, a sublimação da fé. Contemplemos a suavidade no rosto de Maria, a figura paternal de José, a serenidade no olhar do filho. Com o olhar da fé, percebemos que havia ali uma atmosfera mais divina que humana. E ainda há. Assim o acreditamos quando invocamos a Sagrada Família de Nazaré.

Em 2025, a Sagrada Família seja nosso modelo, nossa inspiração para bem viver. Cada dia seja vivido com o propósito de nos aproximarmos mais de Deus. Assim, conformados em Cristo, deixemos transbordar em nós a esperança em dias melhores. Façamos nossa parte e esperemos um mundo melhor, onde, motivados pelo Jubileu da Esperança, vivamos todos como uma grande família: a de filhos e filhas de Deus, irmãos em Cristo. Sob o olhar de São José e sob o manto da Virgem Maria, nossa Mãe, os passos serão mais leves, e encontraremos o sentido da vida.

Luisa Garbazza

Janeiro 2025

segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

Peregrinos de esperança

 


Tarde do dia 29 de dezembro. Na Igreja Nossa Senhora de Fátima, na cidade de Luz, sede de nossa diocese, iniciou-se a caminhada que marcou a cerimônia de abertura do Jubileu “Peregrinos da Esperança” na diocese de Luz.

A caminhada até a Catedral de Nossa Senhora da Luz trouxe a simbologia da peregrinação. Ora pisando em poças d’água, ora suportando a chuva fina que caía, o “povo de Luz” dava passos seguros, com o coração cheio de esperança. Somos todos peregrinos nesta terra, rumo ao céu.

A chegada à catedral e a abertura de sua porta congregou todo o povo de Luz como uma só nação, em sintonia com o Papa Francisco, que abriu a porta santa em Roma, no dia 24 de dezembro.

Aos poucos, com a entrada dos sacerdotes e dos fiéis, a catedral foi ganhando vida. Dom Aristeu abençoou a água com a qual os presentes seriam aspergidos, lembrando nosso Batismo, quando renascemos em Cristo, nossa esperança.

A celebração eucarística, bela, piedosa, bem preparada, proporcionou-nos a espiritualidade necessária para bem viver e entender esse momento. Dom Aristeu, em sua homilia, falou-nos primeiramente sobre o valor da família, destacando o dia da Sagrada Família, celebrada hoje, e sobre o jubileu que ora iniciamos. Marcar a abertura do jubileu, nas dioceses, justamente nesse dia, vem da preocupação do Papa Francisco com o futuro de nossas famílias. Dom Aristeu pediu às pastorais ligadas à família que se esmerasse na oração, no resgate, no reforço e revigoramento das famílias.

Sobre o jubileu, Dom Aristeu nos lembra de que é um momento de grande graça para nossa Igreja e destacou dois momentos importantes desse tempo: primeiro, um olhar para dentro de nós mesmos, como estamos vivendo nossa fé; segundo, olhar para fora, para o outro, um olhar missionário. O que estamos fazendo para o bem comum? “Somente serão reconhecidos peregrinos de esperança os que estiverem próximos dos que estão sós.” O bispo terminou sua fala invocando Maria, Mãe da esperança, sob o título de Nossa Senhora da Luz.

A porta da catedral foi aberta. Está aberto oficialmente o Jubileu Peregrinos da Esperança em nossa diocese e no mundo todo.

E agora?

Agora começa nossa missão. Nós somos os peregrinos de esperança. Precisamos nos encher de fé e coragem e começar a caminhada. Primeiramente dar passos para dentro de nós mesmos, como bem o disse o Papa Francisco, depois sairmos de nós e dar passos confiantes para levar algo de nós a quem está desesperançado.

Inspirados e motivados por nossos sacerdotes, que nos alimenta espiritualmente, abracemos essa missão com coragem e compromisso, alegria e zelo. Cada rito, cada celebração, cada peregrinação sejam vividos em comunhão com toda a Igreja, com uma dose bem grande de fé e esperança.

Bom Jubileu para cada um de nós e para todos os filhos e filhas de Deus. Seja um ano realmente santo.

Luisa Garbazza

29 de dezembro de 2024

sábado, 14 de dezembro de 2024

Nasce a esperança

 

Foto cedida pelo Pe. Matheus Garbazza, Paróquia N. Sra. da Conceição, Alto Jequitibá - MG

Curioso é perceber o burburinho da cidade nos dias que antecedem as festas de fim de ano, em especial, o Natal. O centro da cidade se transforma em um verdadeiro shopping a céu aberto. Um vai e vem ininterrupto faz parte do cenário das calçadas, das praças e das lojas, abarrotadas de artigos para todos os gostos. Celebrar as festas torna-se a prioridade, mesmo entre os que não creem em Jesus. Para muitos, o que importa é festa, fartura, presentes. Mas, para os que creem, Natal é tempo de esperança.

Esperança é o que nós, cristãos, vivemos neste tempo do Advento, em que preparamos o coração e o espírito para a chegada do Deus Menino. Esperança na boa nova que ele nos traz. Tempo de reflexão e maior espiritualidade. Assim, para melhor aproveitarmos este tempo de preparação, a Igreja sempre nos oferece, na liturgia, as passagens dos profetas, que, ainda hoje, são mensagens de vida e de esperança.

Em 2024, vivenciando este período de espera para o nascimento de Jesus, temos dois motivos especiais de esperança. O primeiro é abertura do Jubileu da Esperança, que acontecerá dia 24 de dezembro. O Ano Santo começará no dia 24 de dezembro de 2024 e terminará no dia 6 de janeiro de 2026. Este tempo de graça vem do apelo do Papa Francisco para reacender a esperança em um mundo marcado pela guerra, pelo desespero e pelo desafio das novas tecnologias: "Diante de tantas formas do mal e morte, devemos ser anunciadores e testemunhas de vida e de esperança".

O segundo motivo é a celebração dos 80 anos de vida eterna do nosso saudoso Padre Júlio Maria De Lombaerde. Padre Júlio Maria viveu de esperança, que frutificou em obras espirituais e temporais. Deixou-nos um legado grandioso, tanto pelas congregações que fundou quanto por suas construções, sempre visando o bem do próximo, especialmente os mais necessitados, e a evangelização. Esse santo homem é, para nós, exemplo de força, coragem, fidelidade a Deus, amor incondicional a Jesus Eucarístico e devoção sublime a Maria. Modelo a ser seguido. Celebrar os 80 anos da partida para o céu do “missionário que veio de longe” é ver crescer a esperança de tê-lo reconhecido como santo não apenas por nós, seus devotos, mas também por toda a Igreja de Cristo.

Neste tempo de Natal, portanto, deixemos a esperança crescer em nós. Abramos o coração para receber Jesus e sua mensagem de amor: “Eu vim para que todos tenham vida e para que a tenham em abundância” (Jo 10,10). Feliz e santo Natal.

Luisa Garbazza

Dezembro 2024 – Jornal da Paróquia N. Sra. do Bom Despacho

Bom Despacho - MG


quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Beber da fonte

 


Outubro é mês missionário! Tempo forte para lembrarmos nossa missão de cristãos batizados: espalhar o Evangelho. Nós, da Paróquia Nossa Senhora do Bom Despacho, temos o privilégio de pertencermos a uma paróquia missionária, fundada pelo Servo de Deus Padre Júlio Maria De Lombaerde. Esse santo homem, que por aqui passou, deixou suas pegadas, seu carisma, seu jeito eucarístico-mariano de ser, que continua por meio de seus discípulos, os Missionários Sacramentinos de Nossa Senhora.

Padre Júlio Maria fincou raízes em Manhumirim, onde deixou as marcas, profundas, do grande missionário que foi: um legado riquíssimo, que pode ser confirmado nas obras que construiu e na espiritualidade daquele povo. Por isso é tão significativo para nós, também paróquia sacramentina, visitar aquele lugar. Padre Antônio Otaviano,SDN, já por vários anos, organiza romarias para Manhumirim, a fim de que nosso povo possa conhecer um pouco das obras do Padre Júlio Maria e beber da fonte de sua espiritualidade. A peregrinação acontece por ocasião do Jubileu do Senhor Jesus. Em 2024, foi nos dias 12 a 15 de setembro.

Com seu jeito entusiasmado de ser, Padre Antônio nos conduziu por caminhos que nos propiciaram maior conhecimento da herança religiosa deixada pelo Padre Júlio Maria: visitamos o seminário, o Santuário do Bom Jesus, o mirante do Cristo e o local em que o Padre Júlio Maria sofreu o acidente que resultou na sua morte. Na capela do seminário, tivemos a presença do Frater Felipe Cunha, do Padre André, do Padre Heleno e do Padre Marcos para conversarem conosco e falarem um pouco da vida e obra do Padre Júlio Maria e do Jubileu do Senhor Bom Jesus de Manhumirim.

Padre Júlio Maria, sacerdote belga que chegou ao Brasil em 1912, foi um homem santo, destemido, cheio de fé, preocupado com o povo em suas necessidades, missionário por excelência. Em Manhumirim, onde viveu por 16 anos e ali faleceu em 1944, construiu seminário, colégio, patronato, hospital, abrigo para idosos. Seu maior legado, porém, foi a espiritualidade. Fundou duas congregações religiosas: a Congregação dos Missionários Sacramentinos de Nossa Senhora e das Irmãs Sacramentinas de Nossa Senhora. Por meio dessas congregações, ele nos deixou seu carisma missionário-eucarístico-mariano.

Agradeço ao Padre Antônio a oportunidade de mais essa experiência de fé. Beber da fonte é a melhor maneira de conservar viva nossa admiração por esse santo homem e nos esforçarmos para viver sua espiritualidade no dia a dia. Essa é nossa missão.

Luisa Garbazza

Publicação do Jornal Paróquia N. Sra. do Bom Despacho

Novembro - 2024