sábado, 6 de outubro de 2018

Salve os pequeninos!


"Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham. (São Marcos 10, 14)"

Jesus nos ensinou a ter alma de criança por causa da pureza que elas trazem no coração. Lendo essa passagem, lembro-me de meu sobrinho-neto Davi. Em seus cinco anos, Davi é pura inocência! Tem um jeito todo especial de viver e conviver. Um sorriso puro, jeito carinhoso, um olhar do qual emana uma paz que toca a alma da gente. E ainda tem um quê de ingenuidade que me encanta. Davi é um anjo. Na última vez em que o encontrei, despedi-me dando-lhe duas notas de vinte reais. Chegou o irmão Miguel e disse: “Ô, Davi, divide aí!” Em sua inocência, com o semblante doce e sereno, ele simplesmente pegou uma das notas e a entregou ao irmão. Meu sobrinho Thales - pai de Davi - quis intervir. Fiz sinal para que deixasse. Foi um gesto muito lindo que precisa ser valorizado e imitado. Ali entendi realmente o significado de ser semelhante aos pequeninos.
Ainda pensando nessa passagem, projeto-a para a festa que celebraremos em outubro: o Dia das Crianças. Como é bom festejar esse dia! Como é gratificante receber o olhar de gratidão dessas pessoinhas tão amadas por Jesus e que têm tanto a nos ensinar! A criança traz, escancarada no olhar, toda a essência de sua alma. A sinceridade com que falam as verdades e traduzem os sentimentos é graça divina. As lições que nos ensinam precisam ser levadas a sério.
Para esse dia dedicado às crianças, e para todos os outros dias, peço a Deus:
que todas as crianças possam ser criadas com amor;
que haja paz em todas as famílias, para que as crianças cresçam sem serem obrigadas a participar de cenas de violência e desamor;
que as dores das crianças sejam levadas a sério e que elas possam receber sempre os cuidados necessários;
que as crianças tenham direito ao carinho dos pais, e que os pais estejam sempre presentes e disponíveis para ajudá-las;
que todas as crianças tenham alguém para lhes contar histórias, muitas, e alguém para ouvir suas próprias histórias;
que as crianças tenham livros, muitos livros, para crescerem com mais sensibilidade e menos ansiedade;
que os pais sejam provedores das necessidades materiais, mas, acima de tudo, provedores de amor, de carinho, de compreensão, de ternura e afeto;
que os pais tenham consciência da gravidade da superexposição da criança às telas: computador, televisão, celular, tablet;
que os pais ensinem às crianças o caminho do bem, da religião, do amor;
que os pais apresentem às crianças o Papai e a Mamãe do céu;
que os pais tomem seus filhos pelas mãos e os levem à igreja, casa de Deus, para aprenderem a rezar e abastecerem o coraçãozinho dos bens espirituais;
que nenhuma criança tenha que enfrentar a fome, o frio, o desprezo, o abandono, o abuso sexual, os maus tratos, a tristeza, o medo;
que nenhuma criança tenha que crescer rápido demais por causa das asperezas da vida.
            Neste dia doze, e sempre, abençoai, Senhor, todas as crianças para que vivam com alegria e dignidade. E abençoai-nos, Senhor, para que aprendamos delas a sabedoria de vida que nos ensina a sermos dóceis, mansos e humildes de coração. Só assim poderemos nos aproximar de vós. Só assim seremos dignos de suas bem-aventuranças. Amém.

Luisa Garbazza
Jornal Paróquia (Paróquia N. Sra. do Bom Despacho)

Outubro de 2018 

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