sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Carta ao Servo de Deus Padre Júlio Maria De Lombaerde

 


            Bom Despacho, 8 de janeiro de 2022

             Querido Padre Júlio Maria

             É com tamanha alegria que lhe escrevo essas linhas para demonstrar o grande carinho que tenho pelo senhor. Imensa é a admiração que sinto por tudo o que realizou e pelo que representa para nós, conhecedores de sua passagem pela vida mortal. Tanto que hoje estamos celebrando seu Batismo, que ficou para nós como uma data muito específica: dia do “Servo de Deus Padre Júlio Maria – o seu dia. Merecida homenagem, pois somente um ser humano muito especial recebe um chamado de Deus, dessa magnitude, e responde prontamente, sem hesitar – Eis-me aqui. Envia-me. –, como o senhor o fez. Por isso, tornou-se exemplo a ser divulgado e seguido.

            Ao buscar conhecer seus passos, deixei-me levar pela emoção nas páginas de seu “Diário Missionário”. Fiquei imaginando a família formada pelo casal José e Sidônia, as dificuldades de sua mãe e, ao mesmo tempo, a força que possuía para passar por tantas provações. Ainda a saudade que sentia com a ausência dos filhos, mesmo sabendo que seguiam tão sublime missão. Caminhei com o senhor em suas idas e vindas para concretizar o propósito de servir, primeiramente como “irmão branco” – Irmão Optato Maria – na África, até se tornar sacerdote da Congregação da Sagrada Família, na Europa, para honra e glória de Deus.

            Acompanhei em suas páginas, Padre Júlio Maria, sua resignação, sua obediência e sua confiança ilimitada em Deus, quando recebeu a notícia de que viajaria rumo ao desconhecido: o norte do Brasil. Hora nenhuma percebi em suas palavras o desejo de pedir para ficar. Seu coração generoso abraçou a missão, pois a alma missionária o impulsionava e não o deixava esmorecer. Sei que a viagem foi difícil, repleta de provações, mas percebi, em cada passo, seu latente desejo de ali chegar e colocar-se a serviço de todos os necessitados.

            Como foi grande, meu querido padre, o legado construído na precariedade do norte do Brasil, em especial no Amapá. Em seu “Diário Missionário”, encontrei mais do que um padre em missão, encontrei um servo de Deus disposto a tudo pelo bem de seus filhos espirituais. Encontrei um padre, um irmão, um pai, um catequista, um médico do corpo e da alma, um homem forte que se punha a caminho, enfrentava os desafios da natureza e a ignorância humana sem perder o foco, sem se desviar de seus objetivos. Ali deixou, entre outras marcas, a Congregação das Filhas do Imaculado Coração de Maria. O senhor fez um bem enorme àquele povo que, ainda hoje, traz seu nome gravado na história.

            Padre Júlio Maria, como sou grata a Deus e ao senhor por sua presença aqui nas Minas Gerais! Visitar Manhumirim e ver de perto as obras que construiu, com a ajuda do povo sedento de Deus, fez-me confirmar cada palavra – ouvida e lida – que já soubera a seu respeito. Fez-me constatar o homem forte – de corpo, alma e espírito – que foi, a necessidade que possuía de ajudar, contatada na construção do hospital, asilo, colégio, patronato e do majestoso seminário, lugar de acolhida, de estudo, de ensinamento para muitos jovens, sementes de vocação. Além das congregações dos “Missionários de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento” e a das “Irmãs Sacramentinas de Nossa Senhora”.

            Sei, Padre Júlio Maria, que viu muitos frutos do seu trabalho, mas também viu muitos sonhos ruírem. Imagino como seu coração se entristecia nos momentos de incompreensão, de rivalidade, de pedras nas mãos de quem o olhava com falta de fé. Mas sei também que conservou sua confiança em Deus, trabalhou sem descanso e permaneceu firme em seu propósito até o último suspiro.

            Quero agradecê-lo, Padre Júlio Maria, pelo exemplo de vida santa que nos deixou, pelo exemplo de fé madura e incondicional, pelo amor profundo a Jesus Eucarístico e pela devoção, sem reservas, a Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento. Seu carisma eucarístico-mariano modificou a vida de muita gente. E continua modificando. Inclusive a minha. Desde que conheci sua história, e, especialmente, quando vi meu filho seguindo suas pegadas, tornei-me sua devota. Hoje estamos rezando por sua beatificação. Por tudo o que o senhor viveu, realizou e ensinou, temos certeza de sua santidade. Por isso queremos vê-lo proclamado santo pela Igreja e aclamado santo por todos os homens de boa vontade.

Querido padre Júlio Maria, servo de Deus, meu coração se enche de gratidão pela oportunidade de senti-lo tão perto, por meio de seus feitos e de seus filhos espirituais, os missionários sacramentinos. Meu coração sacramentino, cheio de amor por Jesus e devoção filial a Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento, quer agradecê-lo por tudo que fez em favor de todos nós. Obrigada, missionário! Daí, na glória de Deus, Interceda por nós, para que possamos seguir fielmente seus passos de amor, sacrifício e fé.

Até um dia.

 Grande abraço dessa sua devota, que já o tem como santo.

 Luisa Garbazza


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