quinta-feira, 10 de abril de 2014

Liberdade como dom de Deus





As pessoas estão tão envolvidas com a globalização e presas aos recursos virtuais, que se esquecem da vivência em comum. Assim, muitos valores e crenças são esquecidos, transformados ou mesmo subvertidos. Nessa corrida desenfreada por modernidades, Deus fica em segundo plano – ou em plano nenhum. 
Outro dia, vi uma postagem na internet – em uma rede social – que me chamou atenção. Alguém fazia uma crítica à Virgem Maria e, logo abaixo, um vídeo de um padre, supostamente, criticando-a também. Lendo os vários comentários a respeito, percebi que havia muitas pessoas depreciando Nossa Senhora, a religião católica, nossos sacerdotes e também Jesus Cristo.
Resolvi assistir ao vídeo e constatei o quanto haviam distorcido as palavras contidas nele. O que o padre verdadeiramente dizia é o que todos nós, católicos bem informados, já sabemos: falava do perigo de se colocar Maria como centro da religião. Ao contrário, Cristo é o centro. É Ele que nos salva, nos resgata, nos liberta.
Como cristã católica, que aproveita as redes sociais para evangelizar, não hesitei em fazer também um comentário com uma interpretação real das palavras do padre. Realmente, ele estava certíssimo. São suas essas palavras: “A liberdade consiste em você olhar para Maria e de você rezar com ela para que o tempo todo o Cristo prevaleça entre nós, porque não podemos admitir a experiência de um cristianismo sem Cristo”.
Infelizmente, muitos são os que distorcem as crenças e valores dos grupos religiosos e isolam-se numa religião particular em que só Deus conta. Outros negam até a existência de Deus. Por isso, nós, cristãos, temos a obrigação de difundir o nome do Criador em todos os lugares; de fazê-lo conhecido e amado como nosso Pai todo-poderoso; de respeitá-lo e amá-lo como filhos que somos.
No entanto, não há como fazer isso, sem falar em Jesus Cristo e em Nossa Senhora. Cristo, por ser o filho de Deus, aquele que veio ao mundo para que todos tenham vida plena; Nossa Senhora, por ter sido a escolhida para ser a mãe do filho de Deus. Só por isso, já seria digna de nossa mais profunda admiração. Além disso, ela é nossa intercessora, a medianeira de todas as graças, nossa mãe celestial. Em vários textos bíblicos, podemos perfeitamente justificar o papel de Maria na história da humanidade. No inicio do Novo Testamento, percebemos uma saudação a ela: "Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo, bendita és tu entre as mulheres." (Lc 1,26-38). O início da veneração dos homens à Virgem foi feita por Isabel, que, cheia do Espírito Santo, disse em alta voz: "Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre. Donde a mim esta dita de ser visitada pela Mãe do meu Senhor?" (Lc 1,39 e ss.). Foi ainda colocada no lugar de mãe da humanidade: “Dirigindo-se a Maria, Jesus diz: ‘Mulher, eis ai o teu filho’. E dirigindo-se ao apóstolo: ‘Eis aí a tua mãe.’" (Jo 19,26-27).
De tal modo, o esquecimento, ou a negação dessas crenças, torna o homem um ser mecânico, egoísta, capaz de qualquer gesto negativo contra o semelhante. Conforme estamos meditando na Campanha da Fraternidade, a busca pelo poder e pela riqueza faz o homem anular a existência de Deus e sentir-se divinizado. Dessa forma, ele se acha no direito de comprar pessoas, de explorá-las e torná-las escravas. Esquecem-se de que Deus nos fez irmãos e que a liberdade é um dom que recebemos como filhos.
E esse é justamente o objetivo da Campanha da Fraternidade: fazer com que todos se conscientizem de nossa igualdade como seres humanos, filhos do mesmo Pai. Como tal, devemos nos empenhar para a implantação do bem comum e lutar por uma sociedade mais humana, temente a Deus.  Só assim, através da observância dos ensinamentos de Cristo, poderemos ver cada irmão vivendo em liberdade e em plenitude.       

 Luisa Garbazza
Publicação de abril do Jornal da Paróquia Nossa Senhora do Bom Despacho
                                                                      
                              



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