quarta-feira, 15 de abril de 2020

Jesus não passou em minha casa


Os cristãos comprometidos vivem a Quaresma – tempo de conversão.
O mundo globalizado, a quarentena – necessidade de reclusão.
Fecham-se as casas, fecham-se as igrejas.
Fechamo-nos em casa, sem presença, sem abraços.
Sem encontro com o irmão, sem Missas, sem Comunhão.

Vislumbra-se a Páscoa.
Coração vive a ansiedade, desejo da presença real do Cristo ressuscitado no Santíssimo Sacramento.
A Igreja do Brasil se organiza
Em carro aberto, realiza o tão sonhado desejo:
Jesus Eucarístico, pelo sacerdote conduzido, pelas ruas e praças da cidade.

Preparei-me para recebê-lo, mas Jesus não passou em minha casa.
Preparei o portão com símbolos de ressurreição, e Ele não passou em minha casa.
Preparei a alma, o coração, acendi uma vela...
E Jesus não passou em minha casa.

Ouvi o som, ao longe, e saí para a rua.
Vislumbrei o carro em que Ele estava.
Ele não passou em minha casa, mas olhou para mim.
De longe ele olhou para mim e me reconheceu.
Com certeza, sentiu meu olhar suplicante, minha alma sedenta, como sentiu o toque daquela mulher que sofria e acreditou que Ele podia curá-la.

Jesus olhou para mim e senti sua presença, seu amor.
Senti que, apesar de não haver passado em minha casa, Ele estava ali, perto de mim, abençoando-me, dando-me forças para prosseguir.

Jesus não passou em minha casa, mas marcou presença e fez morada em meu ser.
Luisa Garbazza
12 de abril de 2020

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