quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Força na missão

 


Caros irmãos em Cristo, estamos nos aproximando do final do ano litúrgico. No último domingo deste mês, mais precisamente dia 29, inicia-se o novo ano dentro da liturgia católica: ano B, durante o qual refletiremos com o Evangelho de São Marcos. Então é tempo de rever o que fizemos em 2020 e aproveitar o “Dia de Ação de Graças” – 26 de novembro – para louvar a Deus por todos os benefícios que Ele nos concede a cada dia de nossa vida.

No decorrer deste ano – tão diferente, por causa da pandemia –, tivemos uma rotina diferente para as práticas religiosas: ficamos um período sem missas presenciais, fomos privados de nos reunir para os momentos de reflexão e oração, distanciamo-nos uns dos outros por uma força maior: evitar o contágio. E agora, mesmo voltando às missas presenciais, nem todos têm a oportunidade de participar das celebrações, por falta de espaço, já que o número precisa ser reduzido por causa do distanciamento social, ou por fazer parte do grupo de risco – pessoas mais vulneráveis aos sintomas do coronavírus.

Mesmo com todas essas dificuldades, estamos realizando as celebrações e festas propostas pela Igreja. E temos contado com o apoio dos fiéis para o desenrolar de cada celebração. Algumas vezes, até nos surpreendemos com participação das pessoas, como aconteceu na novena e na festa de Nossa Senhora Aparecida. Com a aprovação do pároco, Padre Márcio Antônio Pacheco, SDN, seguimos o roteiro proposto pelo Santuário de Aparecida. Foi uma alegria perceber a adesão dos irmãos e irmãs a cada proposta feita. Recebemos representantes das comunidades, das pastorais e movimentos e das equipes de liturgia da Matriz. O entusiasmo do povo e o carisma de nossos sacerdotes contribuíram para o bom êxito da festa.

 

“Eis-me aqui, Senhor!”

Nessa festa mariana, o que mais chamou minha atenção, no entanto, foi a presença expressiva de uma criança, o pequeno João Pedro. No dias  da novena, momentos de muita espiritualidade e demonstração de amor a Maria, tivemos dois instantes especiais, que se repetiram a cada dia: a procissão de oferta de alimentos, que seriam doados às famílias necessitadas, e a procissão de oferta das flores, um carinho de filhos e filhas à Mãe Aparecida. Em todos os dias, lá estava João Pedro, sempre acompanhado dos pais, levando algum alimento para ofertar. Depois voltava levando nas mãos algumas flores para oferecer. E não se contentava em levar e voltar para o lugar, ficava ali, em frente à imagem, analisando, olhando para ela, organizando as flores, escolhendo o melhor lugar para depositar a sua flor, que, com toda a certeza de seu coração de criança, era muito especial. Curiosamente, lançava-me um olhar alegre, como se dissesse: “Eu estou aqui. Eu trouxe flores para Maria.” Enternecida, eu devolvia o olhar, fazia um gesto, concordava com a cabeça, já que o sorriso estava escondido. Só então ele voltava para o seu lugar.

          Por isso minha gratidão a Deus é por esses momentos de alegria e paz na alma. Graças pelas pessoas que se comprometem com o trabalho de evangelização. Graças pelos pais e mães de família que dão exemplo de fé, levam seus filhos pequenos para a igreja e os incentivam a também participar. Graças pela oportunidade de ajudar aos mais necessitados. Graças por pertencermos à Igreja Católica, em uma paróquia sacramentina, e termos Maria por mãe e padroeira.

Gratidão, ó Deus, por chegarmos ao final deste ano litúrgico com o coração agradecido e a sensação do dever cumprido, dentro do possível. Gratidão, ó Deus, por ter nos conservado a vida e ter conduzido nossos passos e nossos pensamentos nesses tempos de penúria. Dai-nos, Senhor, a vossa bênção e disposição para continuarmos nos vossos caminhos. Amém.

Luisa Garbazza

luisagarbazza@hotmail.com

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