terça-feira, 28 de julho de 2020

Pesadelo



Da existência o pesadelo
na mão cruel do destino,
no desencaixe dos trilhos.
Sem compaixão, sem desvelo,
com dor e com desatino,
da vida anulou o brilho.

Parecia passageiro,
qualquer coisa transitória,
bem simples de suportar.
Mas esse vírus matreiro,
verdade muito notória,
veio nos atormentar.

Chegou a era do medo
de algo que paralisa:
esse mal desconhecido.
Constatamos, muito cedo,
que o sopro da leve brisa
fez-se vento ensandecido.

Já longe se vai o tempo,
bem escassos os encontros,
zerados beijos e abraços.
Vida fez-se passatempo,
solitude,  desencontros,
descaminho para os passos.

Das horas vejo a urgência,
procuro alguma saída,
as chaves dessa prisão.
Algo que mude a cadência,
não me deixe assim perdida,
livre-me da solidão.

                                                             Luisa Garbazza
                                                                    27-07-2020

* Em tempo de pandemia.

2 comentários:

  1. Oi Luisa!
    Muita dor em seu canto de pranto!
    Que dizer? Só:Estamos juntos, irmãos na fé, na certeza de que toda dor é vencida peli ressuscitado que vive entre nós!
    Fraternos abraços para cada novo dia!

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  2. Lúcia, querida leitora, obrigada por suas palavras de ternura.
    Estamos juntos, sim, com a graça de Deus.
    Grande abraço.

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